Rompimento do mineroduto da Anglo American em Minas Gerais
CENÁRIO
O
Mineroduto do Sistema Minas-Rio conta com mais de 133 mil toneladas de aço e 44
mil tubos. A estrutura possui 529 km e capacidade para transportar 26,5 milhões
de toneladas por ano de minério de ferro.
É o maior
do mundo em extensão com 529 km e é uma das maiores obras de engenharia da
América Latina, concluído em 2014. A estrutura transporta minério de ferro do
município mineiro de Conceição do Mato Dentro ao Porto do Açu, em São João da
Barra, no Rio de Janeiro, atravessando 33 cidades.
O
mineroduto foi escolhido por ser de alta confiabilidade, provocar baixos
impactos ambientais, ter baixo custo operacional e de manutenção, especialmente
se comparado com o de outras alternativas, como a ferroviária.
A
estrutura conta com uma linha tronco com 529 km de extensão em tubos de aço do
tipo API 5L-X70 - aço carbono de alta resistência, duas estações de
bombeamento, localizadas em Conceição do Mato Dentro (MG) e Santo Antônio do
Grama (MG), e uma estação de válvulas, localizada em Tombos (MG). Além disso, o
mineroduto possui 10 estações de monitoramento de pressão (PMS) e oito leitos
de anodo, que compõem um sistema de proteção catódica contra corrosões.
O
transporte do minério de ferro tem início na área da planta de beneficiamento,
em Alvorada de Minas (MG), por meio do impulsionamento da polpa de minério por
bombas de pistão, que são de alta pressão. As duas estações de bombas oferecem
apoio a esse transporte, que demora cerca de 6 dias para ser concluído a uma
velocidade de 6 km/h. A polpa é transportada com 68% de sólidos a uma pressão
de 18 Mpa na saída da estação de bombas 1 (EB1) e 20 Mpa na estação de bombas 2
(EB2). A estação de válvulas tem a função de corrigir a pressão do sistema de
bombeamento para que a polpa chegue no terminal de minério de ferro do Porto do
Açu na velocidade correta.
Embora
tenha sido enterrado em cerca de 99% de sua extensão, o mineroduto conta com
obras especiais: 11 furos direcionais (HDDs), cinco túneis, além de 21
passagens aéreas. “Optamos por construir o mineroduto com essas obras devido à
composição topográfica da região, por diminuir o impacto ambiental e por serem
métodos menos destrutivos”, explica o diretor de Projetos da Unidade de Negócio
Minério de Ferro Brasil da Anglo American, Alberto Vieira.
A
Anglo American extrai minério de ferro em Conceição do Mato Dentro, onde ele é
misturado com água para produzir uma polpa. Esse material é bombeado para o
mineroduto, que passa em Santo Antônio do Grama. No Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), o
minério de ferro é separado da água e embarcado em navios para exportação. A
água eliminada é tratada e jogada no mar.
Para
a construção do mineroduto, foram realizadas inicialmente obras de
terraplenagem – um volume de 25 milhões de m³ - para aplainar e aterrar a
região. A implantação do modal logístico foi iniciada em 2010. Para a linha
tronco de 529 km, a Anglo American utilizou cerca de 44 mil tubos, com tamanho
médio de 12 metros e diâmetros de 24” e 26”, fabricados no Brasil, Japão e
Argentina. Os tubos possuem 16 tipos diferentes de espessura, revestimento
externo em tripla camada de polietileno e declividade máxima de 15%.
Uma
grande parte da obra de implantação da tubulação do mineroduto foi o trabalho
de solda. Os tubos são soldados, têm as suas juntas revestidas para
posteriormente serem enterrados. Foram feitas 43.774 soldas.
TRANSMISSÃO
DE DADOS
No
que diz respeito à transmissão de dados ao longo do mineroduto, foi implantado
um sistema de fibra óptica, capaz de suportar canais de voz, dados e vídeo.
Além disso, a estrutura conta com um sistema SCADA (Supervisão e Aquisição de
Dados), que permite operação local ou a distância via cabo óptico; sistemas de
detecção de vazamento, de gestão de qualidade ambiental, segurança e saúde
ocupacional.
DADOS
MINERODUTO PROJETO MINAS-RIO
Extensão
529 km
■1
linha tronco com 529 km de extensão em tubos de aço com revestimento externo em
tripla camada de polietileno e declividade máxima de 15%.
■2
estações de bombeamento - EB-1 (8 bombas) e EB-2 (10 bombas).
■1
estação de válvula - EV.
■11
furos direcionais - extensão total = 5.206 m.
■5
túneis – extensão total = 2.396 m.
■21
passagens aéreas – extensão total = 1.510 m.
TELECOMUNICAÇÕES
E SISTEMAS DE CONTROLE DE MANUTENÇÃO
■Sistema
de fibra óptica – principal meio de comunicação ao longo do mineroduto que é
capaz de suportar canais de voz, dados e vídeo.
■Proteção
catódica – controla a resistividade elétrica da tubulação.
■Estações
de monitoramento de pressão – onde ocorre o controle de pressão e temperatura
durante a operação.
■Sistema
SCADA (Supervisão e Aquisição de dados) – via cabo óptico que permite operação
local e ou a distância.
■Sistema
de detecção de vazamento – realiza análise dos dados do SCADA e os compara com
os do mineroduto (detecção acontece entre 2 e 10 minutos).
DADOS
ADICIONAIS
■ Transporte
da polpa - 2105 m³/h - Vazão máxima com 68% de sólidos e uma pressão de 18 Mpa
na EB1 e 20 Mpa na EB2.
■ 1,6m/s
- Velocidade mínima da polpa para não decantar.
■ 92
horas para a polpa percorrer o mineroduto.
VAZAMENTO
DO MINERODUTO
O
QUE HOUVE?
No dia
12 de março, às 7h42 da manhã, a Anglo American identificou um problema no
mineroduto que transporta sua produção de minério de ferro de Minas Gerais ao
Rio de Janeiro, em um ponto na área rural de Santo Antônio do Grama (MG). Houve
vazamento de polpa em um dos córregos da região. A polpa consiste em 70% de
minério de ferro e 30% de água, sendo classificada pela NBR 10.004, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como resíduo não perigoso.
A
polpa vazou durante 25 minutos. A quantidade de material disperso foi de
aproximadamente 300 toneladas – volume de um caminhão fora de estrada. Assim
que identificou o vazamento, a empresa iniciou as ações emergenciais para
garantir as medidas de controle e mitigação dos impactos socioambientais.
VÍTIMAS
Não
houve vítimas em decorrência do ocorrido.
MEIO
AMBIENTE
De
acordo com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, o Ribeirão Santo Antônio
tem 21 quilômetros de extensão e é um afluente da margem direita do Rio Casca
e, portanto, um subafluente da Bacia Hidrográfica do Rio Doce.
Cerca
de sete quilômetros dos rios Santo Antônio e Rio Casca foram afetados pela
polpa de minério.
Sobrevôo
realizado na manhã de terça-feira, 13 de março, por técnicos da Secretaria de
Estado e Meio Ambiente (Semad) verificou que os materiais mais pesados da polpa
estão sedimentados no leito do Ribeirão Santo Antônio, que passa pela cidade.
Entretanto,
outra camada mais fina da polpa se concentra no leito do Rio Casca e foi
diluída na água. Uma equipe formada por setores de Fiscalização e do Núcleo de
Emergência Ambiental (NEA) continuam monitorando a situação nos mananciais.
Em
nota, a Semad ainda informa que “medidas administrativas estão sendo
determinadas para cessar o vazamento, manter o monitoramento da situação e
garantir o abastecimento de água à população”.
CAMINHO
DA LAMA DE MINÉRIO
Os
sedimentos que vazaram do mineroduto percorreram aproximadamente 7 quilômetros,
nesses dois cursos d’água. O material mais pesado se sedimentou no leito do
Ribeirão Santo Antônio, passando pela cidade de Santo Antônio do Grama. Já o
material mais fino chegou a atingir o Rio Casca, porém bastante diluído.
ABASTECIMENTO
DE ÁGUA
A
captação de água foi interrompida pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais
(Copasa). Segundo a companhia, o abastecimento foi interrompido às 10h,
segunda-feira, antes da chegada da
mancha de minério ao ponto de captação no córrego Santo Antônio, o que ocorreu
às 13h.
Segundo
a Semad, a mancha de contaminação deve atingir o curso d’água no município de
Rio Casca. A Anglo American está monitorando a qualidade da água superficial em
10 pontos no ribeirão Santo Antônio, até o Rio Casca, abaixo do ponto de
captação da Copasa. Também está sendo realizado o acompanhamento dos sedimentos
em 30 pontos no Ribeirão Santo Antônio. Foram colocadas barreiras no ribeirão
Santo Antônio a fim de conter o material que está depositado no curso d’água.
Na
noite de segunda-feira, a cidade já estava sendo abastecida por meio de
caminhões-pipa disponibilizados pela mineradora. “A água está sendo
transportada da estação de tratamento de Rio Casca para a estação de Santo
Antônio do Grama que, por enquanto, é a única afetada. Mas o ribeirão Santo
Antônio deságua do rio Casca e a previsão é de que a polpa do minério chegue lá
até a madrugada de amanhã (terça-feira)”, explica o coordenador da Defesa Civil
de Santo Antônio do Grama, Gilvan de Assis.
Entre
as medidas anunciadas pela mineradora estão implantação de filtros ao longo do
rio para conter sedimentos, construção de uma bacia de contenção e
monitoramento da qualidade da água em 30 locais.
Quanto
ao abastecimento de água, a Copasa e a Anglo American decidiram construir uma
adutora no ribeirão Salgado, para que Santo Antônio do Grama tenha uma fonte
alternativa de captação. A obra deve ser entregue em três dias.
O
secretário de Administração da Prefeitura de Rio Casca, informou na noite de terça-feira (13) que o rejeito de minério já
chegou ao ponto de captação de água para abastecimento da cidade.
RESTABELECIMENTO
DO ABASTECIMENTO
O
abastecimento de água foi restabelecido nesta quinta-feira (15) em Santo
Antônio do Grama, na Região da Zona da Mata, de acordo com a Companhia de
Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
A
Copasa também informou que o abastecimento de água em Rio Casca, a quase 19
quilômetros de distância de Santo Antonio do Grama, foi normalizado.
PLANO
DE AÇÃO
O
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e a Secretaria de Estado de Meio
Ambiente (Semad) enviaram equipes técnicas ao local, para avaliar a qualidade
da água e, juntamente com a empresa, com a prefeitura e com a Defesa Civil da
cidade, montarem um plano de ação. “Só depois dessa análise será possível dar
uma previsão do tempo que vai levar para normalizar o abastecimento. A empresa
adiantou que isso pode demorar de dois a três dias”, ressalta o coordenador da
Defesa Civil de Santo Antônio do Grama, Gilvan de Assis.
MONITORAMENTO
DA ÁGUA
O
monitoramento da qualidade da água continua sendo feito em 17 pontos do
ribeirão Santo Antônio do Grama e do Rio Casca, até o ponto de confluência com
o Rio Doce. Nas coletas, são apurados dados em tempo real, tais como pH,
oxigenação, temperatura, dentre outros, além de dados que seguem para análise
laboratorial. Os primeiros resultados das análises laboratoriais ficarão
prontos na semana que vem.
POPULAÇÃO
AFETADA
19
mil pessoas
INTERRUPÇÃO
DA OPERAÇÃO
As
atividades na mina e na usina, em Conceição do Mato Dentro, foram paralisadas
até que as causas do acidente sejam esclarecidas.
LIMPEZA
DO RIO
A empresa começou, (15/03), a limpeza da calha
do ribeirão Santo Antônio do Grama (MG) e suas margens. Dois caminhões, um
hidrovácuo e outro supervácuo, fazem a sucção da polpa de minério acumulada nas
margens da calha e no fundo do leito. Paralelamente, uma equipe especializada
começou a retirar e transportar esse material, que será depositado na barragem
da estação de bombas e, mais tarde, reutilizado.
CONSTRUÇÃO
DE UMA ADUTORA
A
empresa concluiu em 16 de março, a obra
da adutora definitiva do ribeirão Salgado que passa a abastecer a Estação de
Tratamento de Água (ETA) de Santo Antônio do Grama.
Mais
de 20 pessoas trabalharam ininterruptamente, o que garantiu a execução da
benfeitoria no prazo de 48 horas. Agora, estão sendo realizados testes que
habilitarão o funcionamento da estrutura. A adutora é uma alternativa de
captação de água para a população de Santo Antônio do Grama, mesmo quando o
ribeirão Santo Antônio do Grama estiver apto a receber novamente a captação.
SUBSTITUIÇÃO
DA TUBULAÇÃO
A
completa substituição do segmento será concluída no domingo (18/08), obedecendo todas as
condições de engenharia e de segurança
Após
o evento, foram realizadas inspeções em diversos trechos do mineroduto, por
meio de ultrassom, que é uma tecnologia de alta precisão, e foi confirmada a
integridade do duto em todo o trecho inspecionado. As inspeções foram feitas por empresa
independente, certificada e reconhecida internacionalmente. A retomada das
operações apenas será programada quando as condições de segurança estiverem
garantidas.
MINERODUTO SE ROMPE PELA SEGUNDA VEZ
O
novo vazamento foi detectado no início da noite de quinta-feira, 22 de março, próximo o local da primeira ocorrência.
De
acordo com a empresa, o novo vazamento foi identificado por volta das 18h55,
próximo à estação de Bombas 2. O vazamento durou aproximadamente cinco minutos
e já foi estancado. Não houve feridos. As operações da empresa estão
paralisadas. As autoridades e órgãos competentes já foram avisados. A empresa
está mobilizando todos os esforços para ação imediata de resposta ao incidente.
O rompimento atingiu uma fazenda, além do
Ribeirão Santo Antônio, na Zona da Mata mineira. .
De
acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), além de 174 toneladas de polpa de minério que foram
despejadas no curso d'água, 470 toneladas atingiram áreas do entorno. Cerca de
174 toneladas caíram no córrego Santo Antônio, mesmo córrego anterior. E, como
o vazamento foi muito próximo do córrego, parte do minério ultrapassou o
córrego e atingiu uma fazenda vizinha. É uma área pequena, mas é uma área que a
gente vai ainda recuperar, explicou o presidente da empresa.
ZONA
AFETADA
Pelo
córrego, o minério se espalhou por 11 km e a captação de água para o
abastecimento da cidade foi interrompida. Durante três dias, os moradores
dependeram de caminhões-pipa da mineradora, até que uma nova adutora fosse
instalada em outro córrego, o Salgado.
Foi
essa mudança que, no segundo rompimento, evitou que a falta de água se repetisse.
Segundo órgãos ambientais, os últimos testes no córrego atingido indicam que a
qualidade da água voltou aos patamares exigidos por lei.
CAUSA
DO ROMPIMENTO
A
Anglo ainda não sabe o que levou ao rompimento. Muito provável é defeito de
fabricação dos dutos, já que as trincas, nos dois casos, apareceram na solda
longitudinal, ou seja, na junção das duas pontas de uma chapa para que se torne
um tubo.
Os
dois dutos também pertenciam ao mesmo lote e estavam logo na saída de uma
estação de bombas, onde a pressão no mineroduto é elevada. No momento do
rompimento, porém, a pressão era de 180 kgf/cm³, abaixo do limite de 210
kgf/cm³.
O
presidente da Anglo no Brasil, Ruben Fernandes, não quis revelar o nome do
fabricante responsável pelos tubos com defeito, mas disse que apenas 2% do
mineroduto foi fabricado por essa
empresa e que a extensão do lote é menor ainda.
SUSPENSÃO
DA ATIVIDADE
A
Anglo American anunciou na tarde de
sexta-feira, 23 de março, férias coletivas e a suspenção das atividades. As férias
coletivas vão atingir a mina e a planta de beneficiamento em Conceição do Mato
Dentro, na Região Central de Minas. Ainda não há definição de quantos
empregados do total de cerca de 2,5 mil serão impactados. A empresa espera
voltar a operar em cerca de 30 dias, disse o presidente da empresa.
SUSPENSÃO
DA LICENÇA AMBIENTAL
Logo
após o vazamento, o Ibama suspendeu a licença ambiental do mineroduto. O
primeiro rompimento aconteceu no dia 12 de março, durou cerca de 45 minutos e
despejou 300 toneladas de polpa no ribeirão.
ABASTECIMENTO
O
coordenador da Defesa Civil de Santo Antônio do Grama, Gilvan de Assis, disse
que a população foi alertada para não usar a água do Ribeirão Santo Antônio,
que foi atingido pela polpa de minério. Ele diz que a água se tornou avermelhada.
Após o primeiro vazamento, a captação passou a ser feita no Ribeirão Salgado,
segundo a Copasa.
MEIO
AMBIENTE
A
mineradora disse ainda que o vazamento não provocou mortandade de peixes. A
previsão da empresa é que em até 45 dias a limpeza da calha do rio seja
concluída.
PRODUÇÃO
PARADA
O
presidente da mineradora afirmou que, com a suspensão das atividades, a empresa
terá que reprogramar as entregas, pois não há mais estoque de minério no Porto
do Açu, em São João da Barra (RJ). Fernandes disse que a previsão para produção
neste ano era de 13 milhões de toneladas, mas agora este número será revisto.
“Nós tínhamos estoque no porto quando do
primeiro incidente, cerca de 15 dias ou um pouco mais. Esse estoque foi
consumido, ou seja, não tivemos nenhum impacto em clientes até agora. Com essa
parada maior, com certeza, vamos ter um
impacto nos próximos embarques. Comunicamos aos clientes para reprogramar esses
embarques. Assim que tivermos retomado a capacidade produtiva, seja em 30
[dias] ou em pouco mais, é possível
reprogramarmos os embarques com os
clientes ao longo do ano”, afirmou.
INSPEÇÃO
DA TUBULAÇÃO
O
mineroduto só poderá operar novamente depois de uma inspeção que será feita ao
longo de toda sua extensão – 529 quilômetros a partir de Conceição até o Porto
do Açu (RJ). “Houve a troca de tubulação e dos tubos adjacentes depois do
primeiro incidente. Testes mostraram que as operações podiam ser retomadas com
confiança”, disse o presidente da Anglo no Brasil, Ruben Fernandes. O segundo
vazamento ocorreu no mesmo dia em que a mineradora havia retomado as
atividades, depois de 15 dias parada em virtude do primeiro incidente.
A empresa
fará uma inspeção por todos os 529
quilômetros do mineroduto e as trincas que provocaram os dois vazamentos de polpa
de minério foram em peças diferentes da tubulação do mineroduto e o rompimento de quinta-feira foi a cerca de 400 metros do
primeiro, afirmou presidente. Vamos passar o PIG para garantir a integridade do
mineroduto e ter a operação extremamente segura. A máquina chamada PIG (medidor de integridade
do duto) vai percorrer a tubulação por dentro, enviando dados, que após análise, aponta defeitos como
corrosão ou perda de espessura. Apesar da complexidade do trabalho, o
presidente mantém a previsão de 90 dias,
mas diz que um cronograma ainda será planejado disse o presidente..
CAUSAS
PROVÁVEIS
Informação
foi divulgada pela Secretaria de Meio Ambiente de MG e confirmada pela
mineradora. Os dois vazamentos de minério foram registrados em Santo Antônio do
Grama.
A
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad)
informou, na manhã de sábado (31), que os dois vazamentos foram provocados por uma falha nas soldas e
que os dois tubos que se romperam são do mesmo lote. A mineradora confirmou a
causa dos incidentes e disse que, agora, será investigado o que gerou as
falhas.
MULTAS
AMBIENTAIS
O
Ibama multou na terça-feira, 10 de abril, a mineradora em R$ 72,6 milhões por
dois rompimentos no mineroduto que transporta polpa de minério de ferro de
Minas Gerais ao Rio de Janeiro.
Os
dois vazamentos, ocorridos em 12 e 29 de março, lançaram juntos 947 toneladas
de minério de ferro na região de Santo Antônio do Grama (MG), a 230 quilômetros
de Belo Horizonte, segundo o Ibama. .
NO
TOTAL;
■ Foram
aplicadas cinco multas à mineradora. Três delas são pelo primeiro vazamento: R$
12,55 milhões por poluição que pode resultar em dano à saúde humana, R$ 15
milhões por poluição da água e interrupção do abastecimento da cidade e R$
12,55 milhões pelo lançamento de minério de ferro no ambiente.
■ As
outras duas multas, pelo segundo rompimento, são de R$ 17,5 milhões por
poluição e R$ 15 milhões pelo lançamento de minério.
PREJUIZOS
E INTERRUPÇÃO
Após
o segundo rompimento, o Ibama determinou a suspensão das atividades do
mineroduto até que uma inspeção comprove a segurança do sistema, o que, na
estimativa da mineradora, vai levar 90 dias.
A
Anglo anunciou que a volta das operações do mineroduto deve ocorrer de forma
gradativa somente no último trimestre deste ano. E o impacto afetará quase a
totalidade dos lucros em comparação com 2017.
Em
Conceição do Mato Dentro (MG), ponto de partida do mineroduto após extração e
do minério, 766 dos 1.474 funcionários estão na pausa forçada de 30 dias desde
o dia 17. A mineradora já apresentou uma proposta de suspensão de contratos
para o período pós‑férias.
Já
em São João da Barra (RJ), onde o minério é escoado, metade dos 240
trabalhadores da Ferroport, joint venture entre a Anglo e a Prumo que opera as
atividades no Porto do Açu, entraram em férias coletivas na terça (24 de
abril).
A
empresa diz que a paralisação vai durar 30 dias, mas a expectativa na região é
que o prazo seja estendido. Na cidade, mais 80 trabalhadores da Anglo saem de
férias.
Além
de inspecionar o duto, a mineradora é responsável por reparar os danos
ambientais dos vazamentos —o prazo é 31 de maio. Para isso, a Anglo diz ter
mobilizado 300 trabalhadores terceirizados e R$ 60 milhões.
Cerca
de 26% do minério expelido pelos dutos foi para o córrego Santo Antônio. A
maior parte atingiu uma barragem da Anglo —o que acabou suavizando o impacto— e
áreas de pasto. O trabalho braçal, com pás e enxadas, ou mecânico, com
caminhões de sucção, é retirar o minério grudado nas margens e no leito do rio.
PREJUIZOS
Empresa
A
estimativa é que cerca de 3 milhões de toneladas deixem de ser comercializadas
por conta da paralisação nesses 90 dias. Devido a paralisação, a empresa
sofrerá um impacto de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões.
CIDADES
A cidade
de Conceição do Mato Dentro foi a primeira a sentir as consequências econômicas
da paralisação. O comércio prevê queda de 25% a 30%.
Em
São Joaquim da Barra, a prefeitura estima perda de arrecadação de R$ 1,3 milhão
por mês , o equivalente a cerca de 5,5% de sua receita média mensal de 2017.
O
TAMANHO DO PREJUÍZO
Os
vazamentos aconteceram em 12 e 29 março;
■ Vazou
um total de 1.860 toneladas de polpa de minério de ferro (minério misturado com
água) —492 t no ribeirão Santo Antônio; 895 t em barramento da Anglo; 473 t em
áreas de pasto
■A
principal consequência é a interrupção do abastecimento de água em Santo
Antônio do Grama, que agora capta água de outro rio não atingido. Os níveis de
turbidez do ribeirão Santo Antônio estão voltando ao normal, mas é preciso
retirar o minério espalhado por sua margem e calha.
■ Ainda
não são conhecidas as causas que levaram ao rompimento
■ Foram
aplicadas multas de R$ 125,6 mi aplicada pela Secretaria de Meio Ambiente de MG
e de R$ 72,6 mi pelo Ibama
INQUÉRITO
O
Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito para investigar as causas e
os estragos causados ao meio ambiente pelo vazamento em uma tubulação da
mineradora Anglo American, Santo Antônio do Grama, na Zona da Mata mineira.
Fontes:
Anglo American Brasil , Folha de São Paulo, G1 MG, O Tempo, EM, 13.março a .27 de abril de 2018
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