Lembrança: O incêndio de 1903 no teatro Iroquois, em Chicago
“A cortina de asbestos! Pelo amor de Deus, ninguém sabe como
abaixar esta cortina?”
Eram os gritos do ator Eddie Foy do palco do Teatro Iroquois
em Chicago, em 30 de dezembro de 1903, enquanto o público apavorado lutava para
sair do prédio. O incêndio começou no palco durante o segundo ato da matinê,
Mr. Bluebeard, causado por
curto-circuito numa lâmpada de iluminação de cenário (holofote) e o fogo rapidamente começou a propagar-se
pelo cenário que eram combustíveis. Dois funcionários do palco tentaram apagá‑lo,
mas as chamas já estavam fora de controle.
O público mais próximo do palco podia ver as chamas, e
alguém acabou gritando “fogo”. A multidão começou a se dirigir para as saídas
e, como Foy mais tarde lembrou nas suas memórias, “já mostravam sinais de
pânico – os da plateia não estavam tão assustados como os do mezanino e das
galerias, locais mais perigosos”.
Foy pediu para descer a cortina do palco, mas ela parou a
dois terços do caminho, uma das pontas travou. Uma corrente de ar vinda do palco, através da porta em que os atores
estavam fugindo, jogou a cortina solta incendiada sobre o auditório. Então aconteceu o que observadores descreveram
como “um ciclone de fogo”, do palco para a plateia. O pânico tomou conta das
pessoas em fuga.
EXCESSO DE LOTAÇÃO
Havia cerca de 2.000 pessoas no teatro. Desse número 1740
estavam sentados. O restante estava amontoado nos corredores da plateia e no
mezanino. Nas galerias estavam lotados de pessoas.
CRIANÇAS E MULHERES FORAM AS PRINCIPAIS VÍTIMAS.
Havia homens na plateia e nas galerias, mas eram poucos, na
proporção das crianças. Havia mulheres também.
Muitas das vítimas eram mulheres e crianças que aproveitavam
os feriados de Natal para ir ao centro da cidade ver a peça.
Alguns delas morreram com seus filhos nos braços.
Provavelmente, a proporção de homens no teatro seria um para cada dez mulheres e crianças; das
mulheres uma para cada quatro crianças ou jovens.
Vítimas fatais – 602
Feridos - 350
INVESTIGAÇÃO
A investigação revelou que o prédio, cuja construção ainda
não estava terminada, estava longe de ser “à prova de fogo”, como dizia o
construtor.
As entradas para os mezaninos superiores e galeria estavam
fechadas para impedir que as pessoas da plateia passassem
para outros níveis. Portas abertas para o interior do teatro dificultaram a
saída de pessoas que começaram a
amontoar-se tentando escapar. Muitas pessoas foram pisoteadas na tentativa de escapar.
Das 30 saídas, 27 tinham sido trancadas e poucas delas
estavam sinalizadas. Não existiam saídas de incêndio, alarmes, extintores de incêndios, telefones ou conexões de água.
O Teatro Iroquois foi reaberto um ano mais tarde, como Teatro
Colonial e mais tarde foi substituído pelo Teatro Oriental em 1926.
Fonte: @ZR,
Chicago Daily Tribune, Thursday, 31 December, 1903, Nfpa Journal
Latinoamericano- setembro 2015
Comentário: Passados mais de 100 anos os problemas mais
comuns de violações de incêndio continuam; saídas de incêndio, alarmes, sprinklers, sinalização, rede de hidrante.
Marcadores: incendio

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