Trabalhador morre eletrocutado em obra de sinalização

Encostou a cabeça no cabo elétrico
Adimilson Corrêa de Lima, 32 anos, trabalhava na fixação das placas quando encostou a cabeça no fio da rede elétrica. Com o choque de quase 8 mil volts, ele morreu na hora.
Na ocasião, Lima estava com o operário Wesley Miguel, 18, no alto da estrutura de nove metros. Ele disse que ambos utilizavam os equipamentos de segurança como botinas com bico de aço, luvas, cinto e roupa especial. "Foi uma fatalidade. Assim que ele encostou a cabeça começou a pegar fogo. Quando cheguei para ajudá-lo, já estava morto."
Empreiteira
Lima era funcionário da Empreiteira Nobre terceirizada pela Meng, contratada pela Prefeitura de Santo André. O proprietário da empresa, Adilson Miguel Nobre, disse que nos 20 anos que atua na área de sinalização viária nunca teve acidentes fatais com seus funcionários.
Fonte: Diário do Grande ABC - 21 de junho de 2008
Comentário:
No Brasil é comum em caso de acidente fatal ou não, culpar a fatalidade ou obra do destino, sem ao menos analisar o que houve de errado. O acidente ocorre porque houve falha no sistema de trabalho. Essa falha pode ser erro humano ou condições de ambiente inadequada (condições perigosas do ambiente de trabalho, incluindo equipamentos e materiais, ou métodos de trabalho estabelecidos) ou essas falhas atuando em conjunto.
No caso em questão a execução do trabalho foi feito na proximidade de uma rede elétrica ao ar livre, de uma concessionária de energia elétrica. A norma regulamentadora NR-10, ela está focada no ambiente de instalação elétrica, esquecendo de alertar que algumas atividades indiretas necessitam de treinamento. Não é somente o eletricista que necessita dessa formação e treinamento como a maioria dos profissionais de segurança está focada, mas sim os trabalhadores de forma direta ou indireta tenham contatos com eletricidade e necessitam de práticas de trabalho relacionados à segurança contra riscos elétricos.
Por exemplo, a OSHA, estabelece que "todos os trabalhadores que enfrentam risco de choque elétrico, queimaduras ou outras lesões relacionadas, não reduzido até um nível seguro pelos requisitos de segurança das instalações elétricas, devem ser treinados em práticas de trabalho relacionadas com segurança requerida”.
Distâncias mínimas seguras que a OSHA recomenda, para evitar o choque elétrico ou eletrocussão:

No caso do acidente a tensão da linha era inferior 50 kv, e o trabalhador tinha encostado a cabeça na linha. Ele não tinha noção do risco.
Existem Boas Práticas de Segurança recomendadas pelas concessionárias, cuja empresa poderia ter conhecimento, tais como;
■ Contatar a Concessionária, a fim de se saber quais as características da linha e as distâncias a respeitar e, caso se justifique, se a linha poderá eventualmente ser colocada durante algum tempo fora de serviço para alguma fase particular da obra.
■ A utilização de equipamentos móveis na proximidade de linhas elétricas deve ser considerada como um trabalho perigoso que exige conhecimentos e formação do operador e de todos os trabalhadores envolvidos no trabalho.
■ Deve ser designada uma pessoa experiente no solo com a missão de vigiar atentamente os movimentos da máquina/equipamento e da carga para impedir que se aproximem perigosamente dos condutores elétricos em tensão, avisando o condutor de forma oportuna.
O acidente não foi uma fatalidade, mas sim um conjunto de falta de conhecimento de normas de segurança e boas práticas de segurança com finalidade de oferecer treinamento ao trabalhador e bem como procedimento de trabalho seguro.
Marcadores: choque elétrico, elétrica

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