Lembrança: Incêndio no Prédio do Banco Itaú
O fogo começou por volta das 15 h, quarta-feira, 20 de
novembro de 2002 , no segundo andar do prédio, de sete andares.
INTERDIÇÃO
Para facilitar a operação de resgate e evitar a aglomeração
de curiosos, a Companhia de Engenharia de Tráfego interditou a Rua Alfredo
Pujol e outras adjacentes. em Santana, zona norte de São Paulo.
PROPAGAÇÃO DO FOGO
De acordo com o coronel Wagner Ferrari, comandante da
operação, o combate ao fogo foi complicado porque estava armazenado no local
muito material combustível, como madeira, prateleiras com papéis, fitas
magnéticas e carpete que alimentaram o fogo. Isso impediu a entrada dos
bombeiros no prédio. “Tivemos de atacar o fogo por fora.”
A temperatura no segundo andar chegou a 900ºC. O incêndio
destruiu monitores de computadores e vidros do segundo andar, provocando
explosões no local. Os bombeiros tiveram que quebrar os vidros do prédio para
liberar a fumaça.
FUMAÇA E RESGATE
Cerca de 60 pessoas estavam no local. Houve correria, e
pessoas ficaram isoladas. Alguns funcionários
conseguiram sair por uma escada localizada nos fundos do prédio.
A fumaça dificultou a
saída . Com a fumaça, boa parte dos funcionários ficou isolada no prédio, à
espera de ajuda. Célia Francisca dos Reis, 63, funcionária da limpeza no local,
estava no terceiro andar quando o incêndio começou. Ela conta que só viu fumaça
e muita correria.
Como a fumaça dificultava o acesso às escadas, ela e outros
funcionários ficaram juntos perto da janela. "Todos conseguiram manter a
calma. Ninguém chorou, e a chegada dos bombeiros foi rápida." Célia e
outras pessoas desceram os andares no elevador do prédio.
Anderson de Souza Amaral, 30, também funcionário da limpeza,
estava no primeiro andar. Ele afirma que sentiu um cheiro forte e que todos
saíram correndo. "Eu pulei para a área de um prédio vizinho", diz.
Segundo ele, muitos funcionários tiveram medo de descer pelas escadas ou pelo
elevador por conta da fumaça.
O coronel Wagner Ferrari considerou "errada" a
atitude de alguns funcionários, que usaram o elevador para sair do prédio
durante o incêndio. "Poderiam ter morrido de intoxicação."
Cinco funcionários foram resgatados pelos bombeiros, que
trabalhavam no prédio e estavam no segundo andar, onde era armazenado material
de microfilmagem.
Vários bombeiros deixaram o local com o solado das botas de
borracha derretido. "O pior foi entrar. Não tínhamos nenhuma
visibilidade", disse Edson Ghulharducci, de 30 anos, uns dos bombeiros que
entraram no segundo pavimento. Os bombeiros utilizaram uma escada Magirus
ligando o pavimento a um prédio vizinho. Dessa forma, várias outras pessoas
foram salvas.
Vizinhos testemunharam cenas de pânico e correria.
"Tinha muita fumaça e as pessoas saíam chorando, com os olhos
vermelhos", disse o segurança Weldes Oliveira Souza, 28 anos, que mora no
terceiro andar de um prédio vizinho.
Uma hora depois do início do incêndio, começaram a ocorrer
explosões. Moradores de um prédio vizinho, de quatro andares, tiveram de sair
às pressas de casa.
BRIGADA DE INCÊNDIO
A brigada de incêndio do Itaú não conseguiu dominar o fogo,
iniciado por volta das 15h no segundo andar do prédio, uma das bases regionais
da administração do banco, na rua Alfredo Pujol, em Santana, zona norte de São
Paulo.
CORPO DE BOMBEIROS
Oitenta homens e 34 veículos, incluindo vários carros-pipa,
participaram da operação, além de 38 policiais militares.
VÍTIMAS
O Corpo de Bombeiros informou que o incêndio no prédio
administrativo do Itaú na rua Alfredo Pujol, em Santana, zona norte de São
Paulo, deixou cinco vítimas com ferimentos, incluindo dois bombeiros e duas mortes.
MORTES
O gerente Moisés Santos Tavares, de aproximadamente 40 anos,
resistiu a duas paradas cardíacas. Mas, na terceira, quando já estava há duas
horas e 30 minutos sendo atendido no Hospital do Mandaqui (zona norte), acabou
morrendo.
"Como era jovem e sadio, conseguiu resistir às duas
primeiras paradas. Mas o seu caso era grave. Ele tinha queimaduras dentro da
boca, na faringe e na traquéia -uma característica de quem inala muita
fumaça", afirmou o médico José Custódio de Moura. Tavares foi levado ao
hospital por volta das 16h 20, quase uma hora e meia depois do início do
incêndio no prédio do Itaú.
Assim como Tavares, o motorista Jaime Celestino Filho, de
aproximadamente 50 anos, também morreu em decorrência de parada
cardiorrespiratória. Celestino Filho, porém, nem chegou a ser medicado. Chegou
morto ao Pronto-Socorro Municipal Lauro Ribas Braga (PS Santana), também na
zona norte.
CONTROLE DO FOGO
O fogo começou por volta das 15 horas, no segundo pavimento
do prédio de sete andares, e só foi apagado às 18 horas, quando os bombeiros
deram início ao trabalho de rescaldo.
CAUSA PROVÁVEL
As causas do fogo e das explosões ainda são desconhecidas.
INTERDIÇÃO DO PRÉDIO
A subprefeitura de Santana/Tucuruvi, na zona norte de São
Paulo, interditou totalmente o prédio do Banco Itaú da Rua Alfredo Pujol, em
Santana, por causa de risco à estrutura provocado pelo incêndio que atingiu
dois dos sete andares do edifício. A interdição proíbe o uso do local até que
laudos técnicos e reformas comprovem a segurança.
VISTORIA DO CORPO DE BOMBEIROS
O coronel Wagner Ferrari, comandante do Corpo de Bombeiros
no Estado, disse que o prédio obedece às exigências do Decreto nº 20.811, de
1983. A edificação tem hidrantes, extintores, luz de emergência na escada e
alarme. O auto de vistoria do Corpo de Bombeiros é de junho deste ano e está em
dia.
PRÉDIO
O prédio tem cerca de 20 anos e sete andares. A estrutura do prédio não foi comprometida,
apenas uma trinca na lateral esquerda do edifício foi constatada pelos
bombeiros.
PERÍCIA
O Instituto de Criminalística fez perícia no prédio. O laudo
deverá sair em 30 dias, com a causa do incêndio.
HISTÓRICO DE INCÊNDIO NO ESTADO
Segundo Cel Wagner Ferrari;
■ De janeiro a outubro de 2002 ocorreram 41.295 incêndios no
Estado, sendo 11.243 em edificações, dos quais 2.596 em prédios comerciais ou
residenciais.
■ Em 2001, de um total de 46.348 incêndios, ocorreram 13.555
em edificações e 4.066 em prédios.
Fontes: @ZR, Folha Online, Folha de São Paulo, O Estado de
São Paulo, Jornal da Tarde, no período de 20/11/2002 a 22/11/2002.
Marcadores: incendio

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