INCÊNDIO EM PLATAFORMA DA PETROBRAS NA BACIA DE CAMPOS
O incêndio
aconteceu por volta das 7h 25min, na plataforma PCH-1, localizada no campo de
Cherne, na bacia de Campos, a cerca de 130 km da costa de Macaé, no litoral
norte do Rio de Janeiro. A plataforma não produz petróleo desde 2020 e tinha
177 pessoas a bordo em trabalhos de manutenção.
O incêndio durou quatro
horas. Uma das vítimas caiu no mar e foi resgatada. Ao todo, 32 pessoas
precisaram de atendimento, segundo o sindicato: 14 feridos e 18 atendidos
porque inalaram fumaça.
O QUE ACONTECEU
Um dos petroleiros que estava
no local havia saído pouco antes para subir ao camarote e ouviu uma explosão
forte, em torno das 7h20. Ele percebeu que o piso estava esquentando e o alarme
começou a soar.
Ao sair do camarote, viu que
um dos lados do corredor estava tomado por fumaça e seguiu em rumo oposto. No
entanto, encontrou em sentido contrário outros petroleiros que afirmaram que o
fogo estava justamente para onde ele estava indo.
Eles conseguiram atravessar a
fumaça e chegar ao ponto de encontro, onde permaneceram até o desembarque.
Um outro trabalhador relatou
que, durante a fuga, encontrou uma rota destinada a saída em casos de
emergência que estava interditada, e teve que passar por outra rota, em meio às
chamas.
A situação dramática incluiu
ainda o resgate de um trabalhador que, com a explosão, caiu no mar. Ele foi
salvo pela embarcação Locar XXII, apresentando queimaduras, mas se manteve
consciente.
Do deck onde os petroleiros
aguardavam o desembarque era possível ver o deck atingido pela explosão com as
instalações retorcidas, mas ninguém sabia ao certo o que havia acontecido.
Alguns dos trabalhadores atingidos estavam justamente próximos de desembarcar.
“Os relatos iniciais dos
trabalhadores indicam que alguns estavam se preparando para desembarcar da
plataforma quando aconteceu a explosão. E eles ficaram sem saída, cercados pelo
fogo, e ao sair do local, acabaram se queimando”, disse o coordenador.
“Eles acreditam que o fogo
começou no segundo ou terceiro deck, pelo barulho da explosão e direção do
fogo. Mas não conseguem dar um relato muito preciso, porque não tinha ninguém
muito perto. O que se sabe é que o incêndio se alastrou muito rápido, e atingiu
o casario logo na sequência, que é a área onde os trabalhadores ficam, nos
camarotes e espaços de convivência”, complementa.
BRIGADA DE INCENDIO
A brigada de emergência combateu as chamas, em trabalho exaustivo que durou quatro horas até que o incêndio fosse completamente debelado, às 11h25.
VÍTIMAS
O acidente provocou 32
internações hospitalares - 14 por queimaduras e as demais por inalação de
fumaça -, sendo que, no momento, 10 trabalhadores permanecem internados.
SINDICATO DOS PETROLEIROS DO
NORTE FLUMINENSE (SINDIPETRO-NF)
Informou na terça-feira (22)
que dez pessoas ainda estão feridas e uma delas está em estado grave, por ter
sofrido queimaduras mais intensas nas costas.
O coordenador-geral do
sindicato, explicou que 176 trabalhadores estavam a bordo da plataforma na
manhã de segunda (21), quando ocorreu o incêndio. Trinta e dois trabalhadores
desembarcaram, 14 sofreram queimaduras. Os demais precisaram de atendimento
porque inalaram fumaça.
O último boletim médico,
segundo ele, indicou que todos estão fora de perigo, mesmo o trabalhador em
situação mais grave.
Uma das vítimas ficou na UTI
até quarta‑feira, para tratamento de
queimaduras de segundo e terceiro graus. Ele é prestador de serviços da empresa
Engaman, contratada pela Petrobras para atuar na plataforma.
O sindicato afirmou que as consequências poderiam ser piores se o
acidente não tivesse ocorrido em horário de troca de turno, quando as áreas
industriais têm menos trabalhadores. "Um helicóptero que estava chegando
para buscar trabalhadores para desembarque atrasou 10 minutos, e poderia estar
no helideck no momento da explosão", diz.
SEGURANÇA
A Petrobras afirma que os
sistemas de segurança funcionaram corretamente após o início do incêndio,
contribuindo para que o fogo fosse contido rapidamente.
"O sistema de detecção
de fogo e gás funcionou adequadamente com o acionamento das válvulas de
bloqueio do gás em menos de um minuto. O sistema de dilúvio funcionou e a brigada
de incêndio foi acionada, debelando os focos de incêndio localizados",
afirmou em nota distribuída na terça.
INTEGRIDADE DA PLATAFORMA
"As condições de
segurança da unidade estão mantidas, com geração de energia e comunicação a
bordo, além do funcionamento, disponibilidade e integridade de sistemas
críticos de segurança, como detectores de fogo e gás, sistema de combate a
incêndio e baleeira, que já foram testados após a ocorrência", disse a
Petrobras.
A companhia informou que as
pessoas que permaneceram na plataforma estão bem. Disse ainda que a PCH-1
(Cherne 1) "não produz petróleo desde 2020. A unidade contava com 177
pessoas a bordo que atuavam na manutenção da integridade das instalações e
habitabilidade.
A unidade recebia gás natural
de outros campos para geração de energia durante os serviços de manutenção.
Após o incêndio, está sendo suprida por motogeradores a diesel. A Petrobras diz
que está prestando toda a assistência aos feridos.
INVESTIGACÃO
Instaurada comissão para apurar as causas do acidente. Fonte: Folha de São Paulo - 23.abr.2025 às 12h16; Agência Brasil - Publicado em 22/04/2025; g1 Rio - 21/04/2025

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