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domingo, agosto 17, 2025

INCÊNDIO EM FÁBRICAS DO DISTRITO INDUSTRIAL EM MANAUS

 

Um incêndio de grandes proporções atingiu, na tarde de terça-feira (5/08), a fábrica da Effa Motors, no Distrito Industrial 2, Zona Leste de Manaus.

INÍCIO DO FOGO

Funcionários da fábrica, que produz caminhões de pequeno porte, relataram que o fogo começou por volta de 12h. De acordo com eles, faíscas de solda teriam atingido um produto químico na linha de produção, onde havia cerca de cem veículos.

"Começou a pegar fogo no canto e já foi espalhando tudo. Aí todo mundo começou a correr desesperado", disse um funcionário que preferiu não se identificar.

Os trabalhadores evacuaram o prédio rapidamente após o início do incêndio.

PROPAGAÇÃO DO FOGO

 "O incêndio está confinado na parte que está queimada. Daí ele não passa mais. Só a parte mais ao sul que não foi atingido. Mas todo o resto do galpão foi atingido. Agora, os do outro lado da rua estão todos protegidos. Ele não tem como atingir outros galpões. Então nós vamos trabalhar nesse confinamento e no controle futuro", informou o coronel.

A principal dificuldade é lidar com os materiais inflamáveis que faziam parte do dia a dia da fábrica: plástico, pneu e materiais químicos são o que tornam esse o combate mais perigoso e difícil de ser facilmente resolvido.

“Chegando aqui, identificamos que se tratava de um material altamente inflamável, tóxico e de enorme quantidade. Mas em nenhum momento a corporação deixou de empregar todos seus esforços com recursos materiais e pessoal”, disse o coronel.

O calor intenso irradiado pelas chamas causou deformações em estruturas metálicas, especialmente nos telhados dos galpões.

“Há risco de colapso em algumas partes, por isso estamos isolando as áreas e tomando todas as medidas de segurança necessárias”, alertou Borges.

USO DE TECNOLOGIA

Desde o início do fogo até agora já se passaram quase 24h, mesmo período no qual os agentes do CBMAM trabalham para acabar com o sinistro. De acordo com o subcomandante, desde o início a emprego de todo material técnico disponível para esse combate, entre eles o uso de uma nova tecnologia que é a atuação de drones para alcançar pontos críticos que apresentam risco para os bombeiros ou nível de alcance limitado.

“Utilizamos uma tecnologia inovadora que foi incorporada, o drone de combate ao incêndio, ele entregou o resultado que desejávamos”, disse.

Além da novidade, outra tecnologia, dessa vez mais usual, é a espuma sintética que também foi empregada. O subcomandante explicou que a função dela é abafar e evitar a reignição do fogo.

CORPO DE BOMBEIROS

O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) enviou seis viaturas para combater o incêndio. A equipe segue trabalhando para conter as chamas e evitar que o fogo se espalhe para empresas vizinhas.

Segundo o subcomandante do Corpo de Bombeiros, coronel Borges, ainda não há uma confirmação oficial do que causou o incêndio. 148 bombeiros foram encaminhados para o local e atuam no combate às chamas que, segundo a corporação, deve seguir ao longo da madrugada.

Ao todo, cerca de 200  militares e mais de 26 viaturas atuam na ocorrência, entre elas: Auto Bomba Tanque, Auto Bomba Plataforma, Auto Bomba Florestal, Auto Transporte de Ataque, Auto Rápido, Auto Transporte de Pessoal e Unidade de Resgate.

VÍTIMAS

Inicialmente, o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) informou que não houve feridos. Por volta das 22h, o Complexo Hospitalar Sul emitiu uma nota informando que uma funcionária deu entrada no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital 28 de Agosto.

A nota também informa que a mulher foi socorrida e levada à unidade de saúde antes da chegada dos bombeiros, motivo pelo qual não foi incluída na lista de feridos.

CONTROLE DO FOGO

Após mais de 21 horas de combate intenso, o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) confirmou na manhã de quarta-feira (6) que o incêndio está controlado e confinado. Apesar das chamas ainda não estarem completamente extintas, não há risco de propagação para áreas de floresta, segundo o subcomandante da operação, Coronel Heliton Borges.

 “O fogo está controlado. As chamas não estão extintas, como é possível observar, mas não há risco de propagação. Em nenhum momento houve avanço para a área de mata que fica na retaguarda dos galpões”, afirmou o coronel.

DANOS MATERIAIS

O incêndio atingiu dois galpões industriais, sendo que em um deles foi possível preservar parte da estrutura. Incêndio atingiu os galpões das fábricas da Effa Motors e Valfilm da Amazônia.

CARGA DE INCÊNDIO

Effa Motors

Dentro do galpão, havia grande volume de materiais inflamáveis, como plásticos, solventes e colas.

Queimou material altamente combustível, como um polipropileno, solvente, cola, muito material plástico e isso potencializa o fogo e faz com que seja difícil", disse coronel Muniz. "Incêndios, com essa carga de incêndio, seja, material que queima, ele tem potencial para durar semanas".

Apesar da gravidade do caso, o Corpo de Bombeiros informou que um terço do pavilhão foi preservado, além de centenas de veículos, cuja quantidade exata ainda não informada. O calor intenso também causou danos aos prédios vizinhos.

"Chegou ali a quebrar todos os vidros das edificações do lado, mas não propagou também", afirmou. Uma das principais preocupações também foi a floresta ao lado da área atingida. "Durante o incêndio, quando ele está no seu pico, existem micro, pequenas e médias explosões internas. E essas explosões podem projetar pontos de ignição, ou seja, fagulhas de fogo, para a vegetação. E pegando em uma vegetação seca, esse incêndio poderia se propagar e a tragédia aumentar", esclareceu.

EXTINÇÃO DO FOGO

Foi extinto no início da manhã de quinta-feira (7/08). A operação entrou em sua fase final de rescaldo na manhã de quinta-feira (7), com o objetivo de retirar todo o entulho até o fim do dia. “Estamos retirando o entulho e realizando o rescaldo para garantir que não haja mais risco de reignição. Até o final do dia devemos concluir todo o trabalho”, garantiu o comandante.

INTERRUPÇÃO DAS ATIVIDADES

A Effa Motors informou que ainda não tem a real dimensão dos danos materiais causados, mas as autoridades competentes já estiveram no local e seguem acompanhando os desdobramentos, realizando todos os procedimentos necessários para garantir a segurança e apurar as causas do ocorrido.

A Effa Motors declarou que ainda não tem a real dimensão dos prejuízos, mas que as autoridades seguem no local, acompanhando os desdobramentos e adotando medidas de segurança.

A Valfilm afirmou que segue contabilizando os prejuízos causados e que não prevê riscos de desabastecimento do mercado. Ressaltou também que está priorizando a saúde da funcionária grávida, única vítima do incêndio, além do bem-estar de todos os colaboradores afetados pelo incidente.

"Estamos fornecendo todo o suporte necessário neste momento delicado. Com outros estoques na região disponíveis e a área produtiva não impactada, nossas operações continuam atendendo às demandas, mantendo nosso compromisso com a equipe", finaliza a nota.

A Prefeitura de Manaus e outros órgãos ambientais já tratam o caso como um desastre ambiental, diante da queima de material contaminante e dos riscos à saúde pública e ao meio ambiente.

Reconstrução

"Assim que receber o laudo do corpo de bombeiros, a empresa deve reassumir a área para reconstrução do local, do galpão, e também imediata remontagem da linha de produção.

O incêndio que atingiu os galpões das fábricas da Effa Motors e Valfilm da Amazônia, no Distrito Industrial 2, em Manaus, foi o maior já registrado na história da capital, segundo o Corpo de Bombeiros do Amazonas (CBMAM). O fogo começou na terça (5) e foi completamente extinto na manhã de quinta‑feira  (7), após mais de 40 horas.

Fontes: g1 AM, Rede Amazônica - 05/08/2025, g1 AM - 05/08/2025; g1 AM - 06/08/2025; A Crítica - 06/08/2025; g1 AM e Rede Amazônica — Manaus - 07/08/2025; g1 AM-07/08/2025; A Critica - 07/08/2025; g1 AM-08/08/2025  

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