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quinta-feira, janeiro 26, 2012

Cenas chocantes: Colisão de duas motos e um veículo

Li em um dos jornais de Santa Catarina a noticia sobre a colisão frontal entre duas motos e um carro. O acidente aconteceu na BR 158 km 104,5 às 16h20min, sábado, 13 de agosto de 2011. Os motociclistas e o motorista morreram no local.
Imaginei que o acidente foi trágico, mas não consegui visualizar a dimensão da cena da tragédia.
Mais tarde, pelas fotos visualizei que a tragédia foi horrível. Penso que nem em filme poderia compor uma cena tão horrificante.
Os envolvidos foram:
■ Fiat Pálio Fire, Cunha Porã dirigido por AM, 58 anos, vítima fatal;
■moto JTA Susuki GSXR 750, São Carlos pilotada por GRH, 25 anos fatal; e
■ moto CBR 1000 RR, Caçador, pilotada por FW, 30 anos fatal.

INDICIO DO DESASTRE
Cinco quilômetros antes do acidente os dois motociclistas passaram em alta velocidade pelo posto rodoviário da Federal (PRF) e o policial pediu para diminuir a velocidade, o que foi atendido. Mais adiante acontecia a tragédia

CAUSA PROVÁVEL
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os motociclistas seguiam no sentido Maravilha/Cunha Porã e colidiram contra o veículo Fiat Palio, placa MGP-6330, conduzido por AM. De acordo com informações da PRF, o primeiro a colidir contra o veículo foi GH, de 25 anos, que conduzia a motocicleta Susuki 750. Ele colidiu no lado do motorista do Palio. Em seguida, o veículo girou na pista e atingiu FW, de 30 anos, que pilotava a motocicleta Honda CBR 1000, e ficou preso na lateral direita do veículo. Os três homens tiveram morte instantânea.

Fonte: Folha do Oeste, 17 de agosto de 2011




Comentário: O que leva dois jovens a pilotarem em alta velocidade numa estrada, que não é uma pista de corrida? A rodovia BR-158 é sinuosa.
O que eles buscam na velocidade? Prazer, controlar o tempo e a vida?
Eles são os cavaleiros de aço da sociedade moderna. A vida não é virtual, mas sim real e feita de carne e osso. Montados em seus cavalos reluzentes, roupas de couro, escondidos atrás de capacetes, esses novos cavaleiros do apocalipse se sentem senhores da vida e da morte. Desafiam o destino e superestimam a habilidade de pilotar em alta velocidade. Gostam de jogar xadrez com a morte. Na maioria das vezes a morte sorri para eles.
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Significado de prazer, velocidade e adenalina
Uma bomba de adrenalina e endorfina invade artérias, veias, e explode no sangue. O coração passa a trabalhar a mais de 120 batimentos por minuto, os poros ficam abertos, as pupilas dilatam e a temperatura do corpo aumenta. O suor escorre, perde-se o chão, vertigem, e depois vem o deleite. Uma pequena morte.
Entender o fascínio que a velocidade exerce no homem não é tarefa fácil. Nem só os fatores fisiológicos explicam o que leva uma pessoa a buscar o prazer nesse tipo de situação.

Desde a antigüidade, pensadores como Aristóteles tratavam da questão do tempo e do movimento para entender a natureza. Baseado no legado desses mestres, o filósofo e professor da UFRJ, Fernando Santoro, 38 anos, reuniu estudos ligados ao tema no livro Arqueologia dos prazeres. “A sensação prazerosa que muitos pilotos de corrida sentem acontece quando eles enfrentam uma superação dos limites e do risco”, diz. “Essas pessoas passam por situações de proximidade e, logo depois, de superação da morte.

E vencer a morte coloca esses indivíduos em uma condição quase divina”. Segundo Fernando Santoro, esse tipo de prazer está intimamente ligado à dor. E é por isso que não são todas as pessoas que sentem prazer nessas condições. A fronteira entre os dois sentimentos depende da natureza de cada ser humano. “Funciona como um foco de luz. Para alguns, vai iluminar; para outros, pode ser forte o bastante para ofuscar.” Santoro diz que é possível educar a percepção do prazer e da dor. Assim, algumas pessoas podem inibir o medo de passar por momentos de risco ou até mesmo transformar o cenário em algo instigante e funcional. Fonte: Revista V, edição 24, Editora Ltda, Volkswagen do Brasil.

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posted by ACCA@1:02 PM