Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Menina morre engasgada com uma bolinha de gude


Geovana, cinco anos, brincava no quintal de sua casa, no Residencial Dourados, cidade de Franca, São Paulo, quando foi até a cozinha, onde sua mãe fazia comida e teria mostrado para ela que havia algo em sua garganta.

A mãe chamou os familiares e tentou, sem sucesso, tirar o objeto da garganta da menina que foi levada para a UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim Aeroporto, Franca, São Paulo.

No local, recebeu os primeiros socorros e foi encaminhada para o Pronto-Socorro Infantil. "Tentaram de tudo, mas não conseguiram retirar (o objeto). Segundo minha mulher, ela já saiu de casa com a boca roxa", disse o pai de Geovana.

No trajeto, enfermeiros conseguiram tirar o objeto da garganta da menina, mas era tarde e Geovana já chegou ao PS praticamente morta. "Foram feitas as manobras de ressuscitação. Tentamos em torno de 40 minutos, mas sem sucesso", disse o pediatra Roberval, que atendeu a criança.

Enquanto médicos e enfermeiros tentavam reanimar a vítima, familiares chegavam ao Pronto-Socorro em busca de informações. A criança morreu à noite, 19 de janeiro de 2009, de parada cardiorrespiratória depois de se engasgar com uma bola de gude.

Ao saber da morte, a mãe se desesperou e, inconformada, chorava, chegando a desmaiar e ser atendida na própria unidade de saúde.

Famíla e enterro
Geovana tinha dois irmãos, um menino de oito anos e uma menina de três meses e o sepultamento será realizado na quarta-feira.

Procedimento correto
Segundo José Victor Nonino, pediatra e diretor da Beneficência de Ribeirão, o procedimento imediato prestado pelos parentes das vítimas foi equivocado. Ele disse, porém, que, mesmo com a ação correta, a menina ainda poderia morrer.
"O procedimento certo seria colocá-la com a cabeça para baixo, sem movimentos bruscos, para não agravar o quadro. Depois, levá-la imediatamente ao hospital", disse. Segundo Nonino, a bolinha deve ter se fixado na glote e causado asfixia.

Fonte: Comércio da Franca - 20 de janeiro de 2009

Comentário:
A nossa casa pode se tornar uma grande armadilha para acidentes com crianças, jovens, idosos, etc. A casa transmite uma falsa sensação de segurança.

Estatísticas de acidentes dos Estados Unidos indicam que acidentes fatais domésticos são mais freqüentes do que imaginamos.
■ quedas - 28%
■ queimaduras - 19%
■ envenenamento - 17%
■ choques - 14%
■ asfixia - 6%
■ outros - 16%

Sociedade Brasileira de Pediatria: Acidentes mais comuns de acordo com faixa etária
■ 0 - 6 meses - Afogamento, ingestão de corpo estranho, intoxicações, queimaduras, quedas, sufocações e engasgos.
■ 7 - 12 meses - Afogamento, aspirações e ingestões de corpos estranhos, choques elétricos, intoxicações, quedas, queimaduras.
■ 1- 3 anos - Afogamento, choque elétrico, corpos estranhos, intoxicações, picadas venenosas, quedas e colisões, queimaduras.
■ 3 - 7 anos - Acidentes de trânsito, afogamento, choque elétrico, ferimentos, intoxicações, mordeduras, picadas venenosas, quedas e colisões, queimaduras.
■ 7 – 12 - Acidentes na escola, na vizinhança e nos esportes.
■ Adolescência - Agressões, acidentes esportivos, afogamentos, uso de drogas e acidentes de trânsito.

Pesquisa do Ministério da Saúde quanto aos acidentes com crianças com idade até nove anos revelou:
■ Dos 10.988 atendimentos a crianças nessa faixa etária, 5.540 (50,4%) foram provocados por quedas. Os dados mostram ainda que o perigo nem sempre está nas ruas. A maioria das quedas, 3.838 (69%), ocorreu dentro da residência das vítimas.
■ Do total de quedas registradas pela pesquisa, 2.626 (47%) foram de crianças que caíram do mesmo nível, ou seja, foram causadas por tropeções, pisadas em falso ou desequilíbrios.
A parte do corpo mais atingida foi;
■ cabeça com 2.445 (44%) ocorrências,
■ braços com 1.720 (31%) e
■ pernas com 760 (13,7%)
As lesões mais freqüentes foram;
■ cortes e lacerações com 1.426 (26%) notificações.
■ contusões com 1.234 (22%) e
■ fraturas com 955 (17,2%).

Dados da Organização Mundial da Saúde
■ Todos os dias, 72 crianças na Europa morrem de acidentes domésticos, equivalente a 3 por hora.
■ Envenenamento: Mais de 45.000 crianças morrem anualmente por causa do envenenamento não intencional.
■ Quase um milhão de crianças morrem anualmente devido a acidentes e o maior causador de acidentes é o automóvel.

Vídeo:
Os acidentes com crianças acontecem em casa e milhares são atendidas nos hospitais.

Marcadores: ,

posted by ACCA@3:21 PM