BRASIL REGISTRA 380 MIL ACIDENTES DE TRABALHO E QUASE 1.700 MORTES NO 1º SEMESTRE DE 2025
MTE estima que acidentes de trabalho possam gerar perda de até 4% do PIB nacional ao ano
A legislação brasileira define os acidentes de trabalho como o que ocorre durante o exercício da atividade profissional a serviço da empresa, resultando em lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte ou perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade laboral.
De acordo com dados do MTE
(Ministério do Trabalho e Emprego), o Brasil contabilizou 380.376 acidentes de
trabalho e 1.689 mortes no primeiro semestre de 2025.
O levantamento aponta o Rio
Grande do Sul como líder em ocorrências por 100 mil trabalhadores, com 1.087
registros. Na sequência, aparecem Santa Catarina, com 1.047, Paraná, com 955 e
Espírito Santo, com 944.
Em relação ao mesmo período
de 2024, houve crescimento de quase 9% nos acidentes de trabalho e de 5,63% em
mortes. O MTE estima que acidentes de trabalho possam gerar perda de até 4% do
PIB nacional ao ano.
NÚMEROS ACENDEM ALERTA COM
ACIDENTES DE TRABALHO EM 2025
Esses números acendem alerta
com acidentes de trabalho em 2025 sobre o avanço de registros nos últimos anos
e evidencia fragilidades na gestão de segurança e a necessidade de fortalecer
políticas públicas.
ALGUMAS DAS PROFISSÕES COM
MAIS MORTES DURANTE O HORÁRIO DE TRABALHO SÃO:
• Motorista de caminhão
• Trabalhador de cultura de
cana-de-açúcar
• Pedreiro
• Servente de obras
• Vaqueiro e
• Técnico de enfermagem
No conceito de acidentes de
trabalho entram também as doenças ocupacionais, provocadas ou agravadas pelo
exercício de funções específicas e o acidente de trajeto, ocorrido no percurso
de ida ou volta entre a casa e o local de trabalho.
TAXA DE ACIDENTES PREOCUPA
GOVERNO
Desde 2021, o Brasil registra
alta contínua em acidentes de trabalho. De acordo com o MTE, a variação foi de
12,63% entre 2021 e 2022; 11,91% de 2022 para 2023; e 11,16% entre 2023 e 2024.
Embora o ritmo de crescimento
tenha diminuído, a tendência segue em elevação, ampliando a preocupação das
autoridades e reforçando a necessidade de prevenção.
Para o advogado trabalhista
Luis Gustavo, o aumento resulta de múltiplos fatores. Ele explica que o
crescimento expressivo nos acidentes de trabalho revela desde a falta de
investimentos em segurança por parte de algumas empresas, até a precarização
das relações de trabalho e o aumento da informalidade.
“Além disso, a pressão por produtividade sem o
devido suporte técnico agrava os riscos. Também há um aspecto positivo nisso:
com a digitalização e maior fiscalização, estamos registrando mais ocorrências
que antes passavam despercebidas”, afirma.
IMPACTO ECONÔMICO
O advogado destaca que os
acidentes comprometem a competitividade das empresas e sobrecarregam o Estado.
“Estamos falando de perdas de
produtividade, aumento nos custos com afastamentos e benefícios
previdenciários, além da judicialização das relações de trabalho. A prevenção,
nesse cenário, deixa de ser somente uma obrigação legal, ela passa a ser uma
medida de inteligência econômica”, diz.
Em 2025, a maioria dos
acidentes de trabalho resultou em afastamento. Do total, 25,62% dos acidentados
seguiram trabalhando, 62,35% ficaram afastados por até 15 dias e 12,03% por
mais de 15 dias.
PREVENÇÃO EXIGE MUDANÇA
CULTURAL
Luis Gustavo diz que o
combate à alta dos índices depende de uma transformação cultural, através de
fiscalização orientativa, programas preventivos voltados às micro e pequenas
empresas.
“Políticas públicas devem
fomentar programas de prevenção nas empresas, sobretudo nas micro e pequenas,
que muitas vezes não têm estrutura técnica”, aponta.
Ele acrescenta que campanhas
nacionais devem envolver trabalhadores para consolidar uma cultura efetiva de
segurança. “Sem isso, vamos continuar enxugando gelo.”
Entre as medidas de
prevenção, o advogado pontua treinamentos frequentes, uso correto de EPIs
(Equipamentos de Proteção Individual), manutenção de máquinas e liderança
comprometida com a segurança.
“Riscos existem, mas precisam ser mapeados, controlados e comunicados. Não dá para eliminar todos os riscos, mas é possível reduzir drasticamente os acidentes e garantir segurança jurídica e bem-estar para quem trabalha.” Fonte: NDmais - 16/08/2025
Marcadores: acidente

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