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quinta-feira, abril 12, 2012

Incêndio de grandes proporções em Palmas

Um incêndio de grandes proporções ocorreu na loja de materiais de construção Columbia, no centro de Palmas, Estado de Tocantins, na noite de terça-feira, 3 de maio de 2005. O fogo começou por volta das 21h30, se alastrando rapidamente pela loja, que ocupa uma área de aproximadamente 600 m2 e tinha vários departamentos.

CONTEÚDO DE FÁCIL COMBUSTÃO
No local, estavam armazenados materiais inflamáveis, tubos de PVC, plástico e borracha, que provocaram pequenas ignições em vários pontos sob o concreto.

ISOLAMENTO
Ruas, casas e lojas situadas em um raio de 600 metros do prédio foram isoladas.

CORPO DE BOMBEIROS
Além do Corpo de Bombeiros, a Brigada da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) e a Polícia Militar também se encaminharam ao local, além de caminhões-pipa da Prefeitura de Palmas e da Secretaria de Obras do Estado.

CIRCUNVIZINHANÇA
Lojistas vizinhos se apressaram em retirar os materiais de seus estabelecimentos, muitos inclusive arrombando as portas com veículos, para não deixar o fogo destruir tudo.
Durante o incêndio um caminhão da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) ajudou a evitar uma catástrofe. Posicionado na frente da loja, possibilitou que o CB voltasse suas atenções para os fundos, evitando que as labaredas, que atingiram dez metros, chegassem ao prédio vizinho, que tem quatro andares. Sete, dos 15 apartamentos, ficaram expostos ao calor e à fumaça e tiveram as portas de vidro das sacadas trincadas.

CONTROLE DO INCÊNDIO
As chamas só puderam ser controladas no início da madrugada de quarta-feira.

RESCALDO
O incêndio foi totalmente controlado às 18h30, quarta-feira, Foi necessária a retirada de escombros para eliminar todos os focos. Quase 24 horas depois do início do incêndio, a fumaça e o calor ainda eram sentidos no local.

CAUSA DO INCÊNDIO
A causa do incidente, ignorada.

FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO
■ Corpo de Bombeiros contava com apenas um carro para combater as chamas e
■ Não há hidrantes no local.

TESTEMUNHAS
■O morador de um prédio residencial que fica nos fundos da loja, o administrador Robson José Fonseca, disse que estava assistindo televisão quando o seu apartamento foi tomado pela fumaça vinda da loja. “Minha filha saiu correndo do quarto e só tivemos tempo de sair do prédio, porque o fogo estava muito próximo. Não tirei nada de dentro de casa”, contou.

■O mau cheiro atingiu todas as casas. O artista plástico Antônio Netto, morador do local, conta: “Assustei-me com a rapidez com que as chamas se alastraram. A cidade está se verticalizando. É preciso redobrar os cuidados. Achei que não conseguiriam controlar o fogo.” Durante a ação dos bombeiros, o edifício chegou a ser interditado por risco de desmoronamento e explosões na loja.

VÍTIMAS
Não houve

DANOS MATERIAIS
Perda total da loja.

PROPRIETÁRIOS
Moradores puderam retornar as suas residências na quinta-feira.

PREJUÍZOS
O proprietário estima a perda em R$ 1 milhão (US$ 405 mil).

FALTA DE ESTRUTURA DO CORPO DE BOMBEIROS
Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, Erli Lemes, o Corpo de Bombeiros dispõe apenas três viaturas no Estado preparadas para combater incêndios, em Palmas, Gurupi e Araguaína.

Mesmo assegurando que o Corpo de Bombeiros trabalha com estrutura mínima suficiente em Palmas, um carro para apagar incêndios, o comandante do Corpo de Bombeiros, disse que está sendo providenciado reforço. Está em trâmite uma licitação através da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que garantirá, ainda neste ano, novas quatro viaturas para Palmas.

Uma ficará exclusivamente na região Sul da Capital. Não há previsão de quando os carros serão adquiridos, nem de ampliação do atendimento no interior.

FALTA DE HIDRANTES
O comandante do Corpo de Bombeiros exime de culpa sua corporação e aponta a outra falha. A falta de hidrantes no local contribuiu para a demora no combate ao incêndio. Ele assegura que o deslocamento do carro do CB para a sede na 403 Sul (na Arso 41), a cerca de três quilômetros do local, colaborou com o aumento das chamas no início do combate.

PREFEITURA E OS HIDRANTES
De acordo com a lei municipal número 1.145, de setembro de 2002, a concessionária de serviços de água e esgoto na Capital teria um ano, a partir dessa data, para instalar os hidrantes na cidade. Mas a Companhia de Saneamento do Tocantins (Saneatins) informa não haver recusa em cumprir a determinação, mas que o custo elevado dos hidrantes não estava previsto no contrato de concessão ou no cálculo da tarifa praticada - “a implantação dos equipamentos oneraria a tarifa paga pelos consumidores”, afirmou em nota de esclarecimento à imprensa. A Prefeitura de Palmas, através da Assessoria de Comunicação (Ascom), informou estar analisando os documentos referentes ao assunto para se posicionar.

PERÍCIA
De acordo com o coordenador do Instituto de Criminalística do Estado, Paulo Reinaldo da Silva Nóbrega, o laudo da perícia deverá apontar a causa do acidente

Fontes: Folha de São Paulo e Jornal de Tocantins, no período de 4 de maio de 2005 a 05 de maio de 2005

Comentário:
As deficiências indicadas no combate ao incêndio pelo Corpo de Bombeiros, é apenas um retrato que se passa no País.
Com o crescimento econômico das cidades pequenas e médias, as redes públicas de hidrantes se tornaram deficientes ou na maioria das vezes não existem. As cidades cresceram, construíram prédios com até 20 pavimentos e a maiorias delas não possuem unidades de Corpo de Bombeiros e quando as possuem os equipamentos são inadequados. Na cidade de Palmas, as construtoras estão construindo prédios com até 50 m de altura.

Se compararmos a cidade de Araraquara, do Estado de São Paulo, com a cidade de Palmas, em relação a hidrantes públicos, ambas possuem população e área semelhante, vejamos;

Cidade de Palmas:
População estimada – 2004 - 187.639, de acordo com dados de 2004 do IBGE.
Área da unidade territorial (km²) - 2.219
Numero de hidrantes públicos existentes:
Atualmente, Palmas conta com três hidrantes, localizados na região Central da Capital, em perfeito estado de funcionamento e à disposição da segurança pública do Município. Existe um projeto de instalação de oito novos hidrantes em 2005, a cidade passará a contar com 11 equipamentos de segurança., conforme informações da Companhia de Saneamento do Tocantins (Saneatins)

Cidade de Araraquara:
População: 189.634 habitantes, de acordo com dados de 2003 do IBGE.
Área total: 1.312 Km2
Área urbana: 77,34 Km2
Hidrantes públicos instalados: 176 hidrantes

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posted by ACCA@11:34 PM