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sábado, outubro 10, 2009

Celular e infecção hospitalar


Todos possuem telefone celular, todos o usam na maioria das vezes em lugares inconvenientes, como ônibus e elevadores, e ainda falam em voz alta.

Nos automóveis, já é proibido seu uso para os motoristas. Agora, é a vez de falar do celular nos hospitais.

Um estudo sobre a taxa de contaminação de celulares e mãos de equipes médicas das UTIs e em salas de cirurgia mostra que:
■ 94,5% dos celulares estão contaminados por vários tipos de micro-organismos.
■ Entre eles, está o Staphylococcus aureus, que é frequentemente relacionado a infecções hospitalares.

O S.aureus foi isolado;
■ em 52% dos telefones celulares e,
■ em 37,7% das mãos de alguns dos 200 membros da equipe médica (15 professores, 79 médicos-assistentes, 38 enfermeiros e 68 atendentes),
Mostrou-se resistente à meticilina (penicilina semissintética que não é comercializada no Brasil).

A médica Fatma Ulger e seus colaboradores da Faculdade de Medicina da Universidade Ondokuz Mayis, na Turquia, relatam os detalhes da pesquisa na revista "Annals of Clinical Microbiology and Antimicrobials", publicada no último mês de setembro.

Fonte: Folha de São Paulo - São Paulo, 04 de outubro de 2009

Comentário:
Imaginem a cadeia de transmissão de micro organismos entre médicos, não médicos, lanchonetes de hospital, cumprimento de mão, etc.

As fossas nasais têm sido relatadas como a fonte mais importante de disseminação. (quem gosta de cutucar o nariz é um prato cheio de disseminação de microorganismo).

Os portadores nasais podem, por meio das mãos, desempenharem papel importante na disseminação do microrganismo, principalmente através dos alimentos por eles manuseados.

Partindo da hipótese que o principal reservatório de estafilococos no homem são as fossas nasais e na tentativa de mostrar a colonização das mãos pela mesma cepa presente nas fossas nasais, propusemo-nos a estudar amostras colhidas de mãos e fossas nasais de um grupo de manipuladores de alimentos de estabelecimentos comerciais da cidade de Araraquara, Estado de São Paulo e de universitários.

Variações na microflora autóctone ao homem ocorrem de acordo com a área geográfica, nível socioeconômico, alimentação, hábitos de higiene e outros fatores que modificam a susceptibilidade do hospedeiro. Com o objetivo de comparação, amostramos também um grupo constituído por estudantes universitários onde presumimos ser apenas a área geográfica o fator comum ambas as populações.

Foram colhidas amostras de mãos e fossas nasais de 48 manipuladores de alimentos das principais casas comerciais da cidade de Araraquara, Estado de São Paulo (Brasil), e de 20 estudantes universitários.

Os resultados obtidos foram os seguintes:
■ Dentre os indivíduos foram encontrados 44,1% (manipuladores) e 34,8% (estudantes universitários) que portavam Staphylococcus aureus em fossas nasais e mãos, respectivamente.
■ Em 48 indivíduos que manipulam alimentos e estudantes universitários, a proporção de portadores nasais de Staphylococcus aureus foi de 41,7% e 50,0%, respectivamente, taxas consideradas altas.

■ A percentagem de portadores de Staphylococcus aureus nas mãos foi mais alta para o grupo dos manipuladores (41,7%) quando comparada ao grupo de estudantes universitário (15,0%).
O carreamento de Staphylococcus aureus pelas mãos pode representar um papel importante na cadeia epidemiológica das intoxicações alimentares. Tradicionalmente, as medidas de controle incluem a implementação de técnicas de lavagem das mãos, treinamento e conscientização dos profissionais envolvidos. Fonte: Staphylococcus aureus: portadores entre manipuladores de alimentos - Revista de Saúde Pública - vol.22 no.1 São Paulo Feb. 1988

Por que a higiene das mãos é tão difícil ?
A adesão à lavagem das mãos é baixa, comprovada por várias pesquisas, tanto na freqüência (cerca de 40%) e qualidade (tempo menor que o recomendado).
As razões relatadas para a baixa adesão à prática da higiene das mãos incluem: falta de conscientização entre os membros das equipes de saúde a respeito das indicações da higiene das mãos, falha na política institucional, na atitude pessoal e nas várias barreiras logísticas. Quando se perguntou aos membros das equipes de saúde quais fatores eram determinantes para não lavar as mãos como recomendado, eles citaram o ressecamento e a irritação na pele, causados pela freqüente lavagem das mãos e por estarem muito ocupados.

Veja as recomendações da OMS para lavar as mãos:
■ se a quantidade de sabão suficiente para que a espuma cubra toda a superfície das mãos
■ Dedique 15-20 segundos só no ato de esfregar; o ritual completo deve durar cerca de 50 segundos
■ Capriche na limpeza do espaço entre os dedos; esfregue também o dorso e o punho
■ Seque com toalha descartável (em ambientes coletivos)
■ Se a torneira não for automática, use a tolha de papel para fechá-la, ou lave também a torneira antes de lavar as mãos

Vídeo:
Lavar as mãos da forma certa também evita a contaminação por inúmeras doenças provocadas por vírus, bactérias e fundos que podem ser adquiridos através das mãos sujas tocando partes do corpo como boca, nariz e olhos. Mostre este vídeo para todos os seus amigos, parentes e conhecidos para que todos nós possamos ter o costuma saudável de lavar as mãos da forma correta.

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posted by ACCA@5:53 PM