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terça-feira, janeiro 13, 2015

Lembrança: Incêndio nas Lojas Renner

O prédio de oito andares da  Renner, na esquina da Alberto Bins com a Dr. Flores, em Porto Alegre, foi atingido por um incêndio, que começou por volta 13 h 30 min, em 27 de abril de 1976.

INÍCIO DO FOGO
De acordo com informações do gerente da Renner, o fogo começou no 1º  andar, onde estavam instaladas as seções de eletrodomésticos e tintas, alastrando-se rapidamente por todo o prédio com área construída  de 10.000 m2.

PROPAGAÇÃO DO FOGO
O fogo alastrou-se rapidamente para os demais andares e quem estava nos andares acima, não puderam sair. Para piorar a situação, havia apenas janelas basculantes. O fogo subiu vários metros de altura provocando uma nuvem negra que poderia ser vista a 10 km de distância.

POPULAÇÃO DO EDIFÍCIO
No momento em que começou o fogo, havia cerca de 800 pessoas entre funcionários e pessoas no prédio, mas a existência de escadas de incêndios possibilitou que muitos alcançassem a rua rapidamente.

ATENDIMENTOS NOS HOSPITAIS
Os feridos foram atendidos nos hospitais Pronto‑Socorro, Getúlio Vargas e Cristo Redentor. Cerca de 200 pessoas foram atendidas, sendo a maioria com queimaduras, traumatismos diversos e intoxicações. Apenas 58 chegaram a ser identificadas.
Os atendidos no pronto-socorro contaram que o pânico tomou conta das pessoas que estavam no prédio e foi o mais responsável pelos ferimentos.

RESGATE
A maior parte dos que não conseguiram escapar pelas escadas de emergência tratou de subir para o ultimo andar.
A intervenção do Corpo de Bombeiros com escadas Magiruz, que chegavam até o 8º andar, possibilitou a retirada de 80 pessoas.
A fumaça impossibilitou o uso de helicópteros na operação de salvamento.

CORPO DE BOMBEIROS
Um total de 15 viaturas interveio no combate as chamas, com 200 bombeiros.

FALTA DE HIDRANTES
A falta de hidrantes prejudicou os trabalhos, a água era tirada do rio Guaiba, a 1 km de distância. A lancha da Estação Fluvial, a beira do rio Guaíba, supriu a falta de água. Devido a distância e demora outros prédios foram atingidos pelo fogo, como o do Armazém Riograndense (três andares) e das Lojas Incosul.

VÍTIMAS
No total foram 30 pessoas, sendo 24 corpos carbonizados foram encontrados no 7º andar, onde funcionava o restaurante,

CONTROVÉRSIAS NO NÚMERO DE VÍTIMAS FATAIS
As autoridades de Porto Alegre, admitiram 30 mortes, inclusive 3 pessoas que se atiraram do alto do edifício.  
No jornal Zero Hora de 1976,  informou que morreram 40 pessoas , mas somente foram identificados 29.
Diário de Canoas publicou em 6 de julho de 2014, que morreram no incêndio 29 pessoas.

PRÉDIO
O edifício foi implodido e foi reconstruído, continuando a pertencer às Lojas Renner.

PRÉDIOS VIZINHOS
Cinco prédios vizinhos foram afetados superficialmente quando escombros caíram, provocando princípios de incêndios.
Dois prédios contíguos ao da Renner,  da Incosul e o do Armazém RioGrandense, também atingidos por fogo e escombros, foram condenados pelos Peritos do Instituto de Policia Técnica.
Fontes: Folha de São Paulo, 28 e 29 de abril de 1976, Zero Hora- abril de 1976, No 67

Comentário:  Em qualquer situação de incêndio, o Corpo de Bombeiros parte de seu posto para o atendimento à ocorrência de incêndio com unidades móveis munidas de homens, equipamentos e de água para o combate. A sua principal fonte de suprimento de água ainda são os seus próprios auto-tanques, que constituem uma fonte limitada de suprimento.
Os hidrantes públicos instalados estrategicamente nas vias públicas tornam-se importante no combate aos incêndios, porque supre a necessidade de água para combater as chamas, principalmente, quando acaba a água do caminhão tanque, ou seja, os hidrantes servem para abastecer o caminhão de maneira mais rápida e em pouco tempo, além de poder combater fogo diretamente, se o incêndio for próximo ao hidrante.
Os problemas encontrados pelos bombeiros continuam a persistir;
■faltam  hidrantes públicos  ou
■quando tem, mas não tem água ou a pressão é insuficiente.

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posted by ACCA@9:00 AM

1 Comments:

At 12:34 PM, Blogger Araucárias de Porto Alegre said...

Estive na data, as 18 horas, no cruzamento da júlio de castílhos com a Dr Flores que fica duas quadros do ocorrido. A situação dos bombeiros era caótica. Tinha caminhão abastecendo no hidrante e mangueira tinha vazamentos. tinha mangueira estendida por todos os lados.
depois do o ocorrido as pessoas, por conta própria, instalaram diversas escadas e passarelas entre os prédios para criar rotas de fugas. Tudo construído sem regras ou padrões.
A propósito, hoje existe em algum lugar do Brasil normas para estas rotas de fuga?

 

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