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quinta-feira, abril 02, 2009

Mergulhador é atingido na cabeça por arpão na Ilha do Governador

Imagens da tomografia computadorizada

Um homem foi atingido na cabeça por um arpão ao mergulhar na Ilha do Governador, Rio de Janeiro. A vítima foi socorrida no Hospital de Saracuruna, na Baixada Fluminense. O acidente ocorreu na manhã de sábado, 28 de março de 2009.
A vítima chegou lúcido ao Hospital de Saracuruna, na Baixada Fluminense, onde foi operado.
A vítima, identificada como Emerson de Oliveira Abreu, passou por uma operação de alto risco, por conta do pedaço do arpão preso na sua cabeça.

Cirurgia
O mergulhador Emerson de Oliveira Abreu foi operado, continua lúcido, tem reflexos normais e passa bem. Seu estado de saúde é estável e não há risco de morte. Contudo, não há previsão de alta e ele deve permanecer na enfermaria do Hospital Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, por alguns dias. Os médicos acreditam que ele não deve ter sequelas graves. Foram cinco horas de cirurgia.
O caso surpreendeu até a equipe médica chefiada pelo neurocirurgião Flávio Falconetti. O diretor do hospital, o neurocirurgião Manoel Moreira, disse que Emerson teve sorte porque o arpão não atingiu partes nobres do cérebro. "Ele chegou aqui lúcido, sem déficit motor nenhum", contou. Transferido para a enfermaria, o mergulhador passou por mais exames e não apresentou sinal de lesão neurológica.
"Ele não perdeu a visão por um fio. A lança passou por trás do globo ocular, perto do nervo ótico. Há muito edema na região orbital, mas ele está enxergando. Vamos esperar que ele melhore para fazer um exame oftalmológico mais apurado. Segundo o médico, o arpão passou perto da artéria que vasculariza o cérebro, a carótida. Se ela fosse atingida, dificilmente Emerson sobreviveria”, disse Moreira. Ele está fazendo uso de antibióticos para evitar infecções e deve receber alta em até dez dias. Segundo o médico, deve levar uma vida normal.

Uma fisgada, uma forte queimação
Uma fisgada, uma forte queimação no rosto e um grande medo de morrer. Foi o que sentiu Emerson. Ele segue internado no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna (Baixada Fluminense).

O acidente
O arpão foi disparado em direção a um peixe, bateu em uma pedra, voltou e atingiu minha cabeça. Meu colega estava bem distante de mim. Eu creio que não tem possibilidade de ter sido o arpão dele. Senti muita dor quando saí da água. Queimava muito a minha face, disse Emerson na entrevista dada pelo mergulhador no hospital.

Emergência e Atendimento
"Foi tudo muito rápido. Disparei o arpão em direção a um peixe. Quando vi, o arpão bateu em uma pedra, voltou e atingiu minha cabeça, recorda Emerson. Na hora um amigo viu que eu tinha me ferido e me ajudou. Daí eu subi numa pedra e fui socorrido por uma embarcação de uns moradores da Ilha do Governador. Na hora, eu pensei até em tirar aquela flecha da cabeça. O pessoal que me deu uma assistência na hora disse 'não, rapaz, não faz isso'. Graças a Deus correu tudo bem” completou Emerson.
“Os moradores o levaram de carro até o Hospital Municipal Paulino Werneck, na Ilha do Governador, onde, no entanto, ele não pôde ser atendido por falta de infraestrutura. Fui encaminhado ao Hospital Estadual Adão Pereira Nunes (Saracuruna), em Duque de Caxias (RJ), por uma viatura do Grupamento de Socorro de Emergência (GSE) do Corpo de Bombeiros. Foi horrível. Eu estava muito nervoso. Tentava não me mexer, mas a viatura trepidava muito", recorda Emerson.

Penetração do arpão no crânio
A parte externa do arpão foi cortada para que ele pudesse entrar na tomografia. Dos 70 cm de haste, 25% estava dentro do crânio. A lança entrou por cima do olho esquerdo e não atingiu nenhuma área crítica do cérebro.

Fonte: G1, 29 de março de 2009 e Estadão - 1 de abril de 2009

Comentário:
O acidente é inusitado, pois o mergulhador fica na posição frontal em relação ao alvo e o peixe fica lateralmente para ter maior área de alvo. O arpão é disparado e erra o alvo, bate numa pedra, ricocheteia e volta quase na posição perpendicular para o novo alvo, rosto do mergulhador.
Existem acidentes de arpão entre mergulhadores, quando nenhum deles, visualiza outro na hora do disparo ou não mantém distância segura.

Vídeo

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posted by ACCA@11:11 AM