Califórnia enfrenta terceiro ano de seca
A exemplo de São Paulo, o mais populoso estado americano, a
Califórnia, também enfrenta um longo período de estiagem que ameaça o
abastecimento de água da população.
Há 3 anos, o estado tenta evitar os efeitos do pior período
de seca de sua história, obrigando o governo local a tomar medidas drásticas
para conservar recursos hídricos e reduzir o desperdício, em uma campanha que
inclui a aplicação de multas diárias a quem cometer ilegalidades relacionadas
ao uso de água.
A primeira foto é de 20 de julho
de 2011. A segunda, de 19 de agosto de 2014. Terceiro ano consecutivo de seca obrigou
o estado a tomar medidas drásticas para economizar água (Foto: Justin Sullivan/Getty Images North
America/AFP)
ESTIAGEM
Com 37,6 milhões de habitantes, a Califórnia tem registrado
queda nos níveis de chuva e, consequentemente, a redução dos níveis de seus
rios e reservatórios. De acordo com o Centro Nacional de Mitigação à Seca dos
Estados Unidos;
■81% do território enfrenta estiagem extrema e
■58,4% do estado vivem dias de seca excepcional –
classificação mais grave, segundo o órgão americano.
MULTAS
O governador declarou em janeiro situação de emergência e
pediu à população que reduzisse em 20% o consumo de água, no intuito de evitar
racionamento.
Em julho, ficou determinado que, por nove meses, quem
utilizasse água potável para lavar calçadas e regar gramados ou lavasse carros
com mangueira sem controle de vazão, e fosse flagrado, poderia ser multado em
US$ 500 por dia e que as agências responsáveis pelo abastecimento em condados e
cidades tinham que apresentar planos de segurança hídrica. Quem não cumprisse a
ordem estaria sujeito a multa de US$ 10 mil diários.
DESCONTOS E APELO DE CELEBRIDADES
Outra campanha desenvolvida concede desconto na conta de
água de quem retirar voluntariamente o gramado de suas casas durante a seca, a
fim de evitar o uso de água para regar a grama e outras plantas. Segundo o
governo, até agosto já foram pagos US$ 42,9 milhões em descontos a quem aderiu
à medida.
Foram criados ainda dois portais na internet, um que
atualiza a população sobre o estágio da seca e outro que conscientiza os
usuários sobre a necessidade de economizar água, além de dar dicas de redução
do desperdício.
O “saveourwater.com” (salve nossa água, na tradução do
inglês) apela para vídeos com artistas, como o apresentador Conan O’Brien e os
cantores Lady Gaga e Sammy Hagar, ex-integrante da banda Van Halen.
ECONOMIA DE ÁGUA
Segundo o governo da Califórnia, desde que as medidas foram
implementadas, 11,5% das moradias e fábricas instaladas no estado aderiram à
economia de água. Em julho passado, o índice era de 7,5%. Em algumas áreas,
como na região do Rio Sacramento, a população conseguiu economizar 22,6% em
relação ao volume gasto em períodos de não escassez.
Mesmo assim, 10 dos 12 principais reservatórios do estado
estão com níveis inferiores a 50% – alguns têm apenas 11% da capacidade de
abastecimento – e houve 59 decretos de emergência requisitados por cidades,
como a turística Santa Barbara, e condados.
SECA
Max Gomberg, Conselheiro para Mudanças Climáticas e Recursos
Hídricos da Califórnia, disse que a seca já desempregou 17 mil pessoas no setor
agrícola, impactou na biodiversidade e deu prejuízo econômico de US$ 2,2
bilhões.
Segundo ele, a população entende a gravidade da crise e as
ações para conservação da água desde que o poder público dê o alerta sobre o
que está acontecendo. "A imposição de restrições é eficaz se o público
entende que é necessária", explica.
Em comunicado divulgado pelo departamento de recursos
hídricos do estado norte-americano, Felicia Marcus, presidente do Conselho
estadual de água, afirma que muitas comunidades da Califórnia têm respondido
seriamente à seca e tornando a conservação da água como prioridade. O aumento é
uma coisa boa. “No entanto, enquanto não tivermos chuva, teremos que continuar
a economia”, explica Felícia. Fonte: G1-23/10/2014
Vídeo:
Comentário: A diferença entre um Estado que tem consciência da
gravidade da situação que coloca em prática medidas de emergência e o nosso que
fica torcendo para São Pedro.
No Brasil, especificamente São Paulo as autoridades
esperaram que São Pedro abrisse a torneira
do céu, mas falhou. Os meteorologistas disseram que a chuva deveria chegar, mas estão dizendo desde setembro mas
estamos quase em novembro. A estação chuvosa de outubro a março de 2015, não está
ocorrendo. Houve até a convocação dos Deuses da Chuva, também falharam. Parafraseando o “o rei está nu” agora as autoridades
perceberam que a água está secando; no início a vaidade, a política, a
presunção predominaram na questão da água, não vai faltar, tem água para todo mundo, etc.
Agora diante da fragilidade do sistema, defrontam com a realidade, procurando
efetuar planejamento de emergência durante a crise.
Confiamos na sorte, afinal Deus é brasileiro? O desastre
será arquivado na memória dos brasileiros. Como dizem alguns especialistas; a seca
só acontece a cada 3 mil anos? Entramos no ciclo do esquecimento.
"Planejamento de resposta de emergência é uma parte essencial da gestão de um sistema de água potável.
A maioria dos sistemas públicos de água tem emergências
operacionais de rotina, como rupturas de tubulações, mau funcionamento da
bomba, contaminação por coliformes e quedas de energia. Estes são gerenciáveis,
se o sistema de água tem um plano de emergência que pode ser colocado em ação
rapidamente. Mais graves são as emergências não-rotineiras que podem
resultar de atos intencionais de sabotagem, vazamentos de produtos químicos,
inundações, terremotos, vendavais, ou secas, que podem afetar drasticamente o
sistema e a comunidade".Fonte:
Emergency Response Planning Guide for Public Drinking Water Systems- Washington
State Department of Health
Marcadores: Meio Ambiente
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