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segunda-feira, outubro 30, 2023

SECA HISTÓRICA AGORA AFETA TODAS AS 62 CIDADES DO AMAZONAS

 
A seca histórica de 2023 agora afeta todas as 62 cidades do Amazonas. Segundo a Defesa Civil do Estado, a estiagem atinge diretamente mais de 600 mil pessoas.

Das 62 cidades que compõem o Amazonas, 60 estão em emergência, incluindo Manaus. Curso d'água que banha a capital, o Rio Negro, passa pela pior seca em 121 anos de medição.

Na quinta-feira (26), Apuí e Presidente Figueiredo, as únicas que permaneciam com o status de "normalidade" até então, decretaram situação de alerta e entraram para a lista de municípios afetados pela seca.

A previsão da Defesa Civil do Estado é que essas duas cidades passem a integrar a relação de municípios em emergência, nos próximos dias. As prefeituras dos dois municípios já entraram com o pedido junto ao órgão e, segundo a instituição, só estão cumprindo exigências burocráticas.

Para entrarem terem o pedido aceito, as prefeituras precisam comprovar, entre outras informações, o número de pessoas afetadas nas cidades.

A partir de dados coletados junto aos municípios, a Defesa Civil do Amazonas estima que 608 mil pessoas são afetadas pela estiagem até o momento. Essas pessoas pertencem a 152 mil famílias.

MANAUS

Em Manaus, a seca é a pior em 121 anos. A cota do Rio Negro na quinta-feira (26) está em 12,70m, a menor já registrada desde 1902, quando começaram as medições do volume do rio. O recorde de alta foi de 30,02 metros em 16 de junho de 2021.

O cenário coincide com o momento em que se intensifica o fenômeno El Niño, caracterizado pelo enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) e pelo aquecimento anormal das águas superficiais da porção leste da região equatorial do Oceano Pacífico. Essas mudanças na interação entre a superfície oceânica e a baixa atmosfera ocorrem em intervalos de tempo que variam de três a sete anos e têm consequências no tempo e no clima em diferentes partes do planeta. Isso porque a dinâmica das massas de ar no Oceano Pacífico adota novos padrões de transporte de umidade, afetando a temperatura e a distribuição das chuvas.

Para o géografo Marcos Freitas, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), só o El Niño não explica a situação do Rio Negro. Segundo ele, há indícios de que a estiagem no Amazonas está relacionada com o aquecimento global do planeta. Isso porque as chuvas na região do rio são formadas sobretudo pelos deslocamentos de massas de ar provenientes não do Oceano Pacífico, mas do Atlântico.

SECA NO AMAZONAS

A seca tem afetado comunidades inteiras. Em Manaus, lagos secaram na área urbana e o Rio Negro se afastou da orla da cidade.

Em Parintins, a área rural da ilha é a mais afetada. De acordo com a Defesa Civil de Parintins, 32 comunidades estão em situação de difícil acesso ou em completo isolamento.

São Gabriel da Cachoeira é outra cidade que sofre com racionamento de energia, encarecimento de alimentos e desabastecimento.

FIM DA SECA

A estiagem já encerrou na calha do Rio Solimões, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB), antigo CPRM. Influenciado pelas águas do Rio Solimões, o Rio Negro depende da subida das águas no Peru e na tríplice fronteira, onde está situada a cidade de Tabatinga.

Com a retomada do processo de cheia no Rio Solimões, o Rio Negro reduziu o ritmo de descida em Manaus, nos últimos três dias e chegou a estabilizar entre quinta (26) e esta sexta-feira (27). Fontes: g1 AM - 27/10/2023 ; Agencia Brasil -26/10/2023

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posted by ACCA@5:28 PM