'CHUPETA' EXPLOSIVA: ACIDENTE MOSTRA RISCOS AO RESSUSCITAR BATERIA DO CARRO
Ficar sem bateria no carro é uma situação complicada para qualquer motorista, mas a busca por alternativas para a recarga pode terminar em acidentes graves. Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra um motorista de Goiânia (GO) ligando diretamente seu veículo em um poste de energia elétrica, o que ocasionou uma explosão.
O incidente foi capturado por
câmeras de segurança na última quarta-feira (11). Nas imagens, é possível ver o
momento em que o motorista levanta o capô do veículo e tenta realizar a ligação
direta usando a energia do poste. O resultado foi uma explosão que projetou o
homem para trás e deixou o poste em chamas.
Apesar do impacto, o
motorista sofreu apenas ferimentos leves e não precisou de atendimento médico,
conforme relataram as testemunhas à TV Anhanguera. Os bombeiros não foram
acionados para a ocorrência, pois os próprios pedestres que passavam pelo local
ajudaram a conter as chamas até a chegada da equipe da companhia elétrica para
restabelecer a energia no setor.
LIGAÇÃO DIRETA-CHUPETA
Conhecida como 'chupeta', a
ligação direta para recarga da bateria é um procedimento bastante comum,
normalmente ligando um veículo a outro. É feita conectando cabos de ligação
entre os polos das baterias de ambos os veículos, permitindo a transferência de
energia.
A tentativa de fazer a
ligação usando a energia do poste revela uma grave falta de conhecimento sobre
as diferenças entre as fontes de energia automotiva e residencial. Especialistas
recomendam que, em situações em que o carro precisa deste recurso, o
procedimento deve ser feito apenas entre dois veículos com baterias
compatíveis.
FONTES DE ENERGIA DIFERENTES
"É preciso entender que
são fontes de energia diferentes. A automotiva é corrente contínua, de baixa tensão
e alta amperagem, enquanto a energia fornecida pelas companhias de energia
elétrica é corrente alternada, de alta tensão e baixa corrente. Ao tentar
realizar a transferência de carga, o motorista fechou um curto-circuito,
resultando na explosão. Explodiu porque a bateria tem solução ácida interna,
gera vapores explosivos", explica Leandro Marco, consultor da Delphi
General Tech Automotive Diagnostic.
Ailto Sola, engenheiro de
Aplicações da Clarios Heliar, reforça que os níveis e modos de tensão entre o
veículo e a rede elétrica são completamente incompatíveis. "O veículo
funciona em 12 VDC (tensão contínua) e a rede elétrica na faixa de 127 / 220
VAC (tensão alternada), sendo 10 a 18 vezes superior ao nível de tensão de
operação no veículo. A explosão danificou componentes da rede elétrica e,
provavelmente, muitos componentes elétricos do veículo também foram
afetados".
Já Hugo Feitosa, gerente técnico da Mecanizou, alerta sobre os riscos da manipulação inadequada das baterias: "Usar a bateria incorretamente pode inativar sistemas de segurança e danificar componentes importantes. E se for nos veículos elétricos, o risco é ainda maior, e é sempre recomendado buscar a assistência de um especialista". Fonte: UOL - 17/12/2024
Marcadores: bateria, curto-circuito, explosão