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quarta-feira, outubro 05, 2022

INCÊNDIO EM CASA DE REPOUSO EM SÃO PAULO DEIXA SEIS MORTOS

 As chamas começaram durante a madrugada, no Lar da Vovó, no sábado, 10 de setembro, na zona leste. Segundo a Polícia Militar, os bombeiros só foram acionados por volta das 7h, quando já não havia mais fogo.

Pela proporção, um cômodo completamente consumido e outros com sinal de avanço de fumaça e de gases aquecidos, esse incêndio não se deu em curto espaço de tempo", afirmou Aaran Barbosa, capitão do Corpo de Bombeiros.

VÍTIMAS: No local foram localizadas oito vítimas, sendo seis mortas e duas feridas. Entre os mortos, um foi encontrado carbonizado e cinco em rigidez cadavérica. Dentre os mortos, cinco idosos que moravam no local e uma cuidadora. Duas mulheres que ficaram feridas sofreram com inalação de fumaça e foram socorridas ao Hospital Geral de São Mateus.

CAUSA PROVÁVEL: Curto-circuito

DEPOIMENTO DA TRAGÉDIA: "Era um quarto dos fundos, então, talvez, pra parte da frente da casa , os vizinhos não tenham percebido um sinal. E todas as pessoas que estavam na residência faleceram, inclusive a cuidadora que estava lá , tomando conta daqueles idosos. Então eu acredito que eles tenham sido pegos de surpresa, talvez estivessem dormindo e quando acordaram não tiveram tempo hábil de pedir socorro, principalmente por causa da fumaça", disse a delegada Juliana Barbosa Menezes.

DANOS MATERIAIS: A Defesa Civil constatou que o incêndio se concentrou em um dos cômodos, causando danos na laje, que apresenta abaulamento (expansão). Os demais cômodos não apresentaram danos estruturais.

INTERDIÇÃO: A casa de repouso foi interditada na segunda-feira  (12) pela Defesa Civil. Os técnicos precisam avaliar as condições do sobrado e saber se suas estruturas foram abaladas pelo fogo.

A medida foi tomada 'em virtude do risco existente na continuidade do uso do imóvel nas atuais condições, importando grave ameaça à integridade física de seus ocupantes, de seus vizinhos ou dos transeuntes'".

INQUÉRITO POLICIAL: A Polícia Civil investiga as causas e as eventuais responsabilidades pelo incêndio . Fontes: g1 SP e TV Globo — 10/09/2022 e 12/09/2022

Comentário

Entenda como o corpo reage à fumaça de um incêndio

Mais de 90% das vítimas morreram por intoxicação respiratória, segundo os bombeiros. Os médicos explicam o que a inalação de uma grande quantidade de fumaça provoca no corpo humano.

O ar entra pela boca ou nariz, passa pela traqueias, vai para os brônquios e chega aos alvéolos, que ficam no final do pulmão. É através dessas células que ocorrem as trocas gasosas: o oxigênio entra no sangue e o gás carbônico é retirado. Esse processo respiratório é muito rápido, dura menos de um segundo.

Quando inalamos fumaça, ela faz o mesmo caminho do oxigênio e demora o mesmo tempo para chegar aos pulmões. A primeira reação do nosso corpo é combater essas substâncias tóxicas. As células de defesa começam a liberar enzimas, só que elas atacam as próprias células do pulmão, onde estão as substâncias tóxicas. A parede do alvéolo se rompe e, onde deveria haver ar, passa a haver sangue. A consequência disso é que não entra mais oxigênio e a pessoa morre.

“Dificilmente alguém resistiria mais do que alguns minutos. Três, quatro, cinco minutos já deve gerar uma asfixia, dependendo da quantidade e da temperatura da fumaça já pode ser suficiente para a pessoa perder o sentido e vir a falecer”, explica Carlos Carvalho, diretor da divisão de pneumologia do Incor.

Os médicos de São Paulo dizem que, além do fator tóxico, outro agravante é o calor. A fumaça quente aumenta os danos nas vias respiratórias. Eles dizem que os sobreviventes que não foram hospitalizados devem ficar atentos com os sinais de irritação. Essas pessoas podem desenvolver, em até cinco dias, doenças perigosas como a bronquiolite e a pneumonia.

“O pulmão demora dias, talvez semanas, para poder sair desse quadro respiratório. A fase aguda demora de uma a três semanas para o organismo se recuperar. Enquanto isso, o organismo precisa ser ventilado muitas vezes de forma artificial na terapia intensiva”, acrescenta Carlos Carvalho. Fonte: G1 - 27/01/2013  

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