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sexta-feira, junho 15, 2012

As dez regiões mais perigosas para explorações de petróleo do mundo

Pré-sal é um dos campos de petróleo mais perigosos do mundo
A Bacia de Santos está entre as dez regiões mais perigosas para explorações de petróleo do mundo

A lista foi divulgada pela entidade Aliança Global para Combustíveis Renováveis (GRFA, Global Renewable Fuels Alliance na sigla em inglês), que reúne 60% dos produtores de combustível de todo mundo.
O pré-sal é um dos dez campos de petróleo mais perigosos do mundo, de acordo com a Aliança Global para Combustíveis Renováveis. A entidade divulgou uma lista das dez regiões mais perigosas para explorações de petróleo. As previsões do órgão sobre a exploração no Brasil apontam para uma situação perigosa.
“Gigantes do petróleo no Brasil querem explorar a região, mas cientistas e geólogos dizem que eles não sabem onde estão se metendo”, afirma em seu site a organização, que reúne produtores de combustível renovável de todo o mundo.

1 – GOLFO DO MÉXICO, ESTADOS UNIDOS
O acidente é considerado o maior desastre ambiental da história dos EUA.
Depois de vazar petróleo e gás por quase três meses, o poço da BP foi fechado em julho de 2010. Cerca de 200 mil toneladas de gás metano e cerca de 4,4 milhões de barris de petróleo vazaram no oceano. Dada a enormidade do vazamento, muitos cientistas previram que grande quantidade dos poluentes químicos resultantes ficaria nas águas da região por anos.
O derramamento de petróleo atingiu a indústria pesqueira, de turismo, além devastar a vida marinha local.
A empresa gastou até agora (março de 2012) cerca de US$ 22,1 bilhões com o acidente, incluindo US$ 8,1 bilhões pagos a indivíduos, empresas e governos e cerca de US$ 14 bilhões gastos para estancar o vazamento e remediar a poluição.
A BP criou um fundo de US$ 20 bilhões para indenizar comerciantes e pescadores.
A petrolífera BP deve aceitar pagar ao Departamento de Justiça dos EUA entre US$ 20 bilhões e US$ 25 bilhões para pôr fim a todos os processos civis e criminais contra a empresa gerados após explosão de plataforma e vazamento de óleo no Golfo do México.

2 – MARGARET RIVER, AUSTRÁLIA
A exploração de petróleo na região foi aprovada em 2010 e é feita a 85 km da cidade de Margaret River, na costa oeste australiana. A região abriga 90% da vida marinha local. Um acidente resultaria em perdas ambientais irreparáveis.
A zona de exploração situada a 85 km da cidade Margaret River, foi aprovada recentemente. O local é santuário silvestre. Até 90% da vida marinha do Sudoeste da Austrália ocorre na região

3 – REFÚGIO NACIONAL DE VIDA SILVESTRE DO ÁRTICO
O campo de petróleo é localizado próximo a maior reserva silvestre norte-americana, onde animais como ursos polares em risco de extinção se abrigam. Faltam planos e equipamentos para conter um vazamento de petróleo como o de proporções do Golfo do México.
É uma área de 77 mil km2 no litoral do Alasca. Criada em 1960, a reserva abriga em torno de 36 espécies de mamíferos, 180 de aves e 36 peixes. Os desafios técnicos de sua exploração são significativas. Para chegar até o óleo é preciso uma ampla rede de plataformas de petróleo, oleodutos, estradas e instalações de apoio.

4 – TERRA NOVA E LABRADOR, CANADÁ
A petroleira Chevron perfura o mais profundo poço de petróleo em águas canadenses, a mais de 2.500 km de profundidade. A exploração é considerada mundialmente como uma prática arriscada. A bacia fica a 430 km de St. John´s, a capital da província canadense Terra Nova e Labrador

5 – MAR DO TIMOR, AUSTRÁLIA
Fica na costa norte da Austrália Ocidental, em uma região que é ponto de passagem de golfinhos, baleias e tartarugas ameaçadas de extinção. O local teve uma ruptura em agosto de 2009 que fez vazar óleo por três meses. A flora e a fauna das ilhas indonésias do Timor foram afetadas. A mancha começou depois da ruptura da plataforma Montara em agosto de 2009. O vazamento prosseguiu até novembro de 2009. Esta área é uma espécie de auto-estrada marinha de baleias, tartarugas ameaçadas de extinção, os golfinhos e aves marinhas.

6 – MAR DO NORTE, COSTA OESTE DAS ILHAS SHETLAND
A exploração ocorre em águas profundas na costa. Um desastre na região traria danos graves ao ecossistema local. As características da exploração demandam condições técnicas especiais, que poucas empresas dominam.
As empresa que exploram petróleo estão se aventurando em águas cada vez mais profundas. Este ano, o governo britânico ofereceu milhões de libras de benefícios fiscais as petrolíferas que perfurarem em águas ultra-profundas ao longo da costa Oeste das Ilhas Shetlaand.

7 – DELTA DO NÍGER, NIGÉRIA
Desde 1969, há acidentes recorrentes na região e passam impunes pelo governo nigeriano, diz a revista Exame. As proporções dos vazamentos se equiparam ao de acidente do Exxon Valdez em 1989, nos EUA. Há perdas de peixes e prejuízo de terras agrícolas.

8 – MAR DE OKHOTSK, RÚSSIA
A exploração na região é dificultada pela agitação das águas que afeta o processo de perfuração, assim como exige mais esforços devido ao clima. Há ventos fortes, intensas nevadas e icebergs. As ondas podem chegar a 19 metros em tempestades.

9 – BACIA DE SANTOS, BRASIL
Localizado no sul do Rio de Janeiro, o campo Tupi está abaixo de uma camada de sal que pode chegar a 7 mil metros de espessura. A exploração no campo tem profundidades bem acima do que têm os demais poços no Brasil.
O campo petrolífero de Tupi, o conhecido pré-sal brasileiro, fica na costa sul do Rio de Janeiro. O óleo se encontra a 7 mil metros da superfície do mar, abaixo da camada de rocha e sal. Sua exploração pode ser mais arriscada do que do Golfo do México.

10 – CHUKCHI E BEAUFORT SEAS, ESTADOS UNIDOS (ALASCA)
A área tem localização de difícil acesso e está sujeita a intensas nevascas. Se houvesse um acidente na região, os planos de ação chegariam tardiamente.
O derretimento das geleiras abriu novas áreas para perfuração na região.  Um vazamento seria desastroso. A resposta ao derramamento seria um pesadelo logístico. O local é remoto, tem intensas nevadas e visibilidade ruim.

Fonte: G1- 22/07/2010 e The Wall Street Journal, 6 de março de 2012

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posted by ACCA@6:30 PM