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quinta-feira, março 26, 2009

Vulcão submarino entra em erupção em Tonga

Um vulcão submarino entrou em erupção no pequeno arquipélago de Tonga, no Pacífico Sul, sem deixar vítimas.
A erupção aconteceu na terça-feira, 17 de março de 2009, cerca de 10 quilômetros a sudoeste da ilha principal de Tongatapu, de onde eram visíveis as colunas de cinza, fumaça e vapor.
Fotos ampliadas:
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Foto1

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O vulcão está lançando fumaça, vapor e cinzas há dias, mas as autoridades disseram que erupção não apresenta perigo por enquanto para os moradores das ilhas próximas. Também não há relatos de peixes ou outros animais sendo afetados. Moradores da região disseram que a coluna de vapor e cinzas apareceu pela primeira vez na manhã de segunda-feira, depois que vários terremotos foram sentidos na capital, Nuku'alofa.

Segundo especialistas, a erupção foi provocada por um forte maremoto que na sexta-feira passada (13 de março) sacudiu o mar entre os atóis de Hunga Tonga e Hunga Há'apai. A região conhecida como bacia norte de Lau, situada entre Fiji, Samoa e Tonga, tem dezenas de vulcões submarinos ativos que escondem vastas reservas de minerais a entre 1 mil e 1.500 metros de profundidade.
Tonga se encontra fora do chamado Anel de Fogo do Pacífico - uma área de grande atividade sísmica e vulcânica - mas sofre habitualmente terremotos de magnitude superior a 5 na escala Richter.

Fontes: Portal do Estadão e Globo Online – 19 de março de 2009

Comentário:
Pelo vídeo nota-se o poder do vulcão de lançar cinzas vencendo o peso da própria água do mar (pressão de coluna d´água). O topo da chaminé de um vulcão pode estar a centenas de metros de profundidade.
Resumo: Erupções vulcânicas submarinas
As erupções vulcânicas podem, em geral, ser divididas naquelas que produzem predominantemente correntes de lava (atividade efusiva) e naquelas que produzem principalmente rochas constituídas por material fragmentado, quer proveniente de atividade explosiva (piroclástica) quer devido ao arrefecimento brusco da lava (termoclástica). Um controle fundamental deste comportamento é, sem dúvida, a composição química do material libertado: um magma basáltico quente e pouco fluido (com baixa viscosidade), geralmente origina correntes de lava. Contrariamente, um magma com alta viscosidade tem grandes concentrações de componentes voláteis dissolvidos que podem facilmente formar bolhas de gás, entram geralmente em erupção a baixas temperaturas (700ºC) originando erupções explosivas.
A maioria das erupções vulcânicas submarinas em águas profundas é de composição basáltica e geralmente não são explosivas. O magma basáltico contém voláteis, mas as altas pressões a que se encontra dificultam a sua libertação (exsolução). Os voláteis exsolvidos formam bolhas e tornam-se progressivamente menos abundantes (e/ou menores) à medida que a profundidade da erupção aumenta.

As erupções explosivas podem também ser causadas por uma rápida transferência do calor do magma para a água. A baixas pressões, a ebulição da água resulta numa expansão de volume de cerca de 1000 vezes e a rápida interação do magma com a água é altamente explosiva. Sob pressões moderadas (>100 bar), a expansão é muito reduzida e, consequentemente, as explosões pouco prováveis. A pressões mais elevadas que a pressão crítica da água (a cerca de 3 km de profundidade), as explosões de vapor não são possíveis, a não ser em condições de equilíbrio.
O trabalho geológico é bastante complicado nos fundos marinhos e por essa razão o estudo do vulcanismo submarino está muito menos desenvolvido quando comparado com o estudo do vulcanismo de superfície. Fonte: Encyclopedia of Volcanoes, Chapter Submarine Lavas and Hyaloclastite, Rodney Batiza and James D. L. White"

Vídeo:

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posted by ACCA@1:35 PM