Robô autônomo para inspeção em águas profundas é inovação brasileira
FlatFish, desenvolvido pelo Instituto SENAI de Inovação em
Automação da Produção em parceria com a Shell, é capaz de planejar e executar
missões para verificar dutos de exploração de petróleo no fundo do mar
O Brasil já produz inovação de nível internacional que
poderá se tornar importante ferramenta de exploração de petróleo e gás em águas
profundas. Um dos mais importantes projetos da rede nacional de Institutos
SENAI de Inovação, o Flatfish é um robô completamente autônomo desenvolvido
para inspeção visual em 3D de alta resolução.
INVESTIMENTO E PARCERIA
O equipamento, com investimento de R$ 40 milhões, foi feito
em parceria pelo Instituto SENAI de Inovação em Automação da Produção, sediado
no campus integrado do SENAI-Cimatec em Salvador, com a petroleira
multinacional Shell e o Instituto Alemão de Pesquisa em Inteligência Artificial
DFKI.
INOVAÇÃO: ESTAÇÃO SUBMARINA SUBAQUÁTICA
A grande inovação do FlatFish é que o robô ficará em uma
estação submarina subaquática, em um tempo estimado entre três e seis meses sem
necessidade de emergir. O equipamento é capaz de fazer, de forma autônoma, o
planejamento e executar uma missão de inspeção de dutos de exploração de
petróleo. O veículo sai da estação submarina, é capaz de se desviar de
eventuais obstáculos no percurso, por meio de sonares, coleta os dados de
inspeção e os envia a equipamentos que são acompanhados por um operador na
superfície.
“Um dia será possível operar instalações de petróleo em
profundidade e distâncias inalcançáveis comumente pelo homem. Soluções desse
tipo, de robótica autônoma, que possam sobreviver em um ambiente inóspito, como
o fundo do mar, são importantíssimas”, analisa o diretor do Instituto SENAI de
Inovação em Automação da Produção, Dr. Herman Lepikson.
REDUÇÃO DE CUSTOS DE OPERAÇÃO
Com o equipamento, é possível reduzir custos de operação de
missões de inspeção, que atualmente envolvem o envio a alto mar de embarcações
com grandes equipes. Estima-se que uma operação desse tipo custe cerca de US$
500 mil por dia. Além disso, garante maior segurança operacional, pois dispensa
o uso de mergulhadores, e maior proteção ao meio ambiente, com a inspeção
regular dos dutos de exploração para evitar vazamentos de óleo.
“Esse equipamento é
uma necessidade da indústria de óleo e gás. O que o FlatFish tem capacidade de
fazer hoje é realizado por um grupo de até 250 pessoas. O robô fará inspeções
frequentes no fundo do mar, proporcionando que o custo de toda essa operação
caia muito, para algo estimado em cerca de US$ 100 mil por mês”, explica
Antônio Mendonça, líder técnico do SENAI-Cimatec, responsável pelo controle da
operação do projeto FlatFish.
TESTES
A segunda etapa do projeto, na qual foram feitos testes no
mar, foi realizada em um barco laboratório especialmente criado para o Flatfish.
A embarcação comportava um elevador para acesso de um pesquisador cadeirante,
um refeitório e áreas de descanso. A estrutura permitia a uma equipe de 17
pessoas – engenheiros, técnicos e cientistas da computação – permanecer até
cinco dias em alto mar sem retornar à costa, na Marina Aratu, na cidade de
Simões Filho, região metropolitana de Salvador. Desde o início do projeto, em
2013, cerca de 30 pessoas participaram do seu desenvolvimento.
FINANCIAMENTO
O projeto contou com financiamento da Empresa Brasileira de
Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), e apoio da Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Fonte: Agência de Noticias- CNI-21 de Junho de 2017
Marcadores: Inovação, Tecnologia