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sexta-feira, fevereiro 06, 2015

Crise de água: A importância das matas ciliares

As matas ciliares funcionam como um filtro natural. Seguram a terra, os agroquímicos e adubos que, na sua ausência, acabam nos mananciais. Essas matas também funcionam como grandes “esponjas” que absorvem a água quando chove e vão soltando-a lentamente nos mananciais durante vários dias. Parte dessa água retida vai para o lençol freático que abastece as nascentes, bicas e poços. A água precisa de tempo para penetrar no chão e chegar no lençol freático. Sem a mata ciliar, a água corre por cima da terra em grande velocidade e chega rapidamente ao rio, causando as enxurradas e enchentes.

1-As arvores perto dos rios funcionam como uma esponja, captando água da chuva e liberando-a aos poucos no lençol freático e nos próprios mananciais. A mata ciliar também faz a função de filtro, impedindo que terra e agrotóxicos sejam depositados nos rios.
2-Sem a mata ciliar, a água da chuva corre rapidamente para os rios, provocando enchentes. Além disso, sem a presença da vegetação, a chuva também carrega terra para os mananciais causando assoreamento e diminuindo a quantidade de água que passa pelo rio.

IMPORTÂNCIA DA VEGETAÇÃO
A vegetação exerce uma marcada influência sobre a  redistribuição das precipitações pluviais.  Toda modificação de uma cobertura florestal decorrente da intervenção do homem ou conseqüência de seu desenvolvimento natural, afeta a quantidade de água que chega ao solo e sua reserva.
A atuação da cobertura florestal no ciclo hidrológico é condicionada pelo retardamento da movimentação da água em direção aos cursos de água por meio de processos;
■ de interceptação, que permitem a reciclagem de água pela atmosfera,
■ retenção por parte do solo,
■ absorção,
■ transpiração e percolação.

Do total de água da chuva que chega a um bosque, a parte que é retida pelas folhas, ramos e troncos das árvores é devolvida à atmosfera por evaporação. Assim, a presença de uma cobertura florestal pode, significativamente, alterar o modelo de entrada de água para a superfície do solo.
A interceptação poderá causar uma diminuição no total de água de chuva que atinge o solo e conseqüentemente uma redução no escoamento superficial, permitindo que uma grande parte da água que chega ao piso florestal seja retida e infiltrada. Quando ocorre qualquer modificação nas características da cobertura do solo, além das alterações nas variáveis do balanço energético, verifica-se mudanças na dinâmica do escoamento, com conseqüências direta no processo evaporativo.

As mudanças ambientais ocasionadas pelo desmatamento das matas ciliares têm provocado questões acerca do comportamento da manutenção dos mananciais e dos seus reflexos nas alterações climáticas de uma região, discutidos com ênfase na contribuição da evapotranspiração para geração de novas chuvas. Sob o ponto de vista hidrológico e ecológico, trata-se de um assunto de real importância, ante o papel das matas ciliares na preservação dos recursos hídricos e dos solos. De uma maneira geral, a referida vegetação contribui para;
■ redução das perdas de solo,
■ perenidade das fontes e nascentes,
■ proteção dos cursos de água contra os impactos de defensivos, corretivos e fertilizantes,
■ melhoria da qualidade de água e aumento do seu volume.

CICLO HIDROLÓGICO
O ciclo hidrológico, ou ciclo da água, é o movimento contínuo da água presente nos oceanos, continentes (superfície, solo e rocha) e na atmosfera. Esse movimento é alimentado pela força da gravidade e pela energia do Sol, que provocam a evaporação das águas dos oceanos e dos continentes.
Na atmosfera, forma as nuvens que, quando carregadas, provocam precipitações, na forma de chuva, granizo, orvalho e neve.
Nos continentes, a água precipitada pode seguir os diferentes caminhos:
■ Infiltra e percola (passagem lenta de um líquido através de um meio) no solo ou nas rochas, podendo formar aqüíferos, ressurgir na superfície na forma de nascentes, fontes, pântanos, ou alimentar rios e lagos.
■ Flui lentamente entre as partículas e espaços vazios dos solos e das rochas, podendo ficar armazenada por um período muito variável, formando os aqüíferos.
■ Escoa sobre a superfície, nos casos em que a precipitação é maior do que a capacidade de absorção do solo.
■ Evapora retornando à atmosfera. Em adição a essa evaporação da água dos solos, rios e lagos, uma parte da água é absorvida pelas plantas. Essas, por sua vez, liberam a água para a atmosfera através da transpiração. A esse conjunto, evaporação mais transpiração, dá-se o nome de evapotranspiração (transpiração + evaporação).
■ Congela formando as camadas de gelo nos cumes de montanha e geleiras.

Apesar das denominações água superficial, subterrânea e atmosférica, é importante salientar que, na realidade, a água é uma só e está sempre mudando de condição. A água que precipita na forma de chuva, neve ou granizo, já esteve no subsolo, em icebergs e passou pelos rios e oceanos. A água está sempre em movimento; é graças a isto que ocorrem: a chuva, a neve, os rios, lagos, oceanos, as nuvens e as águas subterrâneas.  

RESUMO DO CICLO DA ÁGUA

Água na atmosfera

Evaporação
Formação de nuvens
Gravidade (Precipita)
Chuva, neblina, granizo, neve

Evaporação: 87% oceano; 13% continente.
Precipitação: 79% oceano; 21% continente --> 46% é transferido aos oceanos.

Água no continente
■ Importância: Estudos Hidrológicos; aproveitamento da água superficial; a proteção contra os fenômenos provocados pelo seu deslocamento.
■ Precipitação > Três destinos
– Interceptação vegetal
– Infiltração
– Escoamento

INTERCEPTAÇÃO VEGETAL
■Água retida nas folhas
■Quando não podem mais armazenar
■Ocorre infiltração no solo

INFILTRAÇÃO NO SOLO:
■ Intensidade da chuva
■ Interceptação vegetal - diminui velocidade de escoamento aumentando a infiltração
■ Umidade do solo - material coloidal se dilata quando úmido
■ Tipo de solo: solos rasos (gnaisses, granitos), possuem pouca capacidade armazenamento de água; solos profundos (arenosos) grande capacidade armazenar água, possibilita a existência de águas subterrâneas.

 EXCESSO DE ÁGUA: ESCOAMENTO SUPERFICIAL
Quando a precipitação:
■ Já preencheu as pequenas depressões do solo
■ Ultrapassada a capacidade de retenção da vegetação
■ Excedida taxa de infiltração > ocorre o escoamento superficial

FASE 1
■Inicia-se a precipitação
– A vegetação e o solo estão com pouca umidade.
– Lençol subterrâneo mantém a vazão dos rios.
– Água é interceptada pela vegetação e a chuva que chega ao chão é infiltrada no solo.
– Não existe contribuição para o escoamento superficial

FASE 2
■ Continuidade da precipitação
– Esgotada capacidade de infiltração e retenção da vegetação
– Água começa a se acumular em pequenas depressões
– Se movem na direção de um curso d´água

FASE 3
■ Precipitação cessa
– Pára o escoamento superficial
– Evaporação e infiltração retiram água da vegetação e de poças na superfície do solo
– Nível do rio está mais alto

CONCLUSÃO
■ Ciclo da água é um dos fenômenos mais importantes na terra
■ A água é um recurso limitado
■ O conhecimento do ciclo e de seus impactos fazem com que no futuro, o abastecimento de água não seja comprometido

Fontes:  Agência Brasil, 19/10/2014; Ministério do Meio Ambiente, Ciclo Hidrológico‑ autores: Álvaro Wang; Amanda Visnardi Veríssimo; Daniela Youn; Gabriela Kitazuka Yoshimoto; Helena Lee; Thiago Sakamoto de Souza, Retenção de água de chuva por mata ciliar na região central do Estado de São Paulo‑autor: Paulo Roberto de Andrade Lima

Comentário:
■ uma árvore com 13 metros de altura absorve cerca de 250 litros de nutrientes que são dissolvidos no solo, transportando-os até o mais alto de suas folhas; as folhas por sua vez, absorvem o gás carbônico (Co2), matéria bruta para a transformação dos sais minerais em carboidratos e a luz do sol, da qual todo o sistema da árvore depende para se desenvolver; este processo chama-se fotossíntese: foto: luz, e síntese: colocar junto. Durante esse processo uma árvore de porte médio libera aproximadamente 2.000 litros de oxigênio puro.
■ Calcula-se que uma árvore de porte médio transpira o equivalente a 60 litros d'água por dia, a umidade escapa pelas  folhas na forma de vapor d'água e fica espalhada no ar, sendo que esse vapor se mistura com as partículas de poeiras que flutuam no ar ficando cada vez mais pesadas devido ao acúmulo e caem ao chão.
■ A copa das árvores quebra o impacto das gotas de chuvas e ao mesmo tempo, o solo fica coberto por uma camada de folhas e galhos secos que caem das árvores formando um excelente adubo orgânico, sendo que essa camada que se forma por cima do solo funciona como uma esponja que absorve a água que cai de mansinho por entre a folhagem das copas.
Essa água irá penetrar devagar na terra e alimentar as águas dos lençóis freáticos. Na beira dos rios, para protegê-los, são as chamadas matas ciliares (o nome refere-se aos cílios, que protegem os nossos olhos), que ficam nas margens dos rios; sem elas a vida do rio corre perigo, essas matas afofam o solo da beira dos rios, funcionando como uma esponja, alimentando os lençóis de água que por sua vez alimenta o rio através de suas nascentes, suas raízes evitam a erosão, pois retêm as partículas do solo (terra) e outros materiais que iriam parar nos leitos dos rios, diminuindo o oxigênio da água e os alimentos dos peixes.

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posted by ACCA@9:00 AM