Risco de incêndio em revestimento de espuma plástica
Em dezembro de 1998, um mega-depósito de distribuição
(diversas empresas instaladas no local)
localizado em Mt. Vernon, Indiana,
pegou fogo e queimou por mais de três dias antes que o fogo fosse
extinto. Mais de 28.000 toneladas de
vários produtos plásticos estavam armazenadas nesta instalação. Os produtos não apenas queimaram, mas também criaram um problema ambiental
sério que incluiu escoamento de plástico líquido quente e fumaça
corrosiva.
Cerca de 40 unidades de bombeiros atenderam a chamada, Indiana, Kentucky, e Illinóis.
O
comandante dos bombeiros e de resgate
de Mt. Vernon atuou como
comandante do incidente (CI).
A Agência
de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA)
estava no local devido aos
problemas ambientais que resultaram da queima e derretimento de material plástico.
Especialistas foram chamados para monitorar a atmosfera e para construir
barreiras e diques para interromper o fluxo de plástico quente em direção aos
canais e ao sistema de esgoto.
Este artigo examina um aspecto desta perda tremenda, a fonte do incêndio , a sua causa
provável, e procedimentos corretivos que podem ser empregados para minimizar,
ou evitar até, as condições que podem conduzir a um outro evento semelhante.
DESCRIÇÃO DO PROCESSO
O incêndio começou na
área de armazenagem e fabricação de
plástico. Esta planta fabricava o
revestimento de espuma de polietileno a
ser usado como material de isolamento em edifício. O butano, que se dissolve no poliestireno sob
temperatura e pressão elevada, era empregado
como agente espumante. Este material
quente e liquido é forçado através de uma pequena abertura, enquanto o molde plástico/butano esfria, o
agente fundido gaseifica sob pressão reduzida e expande, criando um tubo de
espuma flexível. O ar frio é soprado no plástico formado para
endurecer a camada superficial , depois
o tubo plástico é puxado e cortado em duas mantas de espuma de isolamento
plástico.
Enquanto o material esfria, parte do butano é perdido na
atmosfera, enquanto aproximadamente 70 por cento permanece na estrutura celular
da isolação. O butano restante,
lentamente difunde-se da espuma, e o ar substitui
o gás perdido até que o equilíbrio seja alcançado e um pouco de butano é
perdido.
O produto acabado da linha de extrusão é uma folha flexível
de espuma de poliestireno, aproximadamente
de 15 m de comprimento, 1,20 m de largura, e 64 mm de espessura, dobrada a
cada 60 cm, formando um pacote com espessura de 17 cm e pesando 5 a 7
Kg.
Aproximadamente 50 destes pacotes são colocados em um
palete, coberto no topo e embalado. Uma empilhadeira transporta então o produto
acabado à área de armazenagem intermediária, que está na mesma área
da linha de extrusão. O palete com o produto deve permanecer na
área de armazenamento por duas a três semanas para permitir que o agente de
sopro (butano) dissipe se.
Deve ser observado que a isolação do material final (dissipação do butano) tem dos
Laboratórios de Underwriters (UL), a
avaliação de propagação de chamas, menos
de 40, que significa que nenhuma
quantidade significativa de butano deve ser permitida na estrutura celular no
momento da instalação do material de isolamento.
INÍCIO DO INCÊNDIO
A linha de extrusão de espuma estava em produção por quase um mês, quando irrompeu o
incêndio . Naquele dia frio em dezembro, um operador de empilhadeira colocava
uma carga de palete na área de armazenagem onde dois paletes de material previamente manufaturado
foram armazenados (a empilhadeira não era à prova de explosão). Ele dirigia a empilhadeira para pegar um uma nova carga na área de embalagem, quando um estrondo alto foi ouvido na
instalação. As testemunhas viram
inicialmente uma chama de 60 a 90 cm de
altura acima dos paletes logo armazenados, seguido pela fumaça negra
densa. O alarme foi acionado, e ao mesmo
tempo a fonte de butano foi interrompida e todo o pessoal foi evacuado com
segurança.
Embora o sistema de sprinklers foi instalado, não funcionou durante o
incêndio . Os empregados declararam, que
eles acreditaram que o sistema não foi testado
com carga (água) após a sua
instalação e a sujeira pode ter acumulado na tubulação e obstruindo
o fluxo de água.
A área de fabricação era equipada com ventiladores de
telhado, que sopravam ar fresco em sentido descendente, e o exaustor em uma parede lateral, puxava o ar
para fora da instalação. Os
ventiladores, de acordo com informações, foram deixados ligados durante o
estágio inicial do incêndio, não eram controlados por sensores de calor/fumaça.
CAUSAS DO INCÊNDIO
A manufatura e a manipulação de filmes plásticos geram
eletricidade estática nas superfícies expostas.
Esta carga estática pode alcançar milhares de volts antes que
descarregue, provocando faíscas capazes
de inflamar gases e pós-combustíveis. O
processo de extrusão, que inclui a adição de butano ao polietileno derretido,
cria uma probabilidade elevada de incêndios localizados, próximos do molde de
extrusão e fluxo descendente, enquanto
as folhas formadas são resfriadas, cortadas, e dobradas.
Realmente, diversos meios de proteção contra incêndio foram instalados para a linha, tais
como;
■ detectores de vazamento de gás
■ aterramento elétrico de equipamento
■ eletricidade estática neutralizada (sopradores de ar
ionizado, por exemplo)
■ extintores de incêndios portáteis próximos, e
■ sistema de sprinklers adequado.
Entretanto, o incêndio
não iniciou na área de manufatura;
começou na área de armazenagem, limítrofe a área de produção , onde os
paletes com produtos acabados eram
colocados "para cura”.
Os problemas de incêndio
na área de armazenamento não são exatamente os mesmos que aqueles na
linha de extrusão, mas há questões
semelhantes, que são relacionadas abaixo.
■ carga estática; nos paletes embalados permanecem durante algum tempo após ser
colocado no armazenamento. Um empregado
relata "seu cabelo permanecia em pé” enquanto passava próximo às cargas
recentemente colocadas.
■ o gás butano constantemente exsuda (transpira) das placas de isolação e está retido no palete embalado. Desde que o butano é mais pesado do que o ar,
o gás tende alojar-se no piso, pela
abertura do palete.
■ a isolação do polietileno (com ou sem butano) é uma carga
significativa de incêndio com uma taxa
de queima rápida e produz muita fumaça densa, preta, ao queimar-se. Um sistema de sprinklers adequado deve ser empregado nesta área.
■ a empilhadeira empregada para movimentar cargas de palete
da área de embalagem à área de armazenamento não era à prova de explosão ou
não tinha aterramento adequado.
■ o piso na área de armazenamento era de concreto simples,
essencialmente não condutivo. qualquer
objeto em movimento (pessoa, empilhadeira) pode transportar cargas
estáticas à área de armazenagem.
■ a ventilação entre as pilhas de isolação armazenada era
deficiente, permitindo que o butano permanecesse no piso, sob e entre as cargas.
É difícil apontar exatamente a causa da ignição inicial do
incêndio ; entretanto, é razoável
concluir que a atividade da empilhadeira na área apenas antes da explosão e do
incêndio estava casualmente
relacionada. O gás do butano no
piso (limite explosividade inferior, 1,9
por cento por volume) foi inflamado por uma descarga de carga estática apenas colocada ou de uma
fagulha do sistema de descarga da empilhadeira ou de componentes
elétricos.
Não obstante, qualquer que seja a fonte de ignição, está
claro que uma camada baixa de gás butano
estava presente e criou a explosão inicial seguida por uma ignição e queima rápida da embalagem
e a isolação carregada de butano na área
de armazenagem.
O incêndio espalhou
rapidamente através da área de armazenagem e de manufatura de plásticos, e
irrompeu através das paredes (não resistente ao fogo) às propriedades
adjacentes do armazém antes que a brigada de incêndio da empresa pudesse alcançar o local e impedir
a destruição total do edifício e propriedade.
AÇÕES CORRETIVAS
Os processos foram arquivados, responsabilidades
cruzadas, entre o novo proprietário; e
antigo proprietário e o construtor; os
locatários do armazém; e, naturalmente,
o fabricante de plásticos.
Os peritos
foram firmes nas análises, os relatórios foram arquivados, e as reivindicações
de todas as reclamações foram conseguidas antes do julgamento.
A instalação não foi reconstruída. Significativamente, o fabricante de espuma
de plástico corrigiu várias deficiências
acima descritas, instituindo diversas mudanças nas áreas de estocagem de outras instalações que produz espuma plástica com butano.
Essas mudanças incluíram;
■ melhoramento no sistema de ventilação entre paletes
■ monitoração de gases inflamáveis ao nível do piso, usando
somente empilhadeira à prova de explosão,
com sistema de aterramento
■ instalação de piso condutivo e seleção de vestuário
apropriado para o pessoal minimizar o acúmulo de carga estática gerada.
■ proteção contra incêndio com sistema de sprinklers deve ser atualizado e instalado onde
necessário.
■ barreiras de incêndio e controles de interrupção, que
podem ser empregados em incêndios, foram adicionados aos sistemas de
ventilação.
Apesar de que a tecnologia para todos os procedimentos
preventivos existiu antes da construção da instalação e do processo de manufatura, a instalação de
manufatura de plásticos não adotou estas técnicas de antemão. O fabricante aprendeu uma lição amarga na
perda de sua instalação, bem como, das propriedades vizinhas.
Fonte:@ZR, Fire Engineering - Marvin A. Salzenstein, PE, é
presidente e principal engenheiro consultor
de Polytechnic Inc., Lincolnwood, Illinóis, que fornece serviços de engenharia; segurança,
testes e serviços forenses .
Marcadores: incendio

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