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terça-feira, maio 26, 2009

O que fazer quando o risco vem de fora?


Sabemos que as organizações dependem de fornecedores que prestam serviços atrelados à entrega do produto final, como processos terceirizados, fornecedores de matéria-prima, insumos, etc. Assim, como falhas nos recursos causam um grande transtorno às empresas, a falha no serviço de um fornecedor pode ser tão desastrosa quanto, ou até mais nefasta levando à paralisação dos negócios.

Fornecedor é parte fundamental do negócio do cliente. Se ele não estiver alinhado à estratégia de Continuidade de Negócio do cliente, como a disponibilidade do serviço poderá ser garantida?

Portanto, é imprescindível fazer uma análise do fornecedor, com ênfase na Gestão Continuidade de Negócios. Pois, dessa forma, uma organização poderá compreender o quanto o fornecedor está preparado para incidentes inesperados e qual é realmente a garantia de nível de serviço oferecida.

As empresas já estão começando a ter esta percepção sobre seus fornecedores, pois começam a perceber que isto aumenta a garantia de que seu negócio não será interrompido. Essas informações auxiliam na escolha de novos fornecedores uma vez que alguns serviços podem ser prestados por mais de um fornecedor, sendo redundantes, por exemplo. Inicialmente, pode parecer gasto em dobro, mas na verdade é uma estratégia para diminuir custos de inoperância, muitas vezes não dimensionados. A Gestão de Continuidade de Negócios é uma necessidade de sobrevivência no mercado.

Fonte: Banas Qualidade – sábado, 16 de maio de 2009

Comentário
Cenário hipotético, mas real:
1-Um incêndio afetou o fornecedor e a produção ficou paralisada, pois esse fornecedor é o principal.
Exemplo:
1.1-Um grande incêndio surgiu por volta do meio-dia de segunda-feira, 8 de setembro de 2003, na fábrica de pneus “Tochigi” de propriedade da Bridgestone, na cidade de Kuroiso, região de Tochigi, norte de Tóquio, distante 150 km.
Balanço do incêndio
O fogo destruiu quase 40.885 m2 de instalações e queimou entre 20.000 a 50.000 pneus armazenados na parte externa, no lado norte do edifício de três pavimentos.
O incêndio afetará os lucros de Bridgestone devido;
■ às perdas de aproximadamente de 100.000 pneus destruídos no incêndio,
■ redução na capacidade de produção, em um aumento em custos do transporte e no investimento exigido para restaurar a fábrica de Tochigi.
Prejuízo milionário
Bridgestone calcula o efeito adverso total do incêndio em aproximadamente em 343 milhões de dólares. O total inclui perdas diretas dos danos de incêndio, receitas reduzidas atribuídas às perdas de vendas em 2003 e em 2004, e do custo de reconstrução e de equipamentos da área de processo de mistura de borracha.

2-Um desastre natural interrompeu o fluxo de mercadorias.
Exemplo:
2.1- Inundação do Vale de Itajaí. Milhares de casas foram destruídas pela chuva até o momento a reconstrução dessas casas estão paralisadas. O porto de Itajaí está operando parcialmente com navios de pequeno calado. Estimativa de custo para reconstrução do porto 125 milhões de dólares. Prejuízo diário do porto 35 milhões de dólares. Estimativa dos prejuízos da empresas, 150 milhões de dólares.

3- Uma fábrica que pegou fogo será indenizada se tiver uma apólice de seguro. De acordo com a gravidade do sinistro ela pode demorar um ano para retornar atividade normal de produção, o seguro não garantirá a manutenção de seus clientes ou a recuperação de sua participação de mercado.
Exemplo:
3.1- Em 21 de março de 2009, incêndio na fabrica da Perdigão em Rio Verde. Paralisação no abate de aves.
Mais de 400 granjeiros da região fornecem aves e suínos para a Perdigão. Em muitas fazendas os animais já estavam no ponto de abate.
A empresa teve gastos maiores com armazenagem e distribuição, transferência de produtos a partir da unidade de Rio Verde, em função do incêndio. Estimativa de prejuízo não divulgado.

3.2-Em 30 de abril de 2009, um incêndio de grandes proporções destruiu parcialmente, uma das mais modernas a avançadas indústrias de processamento de leite do país, pertencente à Coopercentral Aurora (Aurora Alimentos), localizada no município de Pinhalzinho, no oeste de Santa Catarina. Os prejuízos atingem 50 milhões de reais (23 milhões de dólares) e a indústria ficará quatro meses paralisada.
Mais de 600.000 litros de leite que a Aurora recebia e processava diariamente serão transferidos para empresas parceiras e/ou comercializados diretamente no mercado. A expansão da fábrica que estava em andamento foi adiada.

Podemos indagar, por que motivo algumas empresas ocorrem desastres e outras não? Seria simplesmente fatalidade ou sucesso na definição clara de uma política de prevenção?
Nem todas as empresas têm à mão um plano B para minimizar eventuais efeitos negativos causados por essas situações e manter as atividades a pleno vapor.

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posted by ACCA@5:58 PM