Os fatores de explosão do silo DeBruce
Há
dois modelos básicos para explicar uma catástrofe acidental como ilustrado na
figura 1/1A.
O NEGATIVO
E a mais comum explicação é que um evento inexplicável, aleatório e
imprevisível (como o bote de uma
serpente) controlado para iludir ou penetrar na vasta complexidade das medidas preventivas
que foram planejadas e colocadas em práticas através da história para prevenir sua ocorrência. Este ponto de
vista é de longe o mais comum. É mantido pelos jornais, por políticos, e pelo
público geral. Produz a freqüente e a incrédula pergunta? ”Como no mundo
poderia acontecer ainda tal coisa?”.
O segundo modelo, em contraste direto ao primeiro, propõe que
tal desastre é “um evento evidentemente bem sucedido, projetado e permitido por
decisões gerenciais que põem no lugar todos os componentes necessários”.
Esta perspectiva positiva opõe-se a idéia que qualquer um deve ser
surpreendido ou mistificado pelo evento. Apesar de tudo, foi projetado para
acontecer!
Figura 1A-explosao
Quando o último fator necessário foi colocado no lugar, a catástrofe
ocorreu de acordo com a programação, com o resultado que podia e deveria ter
sido prontamente previsto e esperado. Nenhuma atribuição a “um ato de Deus”
aqui.
O
primeiro modelo comumente provoca uma resposta histérica, irracional, e reação
intempestiva. Medidas supostamente corretivas, algumas que podem mesmo agravar
a situação, mais adiante.
Sem reconhecimento de que tais perdas provavelmente possam continuar,
até que seja empregada uma perspective geral de perda, um outro remendo é
colado em um balão de escape (o autor explica, enquanto não analisar de forma
global as perdas, as correções serão feitas por tentativas).
Por outro lado, o segundo modelo não atribui catástrofe para deliberar
intenção ou planejamento diabólico pelos responsáveis pela decisão. Em vez disso,
propõe que as decisões que coletivamente provocaram o desastre foram
estabelecidas numa base individual, separada, não coordenada. Cada decisão foi
uma gota d’água colocada num copo d’água e a última gota fez com o que o copo
transbordasse. Ninguém viu as gotas como uma “carga”. Não houve nenhum ponto de
vista abrangente que permitisse que as gotas fossem vistas simultaneamente e
sistematicamente.
A explosão do silo da empresa DeBruce ocorreu justamente de acordo com
qualquer outra explosão de silo. A respeito da causa, era idêntica a todas as
outras. Cada uma necessita cinco coisas para acontecer simultaneamente. Em 8
junho 1998 em Wichita, os cinco fatores exigidos mostraram às 9 h 20 min,
porque uma série de decisões da gerência da empresa permitiu sua ocorrência.
Importante perceber, todos os cinco fatores estão sempre presentes
em qualquer silo de grão, mas não no mesmo momento, na mesma posição no
interior do silo. A chave para evitar
uma explosão, então, é para prevenir o fator concorrente.
Um
modelo conveniente e relevante para discutir os cinco fatores exigidos para
explosão de um silo é conhecido como “pentágono da explosão”.
Seus cinco lados são;
1-
combustível (grão em pó),
2 –
oxidante (ar),
3 –
contenção do combustível e oxidante em confinamento (silo),
4 -
dispersão do combustível no ar, e
5 -
ignição.
O
COMBUSTÍVEL (PÓ) – O PRIMEIRO LADO DO PENTÁGONO DA EXPLOSÃO
A
fonte de força compacta que destruiu o silo era nada mais do que finas
partículas de grão. Estas partículas são comumente referidas como pó de grão.
Entretanto, esta terminologia tem criado e difundido confusão e equívoco, mesmo
entre aqueles que trabalham em silos. Muitos acreditam que o pó significa a
sujeira mineral, tanto quanto aqueles que encontrariam ao redor dos seus lares.
Afinal, pano de chão, pano de pó são artigos comuns nos lares. Esta
confusão é aumentada na indústria de
grão porque a manutenção apropriada de um silo é chamada de limpeza
(housekeeping). Conseqüentemente, uma das distinções mais importantes a ser
feitas para evitar explosões é reconhecer o caráter mortal do pó.
O açúcar em pó, leite em pó e o carvão em pó são termos comuns, mas de
algum modo o grão pulverizado tornou-se conhecido como pó de grão (partículas
sólidas produzidas por ruptura mecânica de sólidos ou atritos). Assim somente
para finalidade de compreensão, combustível é discutido como pó de grão.
O pó de grão é criado por esforços mecânicos
que são colocados na semente durante o processo de manipulação
(incluindo a secagem). É simplesmente partículas minúsculas do pericarpo ou
pele que envolve o grão. Sob um microscópio, esta pele assemelha-se a escama de
peixe. Quando o grão é mexido ou agitado, aquelas escamas são desgastadas por
atritos e tornam-se livre como pó de grão.
O processo de manipulação de grão inicia, certamente no campo, onde os
grãos são removidos de seu formato de crescimento. E continua através de muitos
estágios antes que o grão alcance seu estado final de utilização. A quantidade
de pó produzido por cada etapa, provoca remoção de uma parcela do grão,
resultando numa leve perda de peso no volume do grão.
Vários desses estágios ocorrem no silo. Tipicamente a massa básica,
90% de partículas de pó têm um diâmetro inferior a 200 u (duzentos
micros ou 0,2 milímetros).
Num silo, este pó pode estar suspenso no ar, assentado em superfície
horizontal ou esteja aderindo às superfícies verticais. Pode estar facilmente
visível nas instalações ou escondidos em locais fora do campo de visão.
Há muito folclore na indústria de grão sobre “quanto de pó é
importante?”, que é crítico para reconhecer a base científica para seu
explosividade. Um dos critérios iniciais que devem ser estabelecidos é o estado
mecânico do pó, se está depositando ou aderindo às superfícies (passivas) ou se
está em suspensão, transportando por via aérea, (ativo).
A quantidade de combustível disponível é bem enganosa se esse depende
somente de quanto parece estar suspenso no ar. Por exemplo, somente 400 u
(quatrocentos micros) de pó depositado (passivo) apenas no piso em uma
sala, com pé direito de 2,40 m distribuído uniformemente em todo o volume da
sala é bastante para explodir a sala inteira.
E uma pequena quantidade deste pó pode ser distribuída em toda sala de
um pequeno volume e ainda produz uma mistura explosiva. Assim é importante
utilizar o conceito de densidade de carregamento (quantidade de composição de
propelente ou pirotécnico por unidade de volume expresso em g/cm3).
Se o pó está sempre em suspensão no ar (estado ativo), pelo critério
popular que tem sido largamente difundido, que talvez possa ser tão enganoso em
alertar os trabalhadores para o risco de explosão.
Um exemplo: “Se você não pode ver sua mão na frente de seu rosto, ele
pode ser perigoso?” Se uma pessoa estiver numa sala ou numa área confinada,
onde isto é verdadeiro, mais do que provavelmente o piso, as paredes, o teto, e
todas superfícies restantes são carregados com o pó depositado, esperando a
mais leve perturbação que converterá seu estado passivo ao estado ativo.
Infelizmente, mesmo as vozes profissionais acreditam ser confiável a
respeito das explosões de silos, continuam a expressar idéias e conceitos que
perpetuam o equívoco sobre o risco do pó.
Para ilustrar este ponto, Robert Shoeff, professor aposentado da
Universidade de Estado de Kansas,
conhecido como historiador de explosão de silo foi citado largamente
como dizendo, "o pó de grão que se encontra no silo é inofensivo”.
Lamentavelmente essa declaração é falsa e enganadora. Entretanto, ela
gera e reforça o descaso entre os proprietários, operadores, e os empregados
sobre o risco inerente de explosão de pó.
Sem nenhuma dúvida, o mais importante dos cinco fatores em explosões
de silo é o combustível, não apenas de sua prevalência, mas sua facilidade de
adaptação para manejo.
Figura 2-1 – OSHA -
Seu risco inerente é ignorado virtualmente na indústria de grão, com
muitos olhando, como impossível controlá-lo. A gerência da empresa tinha pleno
conhecimento do estado total de
descontrole do pó e ao mesmo tempo recusando reparar ou substituir
equipamento de controle de pó que estava com defeito.
Compreendendo o potencial incrível liberado numa explosão de pó, que
desafia a imaginação do homem comum.
As figuras 2-1, 2-2 2-3, devem ajudar em aumentar a consciência pública
das forças que se desencadeiam contra as estruturas de concretos, reforçado com
o aço, não somente em uma área localizada, mas totalmente na extensão da
estrutura compacta.
O
OXIDANTE (AR), O SEGUNDO LADO DO PENTÁGONO DA EXPLOSÃO
Está
também universalmente presente nos silos. É irmão gêmeo do combustível, eles
combinam para fornecer a mistura química mortal que levanta milhões de
toneladas verticalmente e é ouvida a 16 km de distância, como aconteceu em
Wichita.
Figura
2-2 – OSHA
Porque a maioria dos silos está raramente localizada
em altura elevada e a disponibilidade do oxigênio é adotada.
CONTENÇÃO – COMBUSTÍVEL E OXIDANTE
Os silos são talvez as estruturas ideais para explodir.
Primeiramente, seu projeto consiste uma quantidade de túneis
(como se fosse cano de uma arma, um tubo inteiriço de aço, destinado a receber o cartucho, resistir às
pressões geradas pela deflagração da carga, através do qual o projétil é
guiado, desde o momento que é disparado até o momento de sair do interior da
arma), galerias extremamente longas, corredores retos ou salas que parecem como uma arma.
Em segundo, muitos destes corredores, especialmente os túneis
subterrâneos e silos, têm somente únicas saídas, em suas extremidades. Em
outras palavras, eles permitem uma onda da explosão, uma vez que entra, não há
opção, com exceção para expandir e acelerar para cima ou para baixo pelo canal,
até as saídas nas extremidades, onde descarrega a força destruidora, provocando
os danos.
Figura 2-3 – OSHA – Danos no silo – extremidade Norte
Em terceiro lugar, estes vários túneis (canos de arma) geralmente
são conectados numa rede em que explosão e o fogo estão livres para entrar,
girar, expandir, acelerar e desintegrar alguma coisa que pretende contê-los.
Em quarto, todos estes túneis (canos de arma) estão carregados
todo tempo com uma incrível munição poderosa (seis vezes mais explosivo do que
a pólvora negra!).
Quinto, a construção do silo consiste geralmente concreto
reforçado que fornece resistência estrutural suficiente para permitir pressão
de impacto (condição resultante da ignição pré‑comprimida dos gases em
compartimento ou subdivisões, menos aqueles em que a ignição foi iniciadora)
que assim causa a propagação da explosão antes da desintegração em todas as
direções.
Assim o terceiro lado do pentágono da
explosão-contenção e confinamento da mistura poderosa,
combustível e oxidante (ao menos para as origens da explosão)
É profundamente acessível e pronto o tempo todo para a
explosão violenta. O silo da empresa DeBruce, devido ao seu tamanho e
complexidade, pode ter fornecido o exemplo clássico como a contenção inicial,
subitamente, transforma‑se em desintegração.
DISPERSÃO
DO COMBUSTÍVEL NO AR - O QUARTO LADO DO PENTÁGONO DA EXPLOSÃO, TRATA-SE DA
ASSOCIAÇÃO.
Os gêmeos,
combustível/oxigênio, devem ter a relação correta para cada um deles ser
perigoso. Ao contrário de outras misturas combustível-ar, onde a combinação do
combustível e o oxigênio pode ser tão rica (muito combustível) ou tão pobre
(pouco combustível) como a mistura, ar e combustível de um carburador de um
carro, o pó não tem nenhum limite superior de explosividade. Uma vez que a
proporção de pó para o oxigênio alcança o limite inferior de explosividade, os
resultados são inevitáveis e geralmente devastadores.
Uma explosão de pó inicial, entretanto
grande ou pequeno, exige combustível em suspensão (pó) para encontrar a
proporção adequada de oxigênio. Entretanto, a partir desse momento, a
quantidade de camada de pó (passivo) disponível no caminho da explosão tornará,
subitamente, dispersiva, inflamar-se-á, e continuará numa cadeia de explosões
sucessivas e cada vez mais severas, como ocorreu no silo da empresa DeBruce.
Este ponto crítico é ignorado, negado, ou
suprimido pelos gerentes do silo que acomodam com a existência de quantidades
excessiva de pó.
IGNIÇÃO - O QUINTO LADO
FINAL DO PENTÁGONO DA EXPLOSÃO
É geralmente reconhecido como importante. Entretanto,
seu papel na explosão, enquanto
necessária, não é necessariamente sua “causa” As fontes de ignição
fornecem a energia inicial exigida para conseguir uma reação química
auto-sustentável, tal como o processo de combustão de uma explosão de pó.
Mas deve ter em mente que a maioria, se não todo, as
fontes de ignição potenciais em uma explosão de pó têm energia distante em
excesso (vários ordens de magnitude) de energia mínima de ignição exigida para inflamar uma mistura ar e pó.
Uma fonte de ignição identificada não necessita
fornecer a ignição direta de uma explosão. Pode diretamente conduzir o fogo que
pode permanecer não detectado por horas, somente mais tarde, para agir como uma
fonte de ignição muito eficaz para uma explosão.
O aspecto mais original da ignição é que este final do
“efeito dominó” da figura 1-1 colocado em prática no lugar. Todos os outros
fatores do “efeito dominó” podem ter estado no lugar por anos, esperando esse
final.
A gerência pode intervir, todo o tempo, para examinar
ou modificar seu significado. Em contraste, a ignição é “a peça do dominó que
chega de surpresa” sem aviso ou possibilidade de intervenção.
Esta característica da surpresa, porque exclui de
imediato a neutralização, faz da ignição o “efeito dominó” com menos assunto
para predição e controle sistemático.
Pó exemplo, onde o relâmpago é uma fonte
de ignição, não há nenhuma possibilidade para a gerência controlá-lo. A única possibilidade de evitar a explosão
encontra-se em remover ou em modificar os outros fatores do “efeito dominó”, de
modo que o silo torna-se impermeável à ignição.
Esta característica original da ignição conduz ao erro
o mais sério para gerentes do silo, focalizando exclusivamente em fontes de
ignição para evitar explosões do silo. É compreensível que a ignição parece ser
a chave lógica e adequada para evitar a
explosão.
Certamente não há explosão que pode ocorrer sem
ignição. E os quatro outros fatores do “efeito dominó” são menos dramáticos.
Entretanto, eles parecem fixos e estáticos, enquanto as fontes de ignição
sozinhas são dinâmicas. Mas um daqueles quatro fatores restantes, o combustível
é também dinâmico em vez de estático. Entretanto, é totalmente controlado,
enquanto as fontes de ignição podem ser parcialmente identificadas, deixando-as
sozinhas controladas.
O pó, naturalmente, é como os passos de uma criança.
Apesar disso, o grupo está convencido inequivocamente que a prioridade mais
importante para evitar a ignição, deve ser atribuído à remoção do combustível
disponível (pó) se as explosões do silo devem ser prevenidas.
A causa da explosão do silo da empresa DeBruce não foi
a fonte de ignição. Foi a imensa quantidade de combustível residual existente
por toda a extensão do complexo do silo.
Fonte: @ZR, U.S. Department of Labor –
OSHA - Occupational Safety and Health Administration
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