Carro explode durante abastecimento de GNV em São Gonçalo
Durante um abastecimento de Gás Natural Veicular (GNV) no
posto Trevo, localizado na rua José M. de Campos, no bairro Columbandê, em São
Gonçalo, na noite de sábado, 08 de abril, um veículo explodiu e deixou feridos.
VÍTIMAS
A dona de casa Érica, de 27 anos, morreu dentro do veículo Space Fox.
O marido, Jorge, 35, que aguardava o abastecimento do gás do lado de fora do
carro da família, sofreu fraturas no rosto e mão direita, da qual perdeu ainda
um dos dedos.
Uma terceira vítima do acidente, identificada como Francisco,
foi atendida com escoriações leves na emergência do Hospital Estadual Alberto
Torres (Heat), bem próximo ao local da explosão, e liberado ainda no sábado.
A equipe de uma ambulância de uma empresa particular que
estava passando pelo local prestou os primeiros socorros aos feridos e os
encaminhou ao Heat. Segundo a direção do Heat, Jorge permanece internado na
unidade em estado estável.
DEPOIMENTOS
De acordo com o vendedor e irmão de Érica, Felipe, 28, o
carro havia sido comprado há pouco tempo pelo casal. “Eles compraram o carro
tem mais ou menos um mês. Mas não sei informar se já foi adquirido com o kit
gás ou se eles que mandaram instalar”, disse Felipe. Érica deixou dois filhos,
de 2 e 7 anos, que no momento do acidente estavam com uma cunhada. “Eles saíram
para ter um momento só deles”, completou Felipe. Ainda não há informações sobre
o sepultamento de Érica, que era moradora de São Gonçalo.
CAUSA DO ACIDENTE AINDA DESCONHECIDA
O que pode ter motivado a explosão não foi divulgado pela
polícia. Mas o delegado da 74ª DP (Alcântara) informou, através da assessoria
de imprensa da Polícia Civil, que além dos feridos, o gerente do posto também
será chamado para prestar depoimento. O carro da família foi rebocado para o
pátio do Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, onde foi realizada uma
perícia criminal, na manhã deste domingo.
IMAGEM DE SEGURANÇA
Um vídeo da câmera de segurança do posto mostra o momento da
explosão. Nas imagens é possível ver o motorista do veículo, fora do carro. Com
a explosão, ele é jogado longe e o frentista escapa milagrosamente.
SEIS CASOS SEMELHANTES EM SETE ANOS
Desde 2010 somando o ocorrido ontem, houve seis acidentes em
postos de gasolina, em São Gonçalo, com um saldo de duas pessoas mortas e 18
feridas. Os dois últimos anteriores aconteceram em 2013.
■
Em Tribobó, duas pessoas ficaram feridas após um cilindro de gás GNV explodir
no momento que era abastecido.
■
O segundo caso aconteceu próximo dali. Na RJ-104, altura do Colubandê, um
caminhão-tanque, carregado de etanol, explodiu quando descarregava o material
no posto. Ninguém se feriu.
■
Dois anos antes, mais dois acidentes. No Mutondo, uma jovem de 18 anos morreu e
outras seis pessoas, entre elas um bebê de apenas 1 ano, ficaram feridas na
explosão de um cilindro de gás GNV.
■
No bairro de Tribobó, três pessoas se feriram com a explosão do mesmo
equipamento. O Gol branco, onde estava o cilindro, ficou completamente
destruído. Uma Pálio, que estava a 200 metros do local, foi atingido pelos
destroços.
■
Em 2010, outro acidente com cilindro de gás GNV deixou feridos no município.
Desta vez, o acidente aconteceu no Arsenal, com uma Fiat Pálio Weekend. Cinco
pessoas ficaram feridas e tiveram de ser levadas ao hospital. A dona do posto,
que estava próxima ao veículo, foi arremessada a uma distância de quase cinco
metros.
SINDICATO COBRA
TREINAMENTO DOS FRENTISTAS
Ação pedirá a realização de curso de capacitação para os
empregados e a manutenção das instalações da empresa
O Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis de
Niterói e Região (Sinpospetro-Niterói), informou que vai entrar com ação no
Ministério Público do Trabalho de Niterói contra o Posto Osório, no bairro
Colubandê, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio.
Pedirá a realização de curso de capacitação previsto na
Norma Regulamentadora 20 (NR 20) para os empregados do posto e a manutenção das
instalações de distribuição de combustíveis da empresa. A rede de Postos Osório
já teve cinco acidentes nas bombas de combustíveis. Fonte: O São Gonçalo - 10/04/2017
Comentário:
GNV – FIQUE ATENTO AOS
PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA NA HORA DO ABASTECIMENTO
O gás natural é mais seguro que os combustíveis líquidos.
Por ser mais leve que o ar, dispersa-se rapidamente, evitando o acúmulo de gás
em caso de vazamentos.
O risco de combustão é menor, pois o gás só se inflama a
620°C, acima da temperatura de combustão do álcool (400°C) e da gasolina
(200°C). Outro aspecto é que durante seu abastecimento não há contato do
combustível com o ar, diminuindo a possibilidade de combustão.
A segurança do GNV, todavia, depende da estrita observância
às normas, inclusive na manutenção e durante o abastecimento. Apesar de o
abastecimento de veículos movidos a gás natural veicular, em postos de
combustíveis, ser bastante seguro, requer alguns cuidados, assim como o de
qualquer outro combustível.
MELHOR PRESSÃO
Muitos postos de combustíveis oferecem vantagens no
abastecimento de GNV, como a promessa de ter a melhor (maior) pressão da
região. É preciso ter cuidado, pois o que pode parecer uma vantagem, na verdade
está reduzindo a vida útil do kit instalado em seu veículo e possibilitando
riscos de prejuízos materiais e à própria vida.
Por causa da pressão elevada, o bico do dispenser pode
arrebentar na hora do abastecimento e danificar a válvula e/ou redutor. Dessa
maneira, o motorista perde tempo e dinheiro para consertar o kit, sai achando
que a oficina vendeu-lhe um equipamento ruim e ainda compromete a imagem do
programa de gás natural veicular.
Vale salientar que os kits são projetados para funcionar com
segurança em sistema com pressão de até 220 kgf/cm².
ANP determina que postos divulguem ao consumidor a pressão
máxima de abastecimento de GNV
Os postos
revendedores de GNV têm que informar de maneira clara ao consumidor a pressão
máxima de abastecimento de veículos que utilizam esse combustível. O valor
máximo da pressão de 220kgf/cm² tem que ser fixado na bomba, para evitar que o
consumidor seja induzido a erro pelos postos que anunciam vantagens num
abastecimento com pressão superior a este limite.
Essa determinação consta da Resolução ANP n° 34, publicada
no Diário Oficial da União em 26/12/06. As medidas têm como objetivo aumentar a
segurança do consumidor que utiliza o GNV como combustível, evitando que alguns
postos utilizem como estratégia de marketing a existência de pressões
superiores, que colocam em risco a integridade do consumidor e do veículo.
Ainda que muitos
acidentes em postos de GNV sejam causados pela má instalação ou
instalação clandestina de kits de gás natural, com válvulas não homologadas
e/ou uso de botijões de GLP ou de gás freon que não resistem à pressão fixada
pela ANP, a medida vai aumentar a segurança do abastecimento de GNV em todo o
país.
A informação para o consumidor tem que ser feita de forma
destacada, de acordo com padrão determinado, de modo a facilitar a
visualização. A Resolução determina a fonte, o tamanho das letras, a
localização da informação, etc. Tudo isso, para garantir que o consumidor
receba a informação de maneira clara.
MANUTENÇÃO PERIÓDICA
Para a segurança do consumidor, deve se fazer a
requalificação (reteste) dos cilindros de alta pressão a cada cinco anos, em
uma oficina credenciada. A requalificação do cilindro também deve ser feita
quando for reinstalado em outro veículo.
USO DE RECIPIENTES DE GLP E SIMILARES
O consumidor deve estar alerta sobre os problemas da
utilização de recipientes de GLP (botijão de gás de cozinha) ou de refrigeração
no abastecimento com gás natural. Esses cilindros não são adequados para o uso
veicular, não suportando a pressão do GNV e estourando durante o abastecimento.
ACIDENTES
Está comprovado que a falha humana é a maior causa dos
acidentes com GNV.
CERCA DE 96% DOS ACIDENTES OCORREM POR:
■ Utilização
indevida de componentes, a exemplo do botijão de GLP (gás de cozinha); cilindro
de compressores de ar; cilindro para armazenamento de gás freon; tubulação de
alta pressão fabricada em cobre e furações e aplicação de soldas nos cilindros
para armazenamento de GNV;
■ Manipulação
indevida de componentes, a exemplo de obstrução ou descalibração da válvula de
alívio de pressão incorporada na válvula de cabeça de cilindro;
■
Falta de esclarecimentos quanto ao uso dos sistemas de GNV (incêndios:
ocasionados por falha do sistema elétrico).
OS OUTROS 4% DOS ACIDENTES OCORREM POR:
■
Falha de componentes, a exemplo de fabricação e instalação de componentes fora
de especificação e vazamento de GNV;
■
Falta de manutenção do veículo e do sistema de GNV, a exemplo de vazamento de
combustível líquido;
■
Pressão excessiva do GNV no ato de abastecimento no posto (acima de 220
kgf/cm²).
PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA PARA O USO DO GÁS NATURAL
VEICULAR (GNV)
■ Somente
fazer a instalação do kit em oficina homologada pelo Inmetro;
■ Exigir da oficina instaladora, a nota fiscal e
o Certificado de Homologação do Inmetro, para fazer o registro de conversão do
Detran;
■ Fazer
as revisões periódicas do kit e cilindro só em oficinas homologadas pelo
Inmetro;
■ Não
aceitar peças usadas, cilindro recondicionado ou de procedência desconhecida e
tubos de cobre. Na instalação, exigir tubos de aço.
CUIDADOS COM O CILINDRO:
■
Os cilindros devem ser sempre de aço especial, de alta resistência para GNV, e
devem ser fixados com suportes adequados.
■
Jamais permitir soldas nos cilindros. A solda é um ponto sem resistência, com
sérios riscos de ruptura e vazamento do combustível.
CUIDADOS NO ABASTECIMENTO
Antes e durante o abastecimento de gás natural:
■
O veículo deve ser estacionado em local previsto e com o freio de mão acionado;
■
O motor do veículo deve ser desligado, assim como os faróis, rádio (equipamento
de som) e telefone celular;
■
Todos os ocupantes do veículo devem
desembarcar e permanecer em local seguro (nunca se posicionar atrás do
veículo);
■
Todos os equipamentos elétricos e eletrônicos dentro da área deverão permanecer
desligados durante o tempo de abastecimento;
■
O condutor deverá abrir o porta-malas e o capô do veículo;
■
O frentista deverá fazer o aterramento junto à válvula de abastecimento;
■
Durante o abastecimento de gás natural é proibido fumar ou utilizar isqueiros
dentro da zona de abastecimento.
A PRESSÃO DE ABASTECIMENTO NÃO DEVE, NUNCA, ULTRAPASSAR 220
KGF/CM².
Após o abastecimento de gás natural, certifique-se de que a
mangueira de abastecimento de GNV foi desconectada antes de religar o veículo.
A pressão de abastecimento não deve, nunca, ultrapassar 220 kgf/cm². O kit e
cilindros são dimensionados para 220 kgf/cm² de pressão máxima. Pressões acima
desse limite podem causar vazamentos no sistema, diminuindo a vida útil do
equipamento e podendo correr o risco de provocar acidentes.
CUIDADOS GERAIS
■ Todos
os serviços a serem feitos no kit e cilindros de gás natural deverão ser sempre
feitos em oficinas homologadas pelo Inmetro.
■
Não tentar consertar os pequenos defeitos. Procurar a oficina instaladora.
■
Não confundir Gás Natural Veicular (GNV) com o gás de cozinha (GLP). Jamais
usar o botijão de GLP no seu veículo.
■
Ser um fiscal do Programa de GNV, denunciando os clandestinos para preservar a
segurança de todos.
■
Não rodar com qualquer tipo de vazamento. Assim que notar algo suspeito, procurar
a assistência técnica.
■
Não permitir que curiosos mexam na regulagem do carro. Em caso de mau
funcionamento, verificar se o filtro de ar, as velas ou qualquer outra parte de
ignição estão sujos ou precisando de reposição. Fonte: Globo Gás Brasil, n° 68.
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