Lembrança: Raio atinge tanque de álcool em Pontal (SP)
Um tanque com mais de 450 mil litros de álcool anidro da
Usina Carolo, de Pontal, na região de Ribeirão Preto, explodiu. A explosão foi
causada por um raio, que atingiu o tanque por volta das 9h30, 02 de outubro de 2001.
Cerca de 200 pessoas estavam no local na hora do acidente.
À noite, o fogo ainda não tinha sido controlado, apesar de
ter chovido durante todo o dia. Havia o risco de ocorrer nova explosão.
CORPO DE BOMBEIROS
Bombeiros de Sertãozinho e Ribeirão Preto e caminhões-pipa
das usinas da região auxiliaram no combate às chamas e no resfriamento de
outros dois tanques. O Plano de Auxílio Mútuo a Emergências também foi
acionado, convocando brigadas de incêndio de outras empresas da região. Cerca
de cem homens, entre bombeiros e funcionários da empresa e de outras usinas,
tentavam apagar as chamas e resfriar outros tanques. A preocupação era evitar
que o fogo atingisse outros reservatórios de álcool, principalmente os de
armazenamento, que possuem capacidade para 45 milhões de litros e que ficam a
menos de cem metros do local da explosão.
FALTA DE ESPUMA ESPECIAL
Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo só seria contido com o
uso de espuma especial, apropriada para chamas em produtos químicos.
"Precisamos de 2.000 litros de extrato de espuma. Temos, até agora, 1.300,
e estamos consultando outras usinas para conseguir o restante."
VÍTIMAS
Morreram, segundo a assessoria da usina, o funcionário AR,
26, e CC, 23, técnico da empresa SGS do Brasil Ltda., de São Paulo.
CC fazia a medição de
um tanque quando sua vareta foi atingida pelo raio. Os dois corpos foram
arremessados a uma distância de dez metros. Eles foram socorridos, mas chegaram
sem vida ao hospital. O funcionário ACN, 35, quebrou uma perna, mas não corre
perigo.
PÁRA-RAIOS
A usina informou que os pára-raios no local não foram
suficientes para evitar a tragédia.
Segundo o Elat (Grupo de Eletricidade Atmosférica) do Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), as mortes poderiam ter sido
evitadas com a consulta a um site, que indicava grande incidência de raios na
região.
DURAÇÃO DO INCÊNDIO
Terminou às 7 horas (03.10) o incêndio no tanque de passagem
que continha 450 mil litros de álcool anidro, da Usina Carolo, de Pontal. As
chamas duraram por 21 horas, enquanto o álcool era consumido. Fonte: @ZR, Folha de São Paulo e Estado de São
Paulo, no período de 02 a 04 de outubro de 2001.
Comentário:
Por trabalhar a céu aberto, o trabalhador de usina está mais
sujeito aos raios do que os moradores das cidades que, por ocasião das
tempestades, podem abrigar-se.
Nesse caso a usina poderia utilizar informações
meteorológicas de entidades especializadas em climatologia ou meteorologia para
verificar o comportamento do clima (chuva, tempestade, ect) na região e assim
as mortes poderiam ser evitadas ou consultar um site especializado em
climatologia sobre informações do tempo na região.
A incidência de descargas atmosféricas no país (o Brasil é o
país com maior incidência no mundo: cerca de 100 milhões de raios por ano) mata
centenas de pessoas por ano.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE
(que estuda os raios através Grupo de Eletricidade Atmosférica - ELAT), o
fenômeno causa prejuízos de US$ 200 milhões ao Brasil. Os raios afetam linhas
de transmissão de energia, telefonia, indústrias; causa incêndios florestais e
mata pessoas e animais.
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