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terça-feira, junho 26, 2012

Canola transgênica dos EUA se multiplica na natureza

Versões geneticamente modificadas da planta canola estão florescendo sob a forma de ervas daninhas no Estado de Dakota do Norte, dizem cientistas, em uma das primeiras instâncias de uma variedade transgênica que se espalha livremente na natureza. A canola transgênica também foi encontrada crescendo no Japão, que nem sequer cultiva a planta, apenas a importa.
Até que ponto isso pode ser um problema é uma questão a ser discutida. Mas críticos dos transgênicos há muito tempo avisam que é difícil impedir que genes -no caso em pauta, genes que conferem resistência a herbicidas comuns- se espalhem, com conseqüências indesejadas.
"Se há um problema em Dakota do Norte é que essas plantas cultivadas para fins comerciais estão virando mato", disse Cynthia L. Sagers, professora de biologia na Universidade do Arkansas, autora de estudo a respeito.

A canola, cujas sementes são prensadas para produzir óleo de cozinha, é um tipo de colza desenvolvido por cultivadores no Canadá. Nos EUA ela é produzida principalmente em Dakota do Norte e Minnesota, embora seu cultivo venha se ampliando.
Aparentemente, as plantas à beira de estradas começam a crescer quando sementes são trazidas de cultivos pelo vento ou caem de caminhões.

Nas planícies do Canadá, onde a canola é plantada em grande escala, plantas transgênicas que crescem na beira de estradas e são resistentes ao herbicida Roundup estão virando um problema, disse Alexis Knispel, que acaba de concluir uma dissertação de doutorado sobre o tema na Universidade de Manitoba.

Alguns fazendeiros, disse ela, estão sendo obrigados a voltar a arar seus campos para controlar as plantas indesejadas -prática que contribui para a erosão do solo- porque não podem mais usar o Roundup. Knispel disse também que a proliferação da canola na beira de estradas dificultará a conservação da canola orgânica livre de material transgênico.
A Monsanto, que desenvolveu a canola Roundup Ready, uma das plantas transgênicas, disse que as descobertas não são surpreendentes nem preocupantes.

Segundo a empresa, antes mesmo de serem desenvolvidas as plantas transgênicas, a canola já crescia na beira de estradas; hoje, quando 90% da canola plantada por fazendeiros é transgênica, seria razoável prever uma porcentagem semelhante nas amostras na beira de estradas.
Segundo Cynthia Sagers, das 604 plantas coletadas, 80% eram transgênicas. Algumas eram Roundup Ready, cotadas de um gene que confere resistência ao Roundup, conhecido como glifosato. Outras são plantas Liberty Link, com um gene que confere resistência ao glufosinato.
Milho e soja transgênicos não se fixaram na natureza, apesar de serem cultivados em grandes extensões. Segundo Norman Ellstrand, professor de genética, "eles simplesmente não gostam de crescer na natureza".

Fonte: Folha de São Paulo - The New York Times -23 de agosto de 2010

Comentário:
Existem controvérsias sobre os benéficos do óleo de canola para a saúde humana. As organizações e entidades que representam a Canola apontam apenas benefícios desse óleo e os céticos duvidam. O óleo de canola faz bem à saúde e pode ajudar a prevenir doenças do coração, esse é o slogan, para quem quer faze uma dieta saudável. Entretanto é um óleo obtido através de refino. Como todos os óleos vegetais modernos, o óleo canola passa por prensagem mecânica sob altas temperaturas, extração por solventes e posteriormente envolve a hidrogenação e desodorização. É pura química o processo.

ORIGEM
A planta canola, a linda flor amarela estampada nos rótulos dos óleos não existe. Canola não é uma planta: é um nome comercial. É a sigla de Canadian Oil Low Acid. A flor amarela é uma planta hibridizada chamada “colza“. A colza é o resultado do cruzamento de várias subespécies de plantas da mesma família com o objetivo de obter uma semente com baixo teor de ácido erúcico, uma vez que este é inadequado ao consumo humano.
No Brasil, hoje, se cultiva apenas canola de primavera, da espécie Brassica napus L. var. oleifera, que foi desenvolvida por melhoramento genético convencional da colza, grão que apresentava teores mais elevados de ácido erúcico e de glucosinolatos.

Óleo de colza que não é Canola (i.e. "óleo vegetal alimentício") não deve ser ingerido por causa de sua toxicidade e não deve ser confundido por Canola, visto que este último é oriundo de melhoramento genético convencional da colza, a qual reduziu bastante a sua toxicidade (existe também a canola transgênica, a qual foi geneticamente modificada com o propósito de ser resistente ao herbicida glifosato).

Canola é uma marca registrada canadense (1978), desenvolvida por dois cientistas canadenses, Baldur Stefansson e Richard Downey, durante 1958 e 1974 e a junta administrativa da Canola no Canada (Canola Council of Canada (em inglês)) diz que o nome Canola significa simplesmente "óleo canadense", enquanto óleo de colza que não se encontra dentro dos critérios regulamentares da Canola deve continuar sendo chamado de "azeite de colza”.

O termo Canola, Canadian Oil, Low Acid, significa "óleo canadense de baixo teor ácido" é aplicado a variedades cultivadas de colza. O acido em questão é o ácido erúcico da Canola que está em taxas consideradas saudáveis pelo Governo canadense e, nos EUA, pela Agência Food and Drug Administration (FDA, o órgão que administra e regulariza alimentos e drogas), os dois países com maior consumo deste óleo, com menos de 2% deste ácido. O óleo também é conhecido como LEAR oil, que significa “Low Erucic Acid Rapeseed“(semente de colza de baixo teor de ácido erúcico).

Na década de 60, novas variedades de colza surgiram e foram cultivadas por produtores canadenses da NCGA (Northern Canola Growers Association), a associação do Norte do Canadá de produtores de colza.

O Governo canadense recomendou-os a uma conversão para uma produção de colza de baixo teor ácido e assim, em 1973, iniciou-se a produção com menos de 5% de ácido erúcico nos produtos alimentícios. Os regulamentos foram ajustados, no início dos anos 80, para que a produção canadense da Canola pudesse entrar no mercado norte-americano, e finalmente a agência FDA americana (Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) aprovou o Canola em 1985.

O óleo canola está associado com lesões fibróticas no coração. Também causa deficiência de vitamina E, mudanças indesejáveis nas plaquetas, e encurta a expectativa de vida de ratos (propensos ao derrame), quando esse óleo é a única fonte lipídica da dieta. Além disso, parece retardar o crescimento, o que faz com que o FDA não permita o uso de óleo de canola em fórmulas infantis (crianças até 3 anos). Fonte: Canola – Wikipédia - 24 de maio de 2012.

PROCESSAMENTO
A colza foi utilizada como uma fonte de óleo desde tempos antigos porque é facilmente extraída da semente. De forma interessante, as sementes, primeiro eram cozidas, para depois se extrair o óleo. Na China e na Índia, o óleo de colza era fornecido por milhares de mascateiros que operavam pequenas pedras de pressão em temperaturas baixas para obter o óleo. O que esse negociante vende para as donas de casa é absolutamente fresco.

O moderno processamento de óleo comestível é uma coisa completamente diferente. O óleo é removido por uma combinação entre pressão mecânica sob altas temperaturas e o uso de solventes de extração. Vestígios do solvente (usualmente hexano) permanecem no óleo, mesmo depois de considerável refinamento. Como todos os óleos vegetais modernos, o óleo canola passa pelo processo de cáustico refinamento, branqueamento e degumming (retirada de substâncias gelatinosas, gomas, solúveis em água, gelatinosas quando úmidas, mas duras quando secas, presente em vários vegetais,) – todas as etapas envolvem altas temperaturas ou produtos químicos de segurança questionável.

Como o óleo de canola tem altas taxas de ômega - 3, facilmente se torna rançoso e fica com cheiro ruim quando exposto ao oxigênio e às temperaturas altas, ele precisa ser desodorizado. O processo de desinfecção padrão remove uma grande porção de ômega-3 os transformando em ácidos graxos trans. Embora o governo canadense catalogue o conteúdo de trans da canola num mínimo de 0,2 por cento, pesquisas da Universidade da Florida em Gainesville, encontraram níveis elevados de trans, em torno de 4,6 por cento no óleo comercial líquido. O consumidor não tem nenhuma idéia sobre a presença de ácidos graxos trans no óleo de canola porque esse conteúdo não está demonstrado no rótulo.

Uma grande parte do óleo de canola utilizado nos alimentos processados foi “endurecida” através do processo de hidrogenação, o que introduz altos níveis de ácidos graxos trans no produto final, algo em torno de 40%.

De fato, os hidrogenados do óleo canola são muito atrativos, pois são melhores que os óleos de milho e de soja, uma vez que os modernos métodos de hidrogenação tem ação preferencial sobre o ômega–3, e o óleo de canola é rico em ômega-3. Esses níveis mais altos trans significam vida mais longa para esses alimentos processados nas prateleiras, uma textura crocante nos biscoitos e nas bolachas - e mais riscos de doença crônica ao consumidor. Fonte: Mary Gertrude Enig, PhD, nutritionist

ALTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS DO ÓLEO EM FRITURA
Na população em geral, é um procedimento comum o consumo de óleos e gorduras, mesmo após terem sido submetidos a altas temperaturas em processos de fritura.
Na fritura, observa-se um processo simultâneo de transferência de calor e massa. O calor é transferido do óleo para o alimento; a água que evapora do alimento é absorvida pelo óleo. Assim, os fatores que afetam a transferência de calor e massa, afetam as propriedades térmicas e físico-químicas do óleo e do alimento.
O processo de fritura é realizado em recipientes abertos, à temperatura elevada (180 – 200°C), em contato direto com o ar. Estas condições provocam modificações;
■físico-químicas nos óleos (termo-oxidação, rancificação),
■algumas das quais são visíveis como o escurecimento,
■aumento da viscosidade,
■formação de espuma e fumaça.
Essas transformações afetam as características sensoriais do óleo em uso e influenciam na aceitabilidade do produto frito, além de produzirem;
■efeitos tóxicos como irritação,grastrointestinal,
■Inibição de enzimas, destruição de vitaminas e carcinogênese, quando da ingestão contínua e prolongada de produtos rancificados

PROCESSO DE FRITURA
No processo de fritura, o alimento é submerso em óleo quente, que age como meio de transferência de calor. Deve-se ainda considerar que parte do óleo utilizado para a transferência de calor é absorvido pelo alimento e torna-se parte da dieta, exigindo se óleos de boa qualidade no preparo dos alimentos e que permaneçam estáveis por longos períodos de tempo.
Durante o aquecimento do óleo no processo de fritura, uma complexa série de reações produz numerosos compostos de degradação. Com o decorrer das reações, as qualidades funcionais, sensoriais e nutricionais se modificam. Quando o alimento é submerso no óleo quente em presença de ar, o óleo é exposto a três agentes que causam mudanças em
sua estrutura:
1) a água, proveniente do próprio alimento e que leva a alterações hidrolíticas;
2) o oxigênio que entra em contato com o óleo e a partir de sua superfície leva a alterações oxidativas e finalmente,
3) a temperatura em que o processo ocorre, resultando em alterações térmicas, como isomerização e reações de cisão (aldeídos e cetonas), formando diversos produtos de degradação, como epóxidos e hidroperóxidos

Os óleos e gorduras são uma fonte importante de transferência de calor no processo de fritura dos alimentos. Contudo, sua reutilização sistemática, comum nos dias atuais,
pode causar alterações na estrutura molecular, dando origem a compostos altamente reativos como os radicais livres de ácidos graxos, que por sua vez originam aldeídos, dienos conjugados, hidroperóxidos, monômeros cíclicos e compostos poliméricos pesados que passam a fazer parte do alimento podendo causar danos à saúde do consumidor.
Os óleos vegetais poliinsaturados utilizados nos alimentos são bons para organismo, mas quando submetidos a processos oxidativos, como a foto-oxidação e a termo-oxidação, suas ligações duplas são alvos fáceis na decomposição desses óleos, transformando-os em uma série de produtos secundários prejudiciais ao organismo.
O aquecimento intermitente, sob a ação do oxigênio atmosférico acelera muito o mecanismo de deterioração dos óleos e gorduras, pela ação da hidrólise, oxidação e termooxidação. Fonte: Seme Youssef Reda e Paulo Borba Carneiro

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