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sábado, maio 03, 2025

INCÊNDIO EM PLATAFORMA DA PETROBRAS NA BACIA DE CAMPOS


O incêndio aconteceu por volta das 7h 25min, na plataforma PCH-1, localizada no campo de Cherne, na bacia de Campos, a cerca de 130 km da costa de Macaé, no litoral norte do Rio de Janeiro. A plataforma não produz petróleo desde 2020 e tinha 177 pessoas a bordo em trabalhos de manutenção.

O incêndio durou quatro horas. Uma das vítimas caiu no mar e foi resgatada. Ao todo, 32 pessoas precisaram de atendimento, segundo o sindicato: 14 feridos e 18 atendidos porque inalaram fumaça.

O QUE ACONTECEU

Um dos petroleiros que estava no local havia saído pouco antes para subir ao camarote e ouviu uma explosão forte, em torno das 7h20. Ele percebeu que o piso estava esquentando e o alarme começou a soar.

Ao sair do camarote, viu que um dos lados do corredor estava tomado por fumaça e seguiu em rumo oposto. No entanto, encontrou em sentido contrário outros petroleiros que afirmaram que o fogo estava justamente para onde ele estava indo.

Eles conseguiram atravessar a fumaça e chegar ao ponto de encontro, onde permaneceram até o desembarque.

Um outro trabalhador relatou que, durante a fuga, encontrou uma rota destinada a saída em casos de emergência que estava interditada, e teve que passar por outra rota, em meio às chamas.

A situação dramática incluiu ainda o resgate de um trabalhador que, com a explosão, caiu no mar. Ele foi salvo pela embarcação Locar XXII, apresentando queimaduras, mas se manteve consciente.

Do deck onde os petroleiros aguardavam o desembarque era possível ver o deck atingido pela explosão com as instalações retorcidas, mas ninguém sabia ao certo o que havia acontecido. Alguns dos trabalhadores atingidos estavam justamente próximos de desembarcar.

“Os relatos iniciais dos trabalhadores indicam que alguns estavam se preparando para desembarcar da plataforma quando aconteceu a explosão. E eles ficaram sem saída, cercados pelo fogo, e ao sair do local, acabaram se queimando”, disse o coordenador.

“Eles acreditam que o fogo começou no segundo ou terceiro deck, pelo barulho da explosão e direção do fogo. Mas não conseguem dar um relato muito preciso, porque não tinha ninguém muito perto. O que se sabe é que o incêndio se alastrou muito rápido, e atingiu o casario logo na sequência, que é a área onde os trabalhadores ficam, nos camarotes e espaços de convivência”, complementa.

BRIGADA DE INCENDIO

 A brigada de emergência combateu as chamas, em trabalho exaustivo que durou quatro horas até que o incêndio fosse completamente debelado, às 11h25.

VÍTIMAS

O acidente provocou 32 internações hospitalares - 14 por queimaduras e as demais por inalação de fumaça -, sendo que, no momento, 10 trabalhadores permanecem internados.

SINDICATO DOS PETROLEIROS DO NORTE FLUMINENSE (SINDIPETRO-NF)

Informou na terça-feira (22) que dez pessoas ainda estão feridas e uma delas está em estado grave, por ter sofrido queimaduras mais intensas nas costas.

O coordenador-geral do sindicato, explicou que 176 trabalhadores estavam a bordo da plataforma na manhã de segunda (21), quando ocorreu o incêndio. Trinta e dois trabalhadores desembarcaram, 14 sofreram queimaduras. Os demais precisaram de atendimento porque inalaram fumaça.

O último boletim médico, segundo ele, indicou que todos estão fora de perigo, mesmo o trabalhador em situação mais grave.

Uma das vítimas ficou na UTI até  quarta‑feira, para tratamento de queimaduras de segundo e terceiro graus. Ele é prestador de serviços da empresa Engaman, contratada pela Petrobras para atuar na plataforma.

O sindicato afirmou  que as consequências poderiam ser piores se o acidente não tivesse ocorrido em horário de troca de turno, quando as áreas industriais têm menos trabalhadores. "Um helicóptero que estava chegando para buscar trabalhadores para desembarque atrasou 10 minutos, e poderia estar no helideck no momento da explosão", diz.

SEGURANÇA

A Petrobras afirma que os sistemas de segurança funcionaram corretamente após o início do incêndio, contribuindo para que o fogo fosse contido rapidamente.

"O sistema de detecção de fogo e gás funcionou adequadamente com o acionamento das válvulas de bloqueio do gás em menos de um minuto. O sistema de dilúvio funcionou e a brigada de incêndio foi acionada, debelando os focos de incêndio localizados", afirmou em nota distribuída na terça.

INTEGRIDADE DA  PLATAFORMA

"As condições de segurança da unidade estão mantidas, com geração de energia e comunicação a bordo, além do funcionamento, disponibilidade e integridade de sistemas críticos de segurança, como detectores de fogo e gás, sistema de combate a incêndio e baleeira, que já foram testados após a ocorrência", disse a Petrobras.

A companhia informou que as pessoas que permaneceram na plataforma estão bem. Disse ainda que a PCH-1 (Cherne 1) "não produz petróleo desde 2020. A unidade contava com 177 pessoas a bordo que atuavam na manutenção da integridade das instalações e habitabilidade.

A unidade recebia gás natural de outros campos para geração de energia durante os serviços de manutenção. Após o incêndio, está sendo suprida por motogeradores a diesel. A Petrobras diz que está prestando toda a assistência aos feridos.

INVESTIGACÃO  

Instaurada comissão para apurar as causas do acidente.  Fonte: Folha de São Paulo - 23.abr.2025 às 12h16; Agência Brasil - Publicado em 22/04/2025; g1 Rio - 21/04/2025

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posted by ACCA@9:34 PM