Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

terça-feira, agosto 04, 2020

A GIGANTESCA CRATERA DE BATAGAIKA, NA SIBÉRIA, SE EXPANDE EM MEIO A ONDA DE CALOR RECORDE




















As temperaturas recordes do verão na Sibéria estão abrindo a gigantesca cratera de Batagaika, que os locais chamam de "porta de entrada para o submundo", em um ritmo sem precedentes, dizem os cientistas.
A cratera de Batagaika, na república siberiana de Sakha, a leste da Sibéria, surgiu na década de 1960, depois que a floresta na área foi desmatada, fazendo com que a terra afundasse. Atualmente, a maior  cratera do  mundo, com cerca de 1 km de comprimento e 100 metros de profundidade, continua a crescer em tamanho e profundidade à medida que a mudança climática provoca derretimento acentuado da camada de permafrost da região.

O diâmetro de Batagaika  está avançando de 12 a 14 metros por ano, segundo o pesquisador Frank Guenther da Universidade de Potsdam. Antes de 2016, avançava 10 metros por ano, ele disse.
À medida que a cratera se expande, cientistas e arqueólogos estão descobrindo restos bem preservados de animais e plantas que foram extintos desde a Era do Gelo. O local também oferece informações sobre 200.000 anos de dados climáticos.

Kseniia Ashastina, paleobotânica do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, disse à revista Science que grupos indígenas locais temem a cratera, dizendo "ela está comendo suas terras, engolindo árvores e lugares sagrados".

As notícias foram divulgadas quando as regiões ártica e siberiana da Rússia, já estão se aquecendo a uma taxa mais rápida do que o resto do mundo, enfrentam uma onda de calor histórica no verão acompanhada de incêndios florestais, derramamentos de combustível, perdas de colheita por seca..
A cidade de Verkhoyansk, localizada a 75 quilômetros de Batagaika é  um dos lugares mais frios habitados da Terra, viu temperaturas atingir 38 graus Celsius, a temperatura mais quente já registrada no Ártico, em junho.

No final de maio, um tanque de combustível de uma subsidiária da Norilsk Nickel vazou 21.000 toneladas métricas de diesel em um rio perto de Norilsk, o que foi descrito como o pior derramamento de combustível de todos os tempos no Ártico. A empresa vinculou o vazamento ao derretimento do permafrost sob os pilares de suporte do tanque, o que causou a ruptura do tanque.

À medida que as temperaturas continuam a subir, os cientistas dizem que os processos induzidos pelas mudanças climáticas, como a cratera em expansão de Batagaika, ficarão ainda mais intensos.
A cobertura de gelo no Oceano Ártico atingiu o nível mais baixo esse ano em 15 de julho, de acordo com o Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo, com a costa da Sibéria mais atingida. A Passagem Nordeste, rota marítima que liga a Europa à Ásia, estava livre de gelo há duas semanas. No ano passado, demorou até o final de agosto para que a cobertura de gelo da rota derretesse.

Os devastadores incêndios florestais de verão vistos no leste da Sibéria e no Extremo Oriente russo nos verões recentes, provocados por invernos quentes e secos, liberam “fuligem escura e carvão vegetal que absorvem o calor e aceleram o derretimento”, escreveu a revista Science.
E à medida que o permafrost derrete, também libera metano e outros gases de efeito estufa, adicionando mais combustível ao aumento acelerado das temperaturas. Fonte: The Moscow Times - terça-feira, 4 de agosto de 2020

Comentário: O permafrost ou pergelissolo é o tipo de solo encontrado na região do Ártico. É constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados (do inglês perma = permanente, e frost = congelado, ou seja: solo permanentemente congelado). Esta camada é recoberta por uma camada de gelo e neve que, se no inverno chega a atingir 300 metros de profundidade em alguns locais, ao derreter-se no verão, reduz-se para de 0,5 a 2 metros, tornando a superfície do solo pantanosa, uma vez que as águas não são absorvidas pelo solo congelado. Fonte: Wikipédia

Marcadores:

posted by ACCA@9:19 PM