Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

terça-feira, julho 01, 2008

Proteção passiva contra incêndio-cabos elétricos e aberturas (shafts)


Foto-cabos agrupados – incêndio

Bandejas ou feixes de cabos elétricos quando existentes em altas concentrações são propagadores de fogo. Instalações industriais e comerciais onde existem bandejas de cabos sobrepostos, estes podem levar o fogo de um lugar para o outro como um rastilho de pólvora, mesmo sendo esses cabos feitos com cobertura isolante antichamas.
Esse isolante antichamas só funcionará se os cabos estiverem dispostos em uma só fileira e separados um dos outros por uma distância mínima, metade do diâmetro do cabo.


Caso os cabos estejam empilhados e colocados ao acaso em cima de uma bandeja, como acontece em grande parte das instalações industriais no Brasil, o fogo irá se espalhar de bandeja para bandeja até o último cabo.

O que estimula a propagação das chamas.
O principal elemento que ativa a propagação das chamas em fonte de combustível sólido, (isto é cabos), é chamado de calor de reentrada que é o calor subindo de cabos que estão queimando e que por sua vez pré-aquecem cabos adjacentes. Este pré‑aquecimento causa a degradação do isolamento e emite gases inflamáveis que propagam as chamas.
Se os cabos não estiverem um em cima do outro, esse calor de reentrada é quase que totalmente extinto. O calor da reentrada é o mesmo estímulo que faz com que muitas toras empilhadas numa lareira queimem bem. Quando somente uma tora é usada, é quase impossível mantê‑la queimando.
O segundo elemento ativador mais importante para a propagação do fogo é denominado feedback retroativo, isto é, o calor emitido para baixo a partir das chamas que causam o aquecimento contínuo e a dispersão de gases dos isolamentos dos cabos.




Quando os cabos são espalhados em uma camada única e arrumados de modo que quase todas as chamas primárias e 50% das chamas secundárias estejam extintas, eles não queimam bem, a menos que o isolamento seja altamente inflamável.

Quando os cabos estiverem empilhados, como geralmente são encontrados na indústria, com cabos de controle e de instrumentos empilhados uns sobre os outros, eles não só queimarão, mas o fogo irá se espalhar verticalmente e horizontalmente e de bandeja para bandeja onde existam bandejas sobrepostas.
Principais áreas para compartimentação ou isolação em instalações industriais
■ Aberturas em paredes, pisos ou tetos onde passam cabos
■ Salas ou porões de cabos abaixo de salas de controle
■ Subestações elétricas e caixas de força
■ Corredores ou túneis de cabos
■ Bandejas com cabos sobrepostos
■ Shafts de comunicação e controle
■ Outros ambientes com grande quantidade de cabos


Foto – Pintura intumescente

Principais tipos de proteção
■ Selagem ou Vedação de penetração de paredes, pisos e tetos (aberturas)
Utiliza-se massa a base de fibra cerâmica ou elastômero, fácil de moldar, dependendo do fabricante
■ Envelopamento de bandeja
Utiliza-se manta a base de fibra cerâmica ou elastômero, dependendo do fabricante. Esse material, além de suas propriedades não propagadoras de fogo, elimina o risco de incêndio que venha do interior cabo (curto circuito).
■ Pintura intumescente nos cabos
Pode ser aplicado com equipamentos de pulverização (pistola) ou por trincha, dependendo do fabricante.
■ Diversos acessórios
Selos e colar metálico, utilizados para pequenas aberturas. Os selos expandem com o calor criando uma barreira de resistência ao fogo.

Fonte: Fire-Stop Systems e Nelson Fire Stop

Vídeo
Mostra simulação de propagação de fogo em um conjunto de cabos, que tem uma parte sem proteção passiva e a outra com proteção passiva.



Comentário:
Mais de 40% das amostras de fios e cabos elétricos analisadas pela Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos (Qualifio) oferecem riscos de incêndio, de queima de eletrodomésticos e de consumo excessivo de energia.
Foram avaliadas 305 amostras em 2004 e desse total, 128 (42%) apresentaram problemas na resistência elétrica ou uso de quantidade de cobre menor que a recomendada.
O teste é feito pela Qualifio desde 1993, que está articulada com o Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos de São Paulo, a Associação Brasileira do Cobre (ABC) e o Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre) para combater produtos de má qualidade. O monitoramento é feito em sete capitais.

Marcadores: ,

posted by ACCA@6:13 PM