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sexta-feira, abril 11, 2008

Japão obriga empresas a controlar obesidade de funcionários

Em uma tentativa de conter o avanço do número de japoneses acima do peso, o governo do Japão vai obrigar empresas a medirem a circunferência da cintura dos funcionários acima dos 40 anos.
A medida, que deve atingir 56 milhões de japoneses, prevê que homens com medidas acima de 85 centímetros e mulheres com mais de 90 centímetros de cintura serão incluídos em um grupo de alto risco.
A partir daí especialistas da área de saúde deverão traçar um plano de ação para mudar seus hábitos alimentares e incluir exercícios físicos em sua rotina. Algumas pessoas ainda serão aconselhadas a se tratar com um médico.
A medida do governo, que entrou em vigor no mês de abril, ainda prevê que as empresas cortem em 10% o número de funcionários acima do peso até 2012.

Aumento de contribuição para a previdência
As companhias que não atingirem a meta terão de aumentar a contribuição para a previdência desses funcionários em 10%.

Colesterol e infarto
Segundo o governo, o objetivo é detectar, ainda nos estágios iniciais, sintomas da síndrome metabólica – um conjunto de fatores de risco que, associados, elevam as chances de se desenvolver doenças cardíacas.
Entre os fatores de risco estão obesidade, alimentação inadequada e ao sedentarismo, que pode elevar os níveis do colesterol e causar doenças cardiovasculares, como hipertensão e infarto.

Causa mais comum de mortes
No Japão, doenças cardiovasculares são a segunda causa mais comum de mortes — responsáveis por aproximadamente 30% do total —, ficando atrás apenas do câncer. Segundo o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão, 13 milhões de pessoas ou um sexto da população, sofrem de síndrome metabólica e outros 14 milhões estão sob risco de desenvolver a condição.

Zona de risco de obesidade
Um estudo realizado pelo órgão, em 2004, estima que o índice é maior em faixas etárias mais elevadas: um de cada dois homens e uma em cada cinco mulheres entre 40 e 74 anos sofreriam da síndrome ou estariam na zona de risco.

Maus hábitos alimentares
A medida foi recebida com surpresa por alguns setores da sociedade, já que os japoneses são reconhecidos por sua forma esbelta, hábitos saudáveis e altos índices de longevidade.
Nos últimos anos, no entanto, o país vem registrando um aumento nos casos de obesidade e de doenças causadas por maus hábitos alimentares, como a síndrome metabólica.

Padrões
Alguns especialistas temem que a medição compulsória da barriga tenha um efeito contrário ao desejado: um aumento do consumo de remédios e dos gastos com a saúde.

Mas para o diretor da Sociedade do Japão para Estudo da Obesidade, Yuji Matsuzawa, a medida é válida e torna o Japão “um dos primeiros países a se dedicarem nacionalmente à prevenção da síndrome metabólica”, disse ele ao jornal Asahi.

Com os exames de medição da circunferência da cintura , o governo quer controlar os custos do seguro-saúde no Japão, que totalizaram 3,31 trilhões de ienes (R$ 560 bilhões , 331 bilhões de dólares) no ano fiscal de 2005 e tendem a aumentar mais com o avanço da proporção de idosos na população.

Uma pessoa é considerada portadora da síndrome metabólica quando a medida da cintura excede o limite estabelecido e o indivíduo apresenta pelo menos dois sintomas, entre os quais pressão alta, índices elevados de mau colesterol ou de gordura e alto teor de açúcar no sangue.

O padrão japonês para identificar a doença foi estabelecido em abril de 2005 por um comitê formado por representantes de oito grupos de pesquisadores dedicados a várias especialidades médicas, como diabetes, obesidade e arteriosclerose. Outros países seguem outros critérios para definir a doença.

Fonte: BBC Brasil - 24 de março de 2008

Comentário
A obesidade é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como doença grave, que atinge proporções epidêmicas no mundo, e é fator de risco para doenças cardiovasculares, hipertensão, colesterol elevado e diabetes. Até mesmo graus leves de sobrepeso podem levar indivíduos a desenvolver doenças. Estima-se que, no Brasil, cerca de 40% da população está acima do peso ou é obesa.

A obesidade mata por ano, cerca de 300 mil pessoas nos Estados Unidos, e quase 100 mil no Brasil, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A secretaria de Saúde dos Estados Unidos calcula o custo econômico direto e indireto da obesidade, devido às doenças que causa (cardiovasculares, diabetes, câncer), em US$ 120 bilhões ao ano.
O tratamento relacionado a obesidade custa tanto ou mais do que doenças causadas por envelhecimento, fumo e bebida, segundo pesquisa européia. É responsável por dois por cento da despesa de saúde nacional na Austrália e na França, mais de três por cento no Japão e Portugal e quatro por cento na Holanda

Principais doenças associadas à obesidade em adultos:

Doenças cardiovasculares:
Vários fatores de risco: excesso de peso, hipertensão arterial, estresse, sedentarismo, diabetes, fumo, elevação do colesterol, hereditariedade, idade, sexo (a incidência é maior entre os homens) e menopausa.

Diabetes tipo 2:
Atinge, em sua maioria, pessoas com mais de 40 anos, obesas e que tenham parentes de primeiro grau diabéticos. Os sintomas do diabetes tipo 2, às vezes, demoram a aparecer, por isso a importância de se realizar os exames de rotina para um diagnóstico precoce: quanto mais cedo for descoberta, mais eficaz é o tratamento.

Hipertensão arterial - É a chamada pressão alta.
Fatores de risco: pessoas com excesso de peso, vida sedentária, que consomem sal em excesso e que têm casos na família. Se não for controlada, pode danificar órgãos nobres como o coração, cérebro e rins, acelerar o processo de endurecimento e entupimento das artérias (a chamada aterosclerose).
Estima-se que a obesidade seja responsável por um terço dos casos. O risco de ser hipertenso aumenta 50% em pessoas com sobrepeso. Perder dez quilos reduz em 26% o risco de ter pressão alta. Para o sucesso do tratamento, o hipertenso deve chegar ao peso ideal.

Outras doenças
Outras doenças também estão associadas à obesidade, como algumas formas de câncer, doenças respiratórias, cálculo biliar e doenças ósteo-articulares. Existe ainda o aspecto psicológico, relacionado à estigmatização do obeso, o que leva a quadros depressivos, diminuição da auto estima e do relacionamento social.

Calcule o seu Índice de Massa Corporal (IMC)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/corpo/2001-calculadora_imc.shtml

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posted by ACCA@5:30 PM