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sábado, junho 30, 2007

Violência na escola - Professora teve dedo decepado

Foram publicados três artigos sobre a violência na escola.
"Uma das peculiaridades brasileiras em todas as camadas sociais é uma aversão imensa, a lei, a ordem, a disciplina, etc. Para o brasileiro em geral a lei e o direito são obstáculos, e que o poder social, na verdade, é dado pela capacidade de vencer esses obstáculos e até usar a lei e o direito a seu favor". A escola atual não pode aplicar sanções disciplinares tais como; suspensão e expulsão, como era feito antigamente. Lembro do meu tempo de estudante, quando o aluno chegava atrasado na escola, encontrava o portão da escola fechado ou deixava entrar, mas tinha como punição, repor atraso no final das aulas. Se o aluno brigava era suspenso ou era um assíduo encrenqueiro os pais eram chamados na escola e o filho era convidado para se retirar da escola. Imagina se no mundo empresarial não tivesse sanções aos trabalhadores, como seria? Chefe apanhando de funcionário, funcionário discutindo aos berros com as chefias, etc. Um funcionário encrenqueiro ele é marcado no meio industrial e outras atitudes em que a empresa pesquisa no mercado. Vivemos num país em que a impunidade é geral; na família os pais não querem assumir a responsabilidade da educação dos filhos, o Estado com a proteção excessiva a criança e ao jovem sem ao menos selecionar os jovens mais agressivos ou condutas anti‑sociais, que possam ser punidos ou reeducados em escolas especiais para esses fins.
Nos USA uma aluna, 12 anos colocou remédio no copo de água do professor. Ele tomou e passou mal. A aluna foi descoberta, os pais foram chamados na escola pública e a aluna foi expulsa. Lá a percepção do cidadão em relação a responsabilidade é muito grande, sabe de seus direitos e responsabilidades. Aqui tudo é permitido. ACCA




No fim da tarde de quarta-feira, 27 de junho de 2007, a professora da 4ª série do ensino fundamental Eunice Martins dos Santos teve a mão direita prensada em uma porta e perdeu a ponta do dedo indicador na escola municipal onde dá aula, em São Bernardo do Campo, no ABC.
“Eu não esperava por nada disso. Ele bateu a porta com força e vi o pedaço do meu dedo no chão”, disse ela. Eunice contou que foi agredida porque correu atrás do aluno, que se escondeu no banheiro após o intervalo.
egundo ela, o menino não quis voltar para a sala de aula e a professora resolveu conversar com ele. Antes, o garoto teria empurrado vários alunos que seguiam para suas salas. “Ele entrou na cabine (do banheiro) e consegui empurrar um pouco a porta, mas depois ele bateu com força”.

Boletim ocorrência
Quando ela foi à delegacia registrar o boletim de ocorrência, teria ouvido do delegado que, como o menino é menor de idade, não haveria culpados. “Nem a mãe dele. Então eu sou a culpada?”, questionou.

Aluno problemático
“Ele tem problemas sérios de agressividade. Bate nos colegas, atira a carteira (contra as pessoas). Outro dia, deu uma cabeçada no nariz da vice-diretora, que ficou com o rosto ensangüentado”, relatou a professora, que trabalha na profissão há 28 anos, 12 deles na escola que fica em uma favela na periferia de São Bernardo. A professora agredida diz que o aluno não deve ser punido, mas pede providências. 'Ele deveria ficar numa sala própria, não com crianças normais. E nós também não temos capacidade para administrar situações desse tipo. O aluno deveria ter acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

Médico
A professora foi socorrida imediatamente, mas não conseguiu reimplantar o dedo A educadora vai procurar um especialista para saber se conseguirá fazer um enxerto. Por causa da agressão, ela está de licença médica por 15 dias.

Trauma
Ainda traumatizada por ter parte do dedo decepado por um aluno de dez anos, a professora procura entender o que aconteceu. "Não consigo sentir raiva dele”.

Conselheiro Tutelar
O conselheiro tutelar de São Bernardo Sérgio Hora defende que o poder público ofereça ao menino um atendimento especial na escola, sem que ele seja excluído. 'Não podemos criminalizar o menino. Ele é só uma criança que sofre de problemas neurológicos.'
A secretária executiva do Observatório Ibero-Americano de Violências nas Escolas, Miriam Abramovay, afirmou que o caso do menino e da professora Eunice, apesar de se configurar como uma agressão ao professor, deve ser avaliado de forma particular por conta dos problemas de relacionamento apresentados pelo menino.
Fonte: G1, em São Paulo – 29 de junho de 2007

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