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terça-feira, junho 14, 2011

EUA definem formol como agente cancerígeno

Comunicado do governo americano afirma que substância usada em alguns alisamentos para cabelos, esmalte para unhas e perfumes provoca câncer

O governo americano definiu a substância formaldeído (base do formol), usada em alguns produtos para alisamento de cabelos, esmalte para unhas, perfumes e placas de madeira, como causadora de câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já classifica a substância como agente cancerígeno desde 2004.

OUTRAS SUBSTÂNCIAS
Em alerta, o Departamento de Saúde dos Estados Unidos ainda apontou o estireno, conhecido como benzina de vinil e presente em copos e plásticos de papel, como um potencial causador da doença. Outros sete produtos químicos foram listados como prováveis cancerígenos, entre os quais o ácido aristolóquico, encontrado em plantas usadas em fórmulas contra artrite.

As advertências mais recentes dos EUA estão no 12º relatório preparado por uma equipe de toxicologistas do Instituto Nacional de Saúde, que teve o cuidado de atrasar a divulgação em um mês para antes informar os setores industriais afetados. Assim como as versões anteriores, esta também abriu uma controvérsia com o Conselho Químico Americano, organização empresarial que rejeitou as conclusões.

O relatório, entretanto, tem sido historicamente avaliado com respeito. O de 2000 alertou os fumantes passivos sobre os riscos de desenvolverem câncer. Em 2005, a naftalina foi apontada como potencial cancerígeno.

O relatório de 2011 apontou riscos maiores às pessoas em contato freqüente com o formaldeído e o estireno, como funcionários de salões de beleza e de indústrias de manufaturas de plástico, do que aos usuários finais desses produtos. Porém, recomendou aos consumidores americanos a diminuição da exposição a essas substâncias e lhes sugeriu observar a presença de formaldeído em suas fórmulas antes de comprar e usar um produto.

Alisamento brasileiro. Pelo menos dois Estados americanos - Illinois e Oregon - e um organismo federal já haviam emitido alerta sobre o produto Brazilian Blowout Acai Professional Smoothing Solution, fabricado por uma empresa da Califórnia, por seus níveis de formaldeído acima dos recomendados.

Trata-se de um composto usado para alisamento temporário de cabelos, em um processo similar ao da popular "chapinha japonesa". O relatório apontou efeitos como dor de cabeça, vômito e ataque de asma em funcionários de salões expostos ao produto. Também registrou casos de câncer na passagem nasal e de leucemia em embalsamadores de corpos - prática comum antes de funerais nos EUA. O alerta ressaltou haver maior evidência de o formaldeído causar tumor do que o estireno.

Fonte: Estadão- 13 de junho de 2011

Comentário:
O que é o formol?
O formol, também conhecido por formaldeído, formalina ou aldeído fórmico. O formaldeído é encontrado em muitos produtos utilizados todos os dias ao redor da casa, como anti-sépticos, medicamentos, cosméticos, sabão líquido para máquinas de lavar louça, amaciantes de roupas, tapetes agentes sapato-cuidado, limpeza, colas e adesivos, vernizes, papel, plásticos e alguns tipos de produtos de madeira.

O formaldeído é usado em muitas indústrias. Ele é usado na produção de fertilizantes, papel, madeira compensada, e resinas de uréia-formaldeído. Ela está presente no ar em fundições de ferro. É também usado na produção de cosméticos e de açúcar, em fluidos de perfuração de poços na agricultura como conservante de grãos e de sementes, na indústria da borracha na produção de látex, em curtimento de couro, na preservação da madeira e na produção de filmes fotográficos. O formaldeído é combinado com o metanol e amortecedores para tornar fluido de embalsamamento. O formaldeído é também utilizad0 em muitos hospitais e laboratórios para preservar amostras de tecido.
Fonte: Toxicological Profile for Formaldehyde, 1999, Agency for Toxic Substances and Disease Registry United States Public Health Service

QUESTÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE
Trabalhadores podem ser expostos durante a produção direta, tratamento de materiais e produção de resinas. Profissionais da área da saúde, técnicos de patologia e histologia, professores e estudantes que manuseiam espécimes preservados estão potencialmente em alto risco de exposição. Consumidores podem receber exposição através de materiais de construção, cosméticos, móveis e produtos têxteis.

A exposição de curta duração pode ser fatal, entretanto o limiar de odor é suficientemente baixo para que a irritação dos olhos e membranas mucosas ocorram antes destes níveis serem alcançados. Exposições de longa duração a baixas concentrações de formaldeído podem causar dificuldade respiratória, enfisema e a sensibilização. O Formaldeído em concentrações acima do limite é classificado como carcinogênico humano e têm sido relacionados com câncer dos pulmões e nasal e com possível câncer no cérebro e leucemia.

NO BRASIL A ANVISA EMITIU ALGUMAS RESOLUÇÕES PROIBINDO ESSA SUBSTÂNCIA
■ Em 2008, a Anvisa proibiu o uso de formol na composição dos saneantes. O Formaldeído, conhecido como formol, não poderá mais ser utilizado na composição dos saneantes (produtos usados na limpeza e na conservação de ambientes, como detergentes, desinfetantes e alvejantes, por exemplo), de acordo com a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O formol foi classificado como carcinogênico (causador de câncer), de acordo com a Monografia nº 88 publicada pela IARC (Agência Internacional de Pesquisa do Câncer) em 2006.
■ A Anvisa publicou uma resolução (RDC 37/2008) que proibiu o uso de pastilhas contendo o formaldeído ou o paraformaldeído nos processos de desinfecção e esterilização de artigos médico-hospitalares. Esses produtos costumavam ser usados nos equipamentos de esterilização. A medida foi tomada porque existem no mercado opções de esterilização de materiais que oferecem maiores vantagens e um processamento mais seguro.
■ Alisante de cabelo
Foi publicada a Resolução RDC 36, de 17 de junho de 2009, que proibiu a comercialização do formol em estabelecimentos como drogarias, farmácias, supermercados, empórios, lojas de conveniências e drugstores. A finalidade dessa Resolução é restringir o acesso da população ao formol, coibindo o desvio de uso do formol como alisante capilar, protegendo a saúde de profissionais cabeleireiros e consumidores. Dados recebidos pela Anvisa mostram que as notificações de danos causados por produtos para alisamento capilar triplicaram no 1º semestre de 2009 em comparação com todo o ano de 2008, sendo que na maioria dos casos há suspeita do uso indevido de formol (e também de glutaraldeído) como substâncias alisantes.

O uso do formol como alisante capilar não é permitido pela Anvisa, pois esse desvio de uso pode causar sérios danos ao usuário do produto e ao profissional que aplica o produto, tais como: irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, queda do cabelo, ardência e lacrimejamento dos olhos, falta de ar, tosse, dor de cabeça, ardência e coceira no nariz, devido ao contato direto com a pele ou com vapor. Várias exposições podem causar também boca amarga, dores de barriga, enjôos, vômitos, desmaios, feridas na boca, narina e olhos, e câncer nas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe, traquéia e brônquios), podendo até levar a morte.

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posted by ACCA@4:26 PM

1 Comments:

At 9:57 PM, Blogger Leti said...

depois que eu fiz a japonesa meu couro cabeludo cossa muito ,mas, eu tenho grande quantidade de caspa será a caspa ou tem alguma coisa a ver com o alisamento???

 

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