SECA HISTÓRICA AGORA AFETA TODAS AS 62 CIDADES DO AMAZONAS
Das 62 cidades que compõem o
Amazonas, 60 estão em emergência, incluindo Manaus. Curso d'água que banha a capital,
o Rio Negro, passa pela pior seca em 121 anos de medição.
Na quinta-feira (26), Apuí e
Presidente Figueiredo, as únicas que permaneciam com o status de
"normalidade" até então, decretaram situação de alerta e entraram
para a lista de municípios afetados pela seca.
A previsão da Defesa Civil do
Estado é que essas duas cidades passem a integrar a relação de municípios em
emergência, nos próximos dias. As prefeituras dos dois municípios já entraram
com o pedido junto ao órgão e, segundo a instituição, só estão cumprindo
exigências burocráticas.
Para entrarem terem o pedido
aceito, as prefeituras precisam comprovar, entre outras informações, o número
de pessoas afetadas nas cidades.
A partir de dados coletados
junto aos municípios, a Defesa Civil do Amazonas estima que 608 mil pessoas são
afetadas pela estiagem até o momento. Essas pessoas pertencem a 152 mil
famílias.
MANAUS
Em Manaus, a seca é a pior em
121 anos. A cota do Rio Negro na quinta-feira (26) está em 12,70m, a menor já
registrada desde 1902, quando começaram as medições do volume do rio. O recorde
de alta foi de 30,02 metros em 16 de junho de 2021.
O cenário coincide com o
momento em que se intensifica o fenômeno El Niño, caracterizado pelo
enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) e pelo
aquecimento anormal das águas superficiais da porção leste da região equatorial
do Oceano Pacífico. Essas mudanças na interação entre a superfície oceânica e a
baixa atmosfera ocorrem em intervalos de tempo que variam de três a sete anos e
têm consequências no tempo e no clima em diferentes partes do planeta. Isso
porque a dinâmica das massas de ar no Oceano Pacífico adota novos padrões de
transporte de umidade, afetando a temperatura e a distribuição das chuvas.
Para o géografo Marcos
Freitas, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), só o El
Niño não explica a situação do Rio Negro. Segundo ele, há indícios de que a
estiagem no Amazonas está relacionada com o aquecimento global do planeta. Isso
porque as chuvas na região do rio são formadas sobretudo pelos deslocamentos de
massas de ar provenientes não do Oceano Pacífico, mas do Atlântico.
SECA NO AMAZONAS
A seca tem afetado
comunidades inteiras. Em Manaus, lagos secaram na área urbana e o Rio Negro se
afastou da orla da cidade.
Em Parintins, a área rural da
ilha é a mais afetada. De acordo com a Defesa Civil de Parintins, 32
comunidades estão em situação de difícil acesso ou em completo isolamento.
São Gabriel da Cachoeira é
outra cidade que sofre com racionamento de energia, encarecimento de alimentos
e desabastecimento.
FIM DA SECA
A estiagem já encerrou na
calha do Rio Solimões, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB), antigo
CPRM. Influenciado pelas águas do Rio Solimões, o Rio Negro depende da subida
das águas no Peru e na tríplice fronteira, onde está situada a cidade de Tabatinga.
Com a retomada do processo de
cheia no Rio Solimões, o Rio Negro reduziu o ritmo de descida em Manaus, nos
últimos três dias e chegou a estabilizar entre quinta (26) e esta sexta-feira
(27). Fontes: g1 AM - 27/10/2023 ; Agencia
Brasil -26/10/2023
Marcadores: Meio Ambiente

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