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quarta-feira, junho 04, 2008

Balão em chamas cai no pátio do Aeroporto de Guarulhos

Um balão caiu em chamas no pátio do Aeroporto Internacional de Guarulhos na madrugada de domingo, 11 de maio de 2008, ao lado da cauda de um avião que estava estacionado e tinha em seu tanque 4 mil litros de querosene.

Risco de explosão do avião
A queda poderia ter causado uma tragédia e matar centenas de pessoas se o avião estivesse sendo abastecido e estivesse com passageiros.
O balão veio da Serra da Cantareira, na zona norte, passou apagado sobre o prédio da administração do aeroporto e caiu bem no pátio, onde ocorrem 200 operações de abastecimento de aeronaves por dia e 550 pousos e decolagens.

Imagens registradas
As imagens foram registradas por um funcionário do aeroporto às 3 horas da madrugada. A câmera registrou as chamas do balão ao lado da aeronave e a seqüência de explosões de fogos de artifício que estavam dentro dele.

Irresponsabilidade de soltar balão
A irresponsabilidade de quem solta balões e o risco são notórios. Só este ano, foram registrados 17 balões no espaço aéreo de rotas de aviões e 12 deles caíram exatamente no pátio do aeroporto de Guarulhos, que concentra vôos internacionais e nacionais.
No ano passado, foram registrados 104 balões no espaço aéreo e 42 caíram exatamente no pátio do aeroporto de Guarulhos. A cada três balões lançados, dois caem acesos, segundo o Corpo de Bombeiros.

Em alerta o aeroporto de Guarulhos e pólo petroquímico
O início da temporada de balões está deixando em alerta o Aeroporto Internacional de Guarulhos, Grande São Paulo, e o Pólo Petroquímico no ABC. Até o dia 22 de maio já foram registradas as quedas de 23 balões na região do aeroporto.
Segundo levantamento feito pela Infraero, o número de balões dentro ou perto de Cumbica aumentou 33% em um ano: em 2006, foram 78 quedas. No ano passado, 104.
A Associação das Indústrias Petroquímicas do ABC (Apolo) também está preocupada com os balões que sobrevoam a região. Os riscos de incêndio e explosões são grandes, numa área onde há uma concentração de 10 petroquímicas. A Apolo registrou 47 quedas de balões em 2007, 80% a mais que no ano anterior, quando foram registrados 27 quedas.

Soltar balão é crime
A lei 9.605, de 1998, estabelece que é crime fabricar, vender, transportar ou soltar balões. A pena de detenção para quem desrespeitar a lei é de um a três anos, ou multa. Este ano, a Polícia Militar Ambiental aplicou R$ 247 mil em multas e 52 pessoas já foram detidas pela prática. O valor da multa pode chegar a R$ 5.500 por pessoa. “Não podemos esquecer que este crime pode vir agregado com outros, como dano ao patrimônio e formação de quadrilha”disse o capitão da Polícia Ambiental Walter Nyakas Júnior.

Vídeo
No domingo, 11 de maio, por volta das 03:30 da madrugada, um balão ''fogueteiro'' caiu no aeroporto de Guarulhos ao lado de um avião da TAM parado no finger, com 4.000 litros de querosene em seus tanques. A cangalha de fogos disparou no pátio do aeroporto e o balão pegou fogo, por pouco não causando uma tragédia.
Os fiscais de pátio da INFRAERO foram acionados e agiram rápido, tirando o balão da cauda da aeronave, já que o mesmo tinha se enganchado no avião na hora da queda. Poucos segundos após a retirada do balão, os fogos começaram a disparar,com um risco altíssimo de uma explosão, já que ocorreu do lado de um avião.Não havia passageiros a bordo, mas muitos funcionários dentro e fora do avião, além dos fiscais da INFRAERO, que aguardavam outras aeronaves chegando no aeroporto.



Fonte: O Globo Online – 14 de maio de 2008

Comentário
Com a proximidade do inverno e das festas juninas, os balões trazem todos os anos os riscos de incêndios. Grandes estragos podem ocorrer, principalmente, em matas, florestas e nas indústrias que manipulam materiais inflamáveis.
À noite, o céu se enche de dezenas de balões decorados com esmeros, alguns com até 45 metros de altura, enquanto, durante o dia, as rádios repetem com advertências severas de que soltar balões é ilegal no País e aqueles que o fizerem serão presos.
Fazer e soltar balões de papel durante as festividades religiosas do mês de junho é uma tradição de 300 anos, trazida de Portugal, sendo especialmente popular nos bairros da classe operária. Segundo o calendário, a principal temporada de balões no Brasil sempre começa com a Festa de Santo Antônio, em 13 de junho, e termina com no dia de São Pedro, em 29 de junho.


Os balões também podem causar;
■ incêndios em casas, indústrias e matas.
■ na aviação, eles podem derrubar aviões, caso, por exemplo, sejam sugados pelas turbinas
■ os balões são os únicos riscos externos das empresas petroquímicas (incêndios e explosões), pois, caírem acesos em áreas de tanques de armazenamento de combustível, especificamente os grandes balões, compostos de cangalhas com explosivos, podem provocar incêndios ou explosões.


Samir Baptista/AE - Os balões são responsáveis por incêndios em casas, empresas e florestas e podem causar acidentes de carro e aviões.

Perigos no céu
O desafio à lei é generalizado, havendo tantos balões no céu durante o mês de junho que os pilotos que aterrissam aqui são rotineiramente avisados sobre eles. O diretor de Segurança da Associação Nacional de Empresas Aéreas, chama os balões de "minas celestiais" e quer mais rigor na ação policial.
O Snea (Sindicato das Empresas Aéreas) afirma que, nos meses de junho e julho, os balões transformam o espaço aéreo em "campo minado".
A entidade pediu atenção redobrada das tripulações, uma vez que a presença de balões não é detectada por radares.
O risco é maior também porque a visualização fica impossível quando os balões estão apagados ou escondidos entre as nuvens. Além disso, nos grandes aeroportos, a navegação é realizada por instrumentos. Ou seja, os pilotos não olham para o exterior da cabine.
Segundo o Snea, há relatos de balões de até 54 metros de altura, carregando cangalhas com fogos e painéis cujo peso total ultrapassa 200 quilos.
A colisão com uma ave de três quilos é suficiente para derrubar um avião. O impacto de um balão de 20 quilos com uma aeronave a 150 nós de velocidade (cerca de 277 km/h), usual nas aproximações para pouso, seria da ordem de quatro toneladas.

Clubes dos baloeiros
Segundo o Snea (Sindicato das Empresas Aéreas), as turmas de baloeiros soltam anualmente no Brasil cerca de 100 mil balões. Existem cerca de mil turmas na Grande SP e outras mil no Rio - cada uma com cerca de 25 integrantes. As duas cidades são responsáveis por 60% do total de balões soltos por grupos organizados. Em terceiro lugar, mas crescendo muito nos últimos anos, está o Paraná, com 15% da produção

Balões provocam incêndios na área da Refinaria
Em 25 de agosto de 2000. dois desses balões caíram dentro da Refinaria Presidente Bernardes Cubatão (RPBC, unidade local da Petrobrás). Um balão caiu por volta de 2h30, provocando um incêndio no Morro do Frade, onde fica a Unidade de Gasolina de Aviação (Ugav); e outro, por volta de 9 horas, também de domingo, caiu sobre o sistema de válvulas, rente a um tanque que armazena gasolina. O incêndio foi debelado pela turma da Superintendência de Segurança e Meio Ambiente (SESEMA), que agiu com presteza, porque nas proximidades ficam os tanques da gasolina de aviação. Todos os anos aterrisam na refinaria, em média, cinco a seis balões, nesta época.

Balão aceso cai em empresa e destrói 44 carros
Um balão aceso foi responsável pela destruição de 44 carros estacionados no pátio da Copasa Salvados e Veículos Ltda., na zona leste de São Paulo. Um dos sócios da empresa, Vinicius Dias Gonçalves, informou que ainda não foi concluído o levantamento dos prejuízos. A Copasa revende veículos batidos.
O balão caiu sobre um dos lotes de carros às 18h30 de domingo, 25 de junho de 2000. "O fogo tomou conta rapidamente dos automóveis, destruindo-os totalmente", disse Gonçalves. O Corpo de Bombeiros enviou ao local seis equipes, num total de 25 soldados, mas pouco pôde fazer, além de evitar que as chamas se alastrassem para os outros 530 veículos e atingissem o imóvel da firma.

Vídeo
Modelo de um balão

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posted by ACCA@7:10 AM

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