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quarta-feira, maio 25, 2011

Lei proíbe distribuição de sacolas plásticas na cidade de São Paulo

Estabelecimentos têm até o fim do ano para se adequarem e terão que incentivar o uso de sacolas reutilizáveis

A lei que proíbe a distribuição de sacolas plásticas nos estabelecimentos comerciais paulistanos foi publicada nesta quinta-feira, 19, no Diário Oficial de São Paulo. Ela foi sancionada pelo prefeito e passa a valer a partir de 18 de maio.

A lei prevê que os estabelecimentos deverão estimular o uso de sacolas reutilizáveis e afixar placas informativas com os dizeres "Poupe recursos naturais! Use sacolas reutilizáveis". Os locais têm até o dia 31 de dezembro deste ano para cumprir as novas normas.

A lei proíbe ainda que as sacolas plásticas para o acondicionamento e transporte de mercadorias estampem as classificações de degradáveis, oxidegradáveis, oxibiodegradáveis, fotodegradáveis, biodegradáveis e mensagens que indiquem suposta vantagem ecológica.  Fonte: Estadão - 19 de maio de 2011

Comentário: Interessante essa proibição, que está mais preocupada com o ciclo de vida de uso do plástico pelo consumidor do que pela cadeia completa de produção de ciclo de vida (extração de matéria-prima, manufatura, distribuição, uso, reuso e descarte). É mai fácil para as autoridades proibir o uso de sacolas plásticas pelos consumidores do que interferir ou modificar a cadeia produtiva.

Se fizermos uma viagem virtual pelo supermercado, quase tudo é plástico, embalagem, vasilhame, etc. Usaremos sacolas reutilizáveis para transportar plásticos envoltos em mercadorias. É um contra-senso.
Como curiosidade fiz um levantamento quantas sacolas plásticas utilizo para levar as mercadorias do supermercado.
Dados obtidos:
Mensalmente utilizo 117 sacolas plásticas. A maioria dos itens que coloco nessas sacolas, em média 286 produtos comprados mensalmente, quase 95% são produtos acompanhados com plásticos, em vasilhame, embalagem ou o produto envolto em filme plástico.
Anualmente utilizo 1.400 sacolas e 3.432 plásticos envoltos em mercadorias.
Por conseguinte transportarei nessas novas sacolas 3.432 produtos com plásticos que serão descartados no lixo. Além disso, como utilizava essas sacolas plásticas como saco de lixo deverei comprar sacos de lixo para essa substituição.
Efetuando o balanceamento do uso de plástico para poupar recursos é uma falácia do movimento das entidades verdes. Não haverá economia de recursos naturais se o governo não interferir na cadeia de produção.
Vejamos alguns dados:
■ Utilizadas principalmente por indústrias de refrigerantes e sucos, as garrafas PETs movimentam hoje um mercado que produz cerca de 9 bilhões de unidades anualmente, 53% não são reaproveitadas. Com isso, cerca de 4,7 bilhões de unidades por ano são descartadas na natureza, contaminando rios, indo para lixões ou mesmo espalhadas por terrenos vazios.
■ Estudo. Interesse crescente de fabricantes de cerveja por esse tipo de embalagem. Duas pequenas empresas já usam o produto para comercializar chope em São Paulo, e uma terceira, em Recife, está testando resina plástica para embalagem de cerveja. Seriam necessários mais 4,5 bilhões de garrafas para atender à demanda das cervejarias.
■ Em média o brasileiro consome 127 l/ano de leite. Podemos estimar para cidade de São Paulo 1,5 bilhões de caixas do tipo de Tetrapack ou de plástico que são jogados no lixo.
■ O plástico domina grande parte na cadeira de embalagem para o consumidor.
No Brasil o lixo é tratado como um produto de descarte que vai para o lixão ou aterro sanitário. O lixo deveria ser tratado como fonte de conversão de energia.
O governo analisou apenas árvore de plástico e não a floresta de plástico.
No próximo ano veremos em São Paulo, consumidores com sacolas ecológicas, politicamente corretas, carregando produtos com embalagens plásticas?

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posted by ACCA@9:39 PM