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domingo, março 08, 2009

É hora de dizer adeus à geladeira?

Nos últimos dois anos, Rachel Muston, 32, funcionária de informática do governo canadense em Ottawa, vem tomando medidas para reduzir sua "pegada de carbono" -produz adubo com o lixo, seca roupas no varal e instalou um aquecedor eficiente em sua casa.

Cerca de um ano atrás, porém, ela decidiu "caprichar" em seu esforço para ser mais responsável ambientalmente, como disse. Depois de remoer a ideia durante várias semanas, ela e seu marido, Scott Young, fizeram algo que muitos considerariam impensável: desligaram sua geladeira.
"Já faz algum tempo, e estamos muito felizes", disse Muston. "Ficamos surpresos ao ver como foi fácil."

Por mais drástica que pareça a medida, um pequeno segmento do movimento verde passou a considerar a geladeira um gasto de energia inaceitável e decidiu viver sem ela. Os ativistas dizem que o refrigerador é desnecessário, desde que se tome cuidado com a compra e o armazenamento dos alimentos.

Muston calculou que sua geladeira usava 1.300 quilowatts/hora por ano, ou produzia aproximadamente 900 quilos de dióxido de carbono -a mesma quantidade da queima de 400 litros de gasolina. E um modelo ainda mais eficiente, que poderia ter reduzido esse número pela metade, usaria energia demais na opinião dela.

"Para mim, parece desperdício até usar uma geladeira classificada Energy Star", ela disse, referindo-se ao certificado de eficiência energética internacional, "porque estou me saindo muito bem sem uma".

Hoje, Muston usa um pequeno congelador no porão, juntamente com um isopor na cozinha; o isopor é mantido frio com duas garrafas de refrigerante cheias de água congelada, que são levadas para o congelador quando derretem.
Perguntada se o casal teve de abandonar algum alimento favorito, Muston suspirou. "Cerveja gelada", ela disse. "Scott não pode mais chegar em casa e pegar uma cerveja gelada na geladeira. Ele tem de colocá-la no isopor e esperar uma hora."

Mas muitos ambientalistas veem a vida sem geladeira como um objetivo excessivo e impraticável. "A geladeira foi um avanço inteligente para a sociedade", disse Gretchen Willis, 37, mãe de quatro filhos em Arlington, Texas. Embora ela esteja empenhada em reciclar e usar lâmpadas fluorescentes, traça um limite para qualquer prática ambiental que resulte em grande despesa ou inconveniência.

"É tolice não ter uma geladeira, considerando a alternativa: beber um galão de leite no mesmo dia para não azedar", ela disse.
A ideia provocou certo interesse na Europa ocidental. No último outono local, cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, reviveram a "geladeira Einstein", um refrigerador a gás pressurizado que funciona sem eletricidade e é atribuído parcialmente a Albert Einstein. E a firma italiana de cozinhas Veneta Cucine revelou há pouco tempo uma cozinha-conceito chamada iGreen, que não tem geladeira mas usa bandejas sob o balcão para manter os produtos frescos.

Uma questão para os ambientalistas sérios pode ser descobrir qual a real vantagem produzida ao se desligar a geladeira. Os refrigeradores não usam tanta energia assim. Marty O'Gorman, vice-presidente da Frigidaire, disse que uma geladeira Energy Star de meio metro cúbico usa cerca de 380 quilowatts/ano -menos que uma secadora de roupas comum- e custa à dona-de-casa US$ 40, ou cerca de US$ 0,11 por dia.
Pascale Maslin, fundador do Energy Efficiency Experts, empresa que audita o uso de energia em residências e outros edifícios, disse que as pessoas podem dar uma atenção indevida ao consumo de energia da geladeira simplesmente porque muitas vezes ouvem falar -incorretamente- que é o eletrodoméstico que gasta mais energia além do aquecimento e do ar-condicionado.
"Se fosse examinar minha vida e perguntar o que reduziria minha pegada de carbono, eu pararia de comer carne", disse Maslin. "É muito mais significativo do que desligar a geladeira."

Fonte: Folha de São Paulo - segunda-feira, 02 de março de 2009

Comentário
As pegadas de carbono nada mais são que uma metodologia usada para medir a quantidade de dióxido de carbono (CO2) que um ser humano emite em suas atividades diárias durante o período de 1 ano, ou seja, são os rastros de gases de efeito estufa (GEE) que o homem deixa ao executar simples atividades diárias como, por exemplo, usar o carro para ir trabalhar, fritar um simples ovo ou executar qualquer outra tarefa que utilize de combustíveis de base fóssil como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral. Quando combustíveis fósseis são queimados, eles emitem Gases do Efeito Estufa (GEE), como o CO2, que contribuem para o aquecimento global. Do CO2 atmosférico, 98% vem da queima de combustíveis fósseis.

O mais interessante nessa pegada de carbono o ser humano também produz dióxido de carbono. Os animais, incluindo o ser humano, obtêm energia para construir, manter, aquecer e mover seu corpo através da decomposição de matéria orgânica, como açúcares, combinada com oxigênio respirado da atmosfera. O processo, chamado respiração, produz e descarta água e dióxido de carbono. Segundo artigo publicado no New Scientist, sugere que uma pessoa inativa exala aproximadamente 350 litros de dióxido de carbono (CO2) por dia.

Até os cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) não chegaram a um consenso sobre o aquecimento global e as recomendações necessárias para sua minimização. Esses cientistas também utilizam aviões, transportes, alimentações, que eles próprios consideram incentivadores do aquecimento global.

Isso lembra o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, um dos porta-vozes do aquecimento global com o filme " Uma Verdade Inconveniente ". Sua mansão de 20 quartos em Belle Meade, no estado americano do Tennessee, consome mais eletricidade em um mês do que a média das casas dos EUA consome em um ano inteiro. A média mensal de gastos elétricos de Gore, em 2006, beirou os US$1.200, de acordo com o Departamento de Energia de Nashville. Uma casa americana consome em média 10.656 kilowatt/ hora por ano, a mansão do ex-presidente consome cerca de 221.000 kW/ h, mais de 20 vezes a média nacional.

Às mudanças drásticas no clima ocorridas nos últimos 10 mil anos são atribuídos os colapsos das civilizações acadianas (Mesopotâmia, 2200 a.C); maia (Mesoamérica, há 1.200 anos); moche (Peru, há 1.500 anos); e tiwanaku (Bolívia/Peru, há mil anos). Tudo isso ocorreu sem um grama do CO2 "antropogênico" no ar. Nem a devastação de cerca de 400 mil quilômetros quadrados nas pradarias dos EUA e do Canadá ("dust bowl", 1930 a 1936) é fruto desse gás, pois foi causada pela seca e o mau uso da terra. José Carlos de Almeida Azevedo , doutor em física pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA).

O que predomina atualmente é o radicalismo ambientalista que propaga afirmativas alarmistas sobre o impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente.

Como indica Adrian Berry no livro The Next 500 Years – Life in the Coming Millennium (Os Próximos 500 Anos – A Vida no Milênio que Vem), a propensão humana ao pânico coletivo é outra marca das grandes previsões. "O medo da superpopulação, do aquecimento global e do buraco de ozônio é a versão recente do pânico milenar que nos acompanha. Mas quase sempre o pânico é inversamente proporcional ao perigo real do momento", escreveu Berry.

Pelo jeito, ninguém sabe de nada apenas tem uma leve idéia. Para alguns ambientalistas fundamentalistas, xamãs, retornaremos nos séculos passados, quando nos tempos romanos guardavam algum alimento que necessitasse refrigeração, como o leite, por exemplo, procuravam as cavernas próximas de suas casas . Com o passar do tempo, eles passaram a construir, em suas casas, espaços destinados exclusivamente a esta finalidade, ou seja, cômodos especiais que eram covas de gelo que, em geral, ficavam próximas aos porões.

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posted by ACCA@8:48 PM