Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

sábado, novembro 04, 2017

Incêndio na Chapada dos Veadeiros

CENÁRIO
■Chapada dos Veadeiros
A Chapada dos Veadeiros abriga o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, localizada ao Norte de Goiás.  Foi criado em 1961, o parque foi declarado Patrimônio  Natural da Humanidade em 2001. Em junho de 2017, um decreto ampliou a área do parque de 65 mil para 240 mil hectares. O espaço tem por objetivo a conservação, a pesquisa científica, a educação ambiental e a visitação pública.

POR QUE A CHAPADA DOS VEADEIROS É IMPORTANTE?

Foto - Focos de incêndio na Chapada dos Veadeiros entre os dias 17 e 24 de outubro
■É formada por diversas formações vegetais, nascentes de rios e rochas de mais de um bilhão de anos.
■O cerrado é um dos ambientes mais antigos do planeta, com mais de 2 bilhões de anos.  
■´E considerado o berço das águas, porque abriga três aquíferos: o Guarani, o Urucuia e o Bambuí em três regiões próximas ou dentro da Chapada.
■É bioma de maior formação vegetal da América do Sul, perdendo apenas para a Amazonas.
É a maior reserva de cerrado do mundo, com 240 mil hectares.
■No cerrado estão 62% das cavernas brasileiras (cerca de 4 mil), que ajudam a água da chuva ir para o lençol freático.           
■Abriga nascentes de seis das oito bacias hidrográficas brasileiras: Araguaia, Tocantins, Atlântico Norte, Nordeste, Bacia do Parnaíba, São Francisco, Atlântico Leste, Bacia do rio Paraná
■Possui uma das maiores biodiversidades do mundo.          

QUANDO O INCÊNDIO COMEÇOU?
O incêndio na Chapada dos Veadeiros começou no dia 12 de outubro e foi controlado no dia 16. No dia seguinte, novos focos surgiram em uma área às margens da GO-118, após a região dos aceiros, que funcionam como uma barreira para evitar as chamas.  

INÍCIO DO FOGO

Foto-Chamas atravessaram rodovia GO 239, que liga a cidade de Alto Paraíso ao vilarejo de São Jorge

Tatagiba, afirma que o início do fogo foi um ato criminoso. Segundo ele, não existe a possibilidade de combustão espontânea na região. Tatagiba disse, ainda, que 100% dos incêndios na seca no Cerrado são provocados pelo homem.
Tatagiba explica que a principal causa de incêndios são os raios, que ocorrem nos períodos de chuva. Não existe combustão espontânea no cerrado. Incêndios iniciados nessa época do ano têm sempre origem humana. Se alguém faz uma queimada e ela foge ao controle, transformando-se a em incêndio, isso já é caracterizado como um crime.


ÁREA QUEIMADA
Pelos menos 25% do parque já havia sido queimado, 64 mil hectares.  
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), duas linhas de fogo já foram controladas: uma na região do Rio das Cobras e outra próximo ao Morro da Baleia. As equipes seguem combatendo outras duas linhas.

Foto- Incêndio é visto durante a noite em Alto Paraíso (GO).


AJUDA DA POPULAÇÃO
Moradores da região de São Jorge e Alto Paraíso de Goiás estão se organizando para ajudar quem trabalha no parque armazenando donativos recebidos. Uma equipe separa os alimentos, monta os kits e, depois, os distribui para os brigadistas.


RECURSOS DISPONÍVEIS NO COMBATE ÀS CHAMAS
Mais de 200 brigadistas e voluntários trabalham para combater as chamas na unidade, com aviões e helicópteros. A Força Aérea Brasileira (FAB) também cedeu um avião Hércules para ajudar no trabalho, despejando água sobre os focos de incêndio. Além do combate, as equipes fazem trabalho de orientação e fiscalização para evitar que pessoas coloquem fogo na mata.

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
■Avião AirTtractor  com capacidade de 3 mil litros de água.  
■Abafadores e bombas d'água
■Turbo-sopro, trata-se de um soprador ultra-potente que consegue apagar as chamas com a força do ar - o mesmo usado em alguns parques para limpar folhas.
Segundo os brigadistas, a eficiência do equipamento é equivalente ao trabalho de cerca de dez pessoas com abafadores.
■ avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB). A aeronave é equipada com um sistema de combate a incêndio constituído de dois tubos em sua porta traseira que, a uma altitude de cerca 45 metros podem despejar água nas áreas em chamas.
A aeronave comporta cinco tanques de água, dois tubos que se projetam pela porta traseira do avião e pode levar até 12 mil litros de água.  São necessários, em média, 30 minutos para reabastecimento de água.

CONDIÇÕES AMBIENTAIS
A estiagem prolongada além do normal, altas temperaturas, ventos noturnos e o relevo acidentado contribuíram para que o fogo atingisse proporções alarmantes.

EDIFICAÇÕES DANIFICADAS
Pelo menos quatro construções foram danificadas,: dois chalés de uma pousada, uma casa de veraneio e a sede de uma fazenda. Dois dos 11 chalés da Pousada Aldeia da Lua foram queimados.

INCÊNDIO CONTROLADO
A queimada está controlada segundo o chefe da reserva, Fernando Tatagiba. Apesar disso, o fogo ainda não foi totalmente extinto e as equipes seguem no combate e monitoramento na região. A chuva que caiu no sábado (29 de outubro) ajudou no trabalho.
“O fogo está controlado. O sobrevoo na região e também o monitoramento em solo mostram isso. Mas as equipes seguem em campo. A chuva não está constante, mas ontem o volume foi bom. Por isso, estamos mantendo pessoas ainda nas frentes de combate”, informou o chefe do parque.
O último levantamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aponta que 68 mil hectares do parque foram atingidos pelas queimadas. “A cobertura de nuvens atrapalha a fazer uma nova medição. Mas um bom sinal é que não existem mais pontos de calor nos mapas”, contou.

IMPACTO AMBIENTAL
O ICMBio estima que algumas partes da vegetação do parque vão demorar mais de um ano para poder se recuperar do incêndio. "A parte mais rasteira da vegetação, as áreas de campo limpo, campo sujo, já começam a se regenerar seis meses após as primeiras chuvas. Cerca de 80% dessa parte já volta ao normal nesse período. Dentre de um ano e meio, o restante se regenera", explicou Christian Berlinck.
Além disso, apesar de não terem sido encontrados animais silvestres mortos, os danos às próximas gerações dos bichos preocupam as autoridades ambientais.
“Algumas espécies têm o período de ninhada em setembro. Com esse incêndio, muitos desses ninhos podem ter sido atingidos e, com isso, a próxima geração desses animais fica comprometida. Porém, os indivíduos adultos, conseguem fugir. Sabemos que no ano que vem pode não haver uma renovação das espécies, mas, depois disso, surgirão outras ninhadas e, com isso, outros animais”, explicou o chefe do parque, Fernando Tatagiba.
A Nasa ressalta que o cerrado, "do qual o parque nacional da Chapada é uma pequena porção", é a savana com a maior riqueza biológica do planeta e representa uma "área ecologicamente importante não só para o Brasil como para o mundo, com 10 mil espécies de planta - 45% delas únicas à região".

REABERTURA DO PARQUE
Segundo o chefe do parque, a previsão é que a reabertura para visitação aconteça nesta semana. "A perspectiva é de reabertura já a partir de quarta-feira (1º de novembro), véspera de feriado. Então, os visitantes são muito bem vindos ao Parque nacional e à Chapada dos Veadeiros", disse.  “É uma boa notícia, para que os turistas possam vir visitar a Chapada e para que as cidades da região também ganhem um fôlego, com a volta do fluxo de turistas”, destacou. Fonte: @ZR, G1 GO-24 a 30/10/2017, O Popular - 25/10/2017; ICMBio, Ministério do Meio Ambiente, 26/10/2017.


Utilização do soprador

Marcadores:

posted by ACCA@5:50 PM