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quinta-feira, outubro 08, 2015

Lembrança: Incêndio no Prédio do Banco Itaú

O fogo começou por volta das 15 h, quarta-feira, 20 de novembro de 2002 , no segundo andar do prédio, de sete andares.

INTERDIÇÃO
Para facilitar a operação de resgate e evitar a aglomeração de curiosos, a Companhia de Engenharia de Tráfego interditou a Rua Alfredo Pujol e outras adjacentes. em Santana, zona norte de São Paulo.

PROPAGAÇÃO DO FOGO
De acordo com o coronel Wagner Ferrari, comandante da operação, o combate ao fogo foi complicado porque estava armazenado no local muito material combustível, como madeira, prateleiras com papéis, fitas magnéticas e carpete que alimentaram o fogo. Isso impediu a entrada dos bombeiros no prédio. “Tivemos de atacar o fogo por fora.”
A temperatura no segundo andar chegou a 900ºC. O incêndio destruiu monitores de computadores e vidros do segundo andar, provocando explosões no local. Os bombeiros tiveram que quebrar os vidros do prédio para liberar a fumaça.

FUMAÇA E RESGATE
Cerca de 60 pessoas estavam no local. Houve correria, e pessoas ficaram isoladas. Alguns funcionários  conseguiram  sair  por uma escada localizada nos fundos do prédio.
A fumaça  dificultou a saída . Com a fumaça, boa parte dos funcionários ficou isolada no prédio, à espera de ajuda. Célia Francisca dos Reis, 63, funcionária da limpeza no local, estava no terceiro andar quando o incêndio começou. Ela conta que só viu fumaça e muita correria.
Como a fumaça dificultava o acesso às escadas, ela e outros funcionários ficaram juntos perto da janela. "Todos conseguiram manter a calma. Ninguém chorou, e a chegada dos bombeiros foi rápida." Célia e outras pessoas desceram os andares no elevador do prédio.
Anderson de Souza Amaral, 30, também funcionário da limpeza, estava no primeiro andar. Ele afirma que sentiu um cheiro forte e que todos saíram correndo. "Eu pulei para a área de um prédio vizinho", diz. Segundo ele, muitos funcionários tiveram medo de descer pelas escadas ou pelo elevador por conta da fumaça.
O coronel Wagner Ferrari considerou "errada" a atitude de alguns funcionários, que usaram o elevador para sair do prédio durante o incêndio. "Poderiam ter morrido de intoxicação."
Cinco funcionários foram resgatados pelos bombeiros, que trabalhavam no prédio e estavam no segundo andar, onde era armazenado material de microfilmagem.
Vários bombeiros deixaram o local com o solado das botas de borracha derretido. "O pior foi entrar. Não tínhamos nenhuma visibilidade", disse Edson Ghulharducci, de 30 anos, uns dos bombeiros que entraram no segundo pavimento. Os bombeiros utilizaram uma escada Magirus ligando o pavimento a um prédio vizinho. Dessa forma, várias outras pessoas foram salvas.

TESTEMUNHAS
Vizinhos testemunharam cenas de pânico e correria. "Tinha muita fumaça e as pessoas saíam chorando, com os olhos vermelhos", disse o segurança Weldes Oliveira Souza, 28 anos, que mora no terceiro andar de um prédio vizinho.
Uma hora depois do início do incêndio, começaram a ocorrer explosões. Moradores de um prédio vizinho, de quatro andares, tiveram de sair às pressas de casa.

BRIGADA DE INCÊNDIO
A brigada de incêndio do Itaú não conseguiu dominar o fogo, iniciado por volta das 15h no segundo andar do prédio, uma das bases regionais da administração do banco, na rua Alfredo Pujol, em Santana, zona norte de São Paulo.

CORPO DE BOMBEIROS
Oitenta homens e 34 veículos, incluindo vários carros-pipa, participaram da operação, além de 38 policiais militares.

VÍTIMAS
O Corpo de Bombeiros informou que o incêndio no prédio administrativo do Itaú na rua Alfredo Pujol, em Santana, zona norte de São Paulo, deixou cinco vítimas com ferimentos, incluindo dois bombeiros  e duas mortes.

MORTES
O gerente Moisés Santos Tavares, de aproximadamente 40 anos, resistiu a duas paradas cardíacas. Mas, na terceira, quando já estava há duas horas e 30 minutos sendo atendido no Hospital do Mandaqui (zona norte), acabou morrendo.
"Como era jovem e sadio, conseguiu resistir às duas primeiras paradas. Mas o seu caso era grave. Ele tinha queimaduras dentro da boca, na faringe e na traquéia -uma característica de quem inala muita fumaça", afirmou o médico José Custódio de Moura. Tavares foi levado ao hospital por volta das 16h 20, quase uma hora e meia depois do início do incêndio no prédio do Itaú.
Assim como Tavares, o motorista Jaime Celestino Filho, de aproximadamente 50 anos, também morreu em decorrência de parada cardiorrespiratória. Celestino Filho, porém, nem chegou a ser medicado. Chegou morto ao Pronto-Socorro Municipal Lauro Ribas Braga (PS Santana), também na zona norte.

CONTROLE DO FOGO
O fogo começou por volta das 15 horas, no segundo pavimento do prédio de sete andares, e só foi apagado às 18 horas, quando os bombeiros deram início ao trabalho de rescaldo.

CAUSA PROVÁVEL
As causas do fogo e das explosões ainda são desconhecidas.

INTERDIÇÃO DO PRÉDIO
A subprefeitura de Santana/Tucuruvi, na zona norte de São Paulo, interditou totalmente o prédio do Banco Itaú da Rua Alfredo Pujol, em Santana, por causa de risco à estrutura provocado pelo incêndio que atingiu dois dos sete andares do edifício. A interdição proíbe o uso do local até que laudos técnicos e reformas comprovem a segurança.

VISTORIA DO CORPO DE BOMBEIROS
O coronel Wagner Ferrari, comandante do Corpo de Bombeiros no Estado, disse que o prédio obedece às exigências do Decreto nº 20.811, de 1983. A edificação tem hidrantes, extintores, luz de emergência na escada e alarme. O auto de vistoria do Corpo de Bombeiros é de junho deste ano e está em dia.

PRÉDIO
O prédio tem cerca de 20 anos e sete andares.  A estrutura do prédio não foi comprometida, apenas uma trinca na lateral esquerda do edifício foi constatada pelos bombeiros.

PERÍCIA
O Instituto de Criminalística fez perícia no prédio. O laudo deverá sair em 30 dias, com a causa do incêndio.

HISTÓRICO DE INCÊNDIO NO ESTADO
Segundo Cel Wagner Ferrari;
■ De janeiro a outubro de 2002 ocorreram 41.295 incêndios no Estado, sendo 11.243 em edificações, dos quais 2.596 em prédios comerciais ou residenciais.
■ Em 2001, de um total de 46.348 incêndios, ocorreram 13.555 em edificações e 4.066 em prédios.

Fontes: @ZR, Folha Online, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Jornal da Tarde, no período de 20/11/2002 a 22/11/2002.

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