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sábado, outubro 02, 2010

Câmera de segurança registra o momento do atropelamento.

Uma mulher foi atropelada por um carro, por volta das 6 horas da manhã de sábado, 2 de outubro de 2010, em Belém, Pará, quando voltava do trabalho. Uma testemunha, que mora em frente ao local do acidente, acordou com o barulho do impacto e viu quando o motorista saiu do carro chorando para socorrê-la.

CÂMERA REGISTRA O ATROPELAMENTO
Uma câmera de segurança de uma loja flagrou o momento do atropelamento. Com o impacto, ela chegou a voar e parar a alguns metros à frente.

IMPACTO VIOLENTO
Segundo Ana Cristina Santana, ela, a filha e o genro acordaram com o barulho da freada e do impacto da batida. “Pensávamos que era uma colisão entre dois carros, quando saímos para ver, a mulher estava ensangüentada no chão. O motorista do carro saiu chorando e pedindo desculpas", conta a testemunha.
Ela diz que a vítima estava consciente e chegou a passar o endereço dela, para chamar a família, que disse que a mulher é empregada doméstica e voltava do trabalho naquele horário.

AMBULÂNCIA E RESGATE
O motorista queria socorrer a vítima, mas foi impedido pelas pessoas do local que aguardavam a chegada da ambulância. “O rapaz estava nervoso, não parou de chorar até à hora em que foi embora acompanhado do pai, que chegou ao local e da polícia”, afirma.
Ela foi socorrida por uma ambulância do Samu e encaminhada para o Hospital de Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ela passou por exames e teve escoriações no braço e fratura na clavícula, mas passa bem. Ela foi transferida para uma clínica particular durante a tarde.

Fonte: G1, 02 de outubro de 2010

Vídeo:
Flagrante de Atropelamento em Belém do Pará



Comentário:
A mulher teve sorte, o carro pegou por detrás, jogou para frente, mas lateralmente, evitando que o veiculo atropelasse novamente. A dinâmica desse tipo de atropelamento seria: o carro jogaria o corpo da mulher para o ar, ainda em suspensão no ar, o corpo bateria novamente no capô do carro e poderia ser novamente atropelado. Mas não aconteceu e ainda teve lesões leves.

A gravidade dos atropelamentos mantém direta relação com as características físicas e com a dinâmica dos corpos em conflito. O fato de a energia cinética aumentar em proporção muito maior do que a velocidade, confere aos atropelamentos conseqüências particularmente severas dada à vulnerabilidade de um corpo frente a um veículo.

No mais freqüente tipo atropelamento – cerca de 80% dos casos1 2 – o pedestre é atingido pela dianteira de um carro. A idéia de que em um atropelamento o veículo "passa por cima" do pedestre não coincide com o que ocorre na maior parte dos casos. Situações em que o veículo passa por sobre o corpo do atropelado podem ocorrer em casos como acidentes envolvendo ônibus ou caminhões.

Em choques com veículos comerciais (particularmente veículos pesados), observa uma maior incidência de contatos laterais e traseiros, sendo graves as conseqüências nos choques em que os pedestres, ao serem lançados ao solo, são esmagados pela(s) roda(s) traseira(s) do veículo.

No entanto, a dinâmica do atropelamento mais provável é aquela em que o pedestre, após o choque com a frente de um veículo, rola por sobre o capô e pára-brisa do carro que o atinge. O que ocorre após o choque depende de uma série de fatores, dentre os quais a velocidade do veículo e a altura do pedestre relativamente à frente do veículo e o pára-choque.


O local do contato inicial (normalmente, os membros inferiores) no choque contra o veículo influencia a gravidade da lesão do pedestre. Estudos sobre lesões de pedestres patrocinadas pelo Insurance Institute for Highway Safety (IIHS), indicam que praticamente todos os traumas e fraturas na região pélvica e nas pernas dos pedestres são causados pelo contato com o veículo e não com o pavimento.

Os contatos com os pára-choques foram responsáveis por mais da metade (55%) das lesões pesquisadas pelo IIHS, sendo o contato com a estrutura frontal dos veículos acima do pára-choque responsável pela outra quase-metade (42%) das lesões verificadas. Os levantamentos deste estudo também revelam que fraturas de joelhos são mais prováveis quando a altura dos pára-choques está a 1/4 ou 1/3 da altura dos pedestres.

A probabilidade de lesões fatais é maior nos choques frontais do que nos laterais. Em choques a velocidades acima de 60 km/h, o pedestre, em geral, rola por sobre a dianteira do carro após o segundo contato (provavelmente o da cabeça) contra o veículo, com o corpo dobrando-se e as pernas podendo atingir o teto do habitáculo. Dado às forças aplicadas ao pedestre, resultantes do choque, o corpo do pedestre é acelerado à velocidade do veículo e, ocorrendo a frenagem (e este é, geralmente, o caso), o pedestre prossegue na velocidade adquirida. Com a frenagem brusca, o carro reduz sua velocidade em uma proporção maior que a do corpo do pedestre. O pedestre é, então, arremessado adiante do veículo em desaceleração, antes de atingir o solo.


A probabilidade do segundo contato ser o da cabeça contra o carro aumenta na proporção direta
da velocidade do impacto e inversamente em relação à altura do veículo. A velocidade no impacto determina, também, o local do carro em que ocorre o choque da cabeça. A partir de 50 km/h, virtualmente todo pedestre sofrerá o choque da cabeça contra o veículo.

Velocidade do veículo X Gravidade das lesões
O Departament of Transport Traffic britânico comprova a relação entre a velocidade do veículo no impacto e a gravidade das lesões em estudo que demonstra que:
■ a 32 km/h, 5% dos pedestres atingidos morrem, 65% sofrem lesões e 30% sobrevivem ilesos;
■ a 48 km/h, 45% morrem, 50% sofrem lesões e 5% sobrevivem ilesos;
■ a 64 km/h, 85% morrem e os 15% restantes sofrem algum tipo de lesão.
Fonte: SARAH (Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação)

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posted by ACCA@11:47 PM