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segunda-feira, abril 14, 2014

Lembrança: Em 67, explosão do gasômetro de Santos

Em plena madrugada, 3 h 03 min, 9 de Janeiro de 1967, uma forte explosão foi ouvida em toda a cidade de Santos, a vários quilômetros de distância: era o fim do Gasômetro da Cidade de Santos - Serviços de Eletricidade e Gás S/A, situado na Rua Marechal Pego Júnior, na Vila Nova.

DESTRUIÇÃO DOS RESERVATÓRIOS E IMPACTO NA VIZINHANÇA  
 O reservatório explodiu, provocando uma labareda de cerca de 100 metros e deixando um enorme clarão, que podia ser visto de bairros distantes.
O local abrigava cinco gigantescos reservatórios de 15 metros de comprimento por três de diâmetro e estavam repletos com gás de rua, extraído da queima de carvão produzido pela companhia no bairro do Valongo. A tragédia só não foi catastrófica porque apenas um, dos cinco reservatórios, explodiu. Ainda assim, impacto foi sentido a quatro quilômetros de distância do local, à altura do Canal 6, na Ponta da Praia. Uma das partes do tambor que explodiu foi encontrada no pátio do Colégio Coração de Maria, localizado a 60 metros do local
Dezenas de prédios foram destruídos  nas redondezas. Nos bairros vizinhos, a onda de choque da explosão arrancou telhados e portas, fez paredes desabarem  e destruiu vidros de janelas a até 2 km de distância do gasômetro.Como também as instalações elétricas foram atingidas, as ruas próximas ficaram às escuras, aumentando o pânico de quem acordou sem ter idéia do que realmente tinha acontecido.

TESTEMUNHA
José das Neves Barreto, de 72 anos, lembra com lucidez daquela madrugada. Sua casa ficava na rua Conselheiro Nébias, 460, a um quilômetro dali. ‘‘A casa tremeu que parecia um terremoto’’, conta.
O ‘‘terremoto’’ também chegou ao Centro, onde Barreto mantém há mais de 50 anos uma distribuidora de ferro e aço, na João Pessoa, 418. As portas, que naquele ano eram recém colocadas, voaram longe, e também as janelas foram atingidas. Ele diz não ter requerido qualquer tipo de indenização, e se encarregou de fazer os reparos às próprias custas.

VÍTIMAS
Trezentas pessoas ficaram feridas, 42 das quais em estado grave, mas ninguém morreu.

CAUSA PROVÁVEL
Os peritos que atuaram na investigação se basearam na precariedade do material, que apresentava claros sinais de corrosão.
Segundo a perícia técnica, foi constatado que as instalações do Gasômetro de Santos estavam em péssimas condições de conservação apresentando claros sinais de corrosão.
Foi apontada pela perícia que o vaso de pressão n.5 estava corroído e não apresentava qualquer segurança. O risco era tão alto que a empresa iria interditá-lo nos próximos dias, segundo revelaram funcionários. Um fragmento do casco do vaso comprovou as denúncias: sua espessura não ia além de 6,3 mm, quando originalmente era de 15,8 mm.
Outra falha de segurança foi a proximidade dos cabos de alta tensão (6 Kv) que passavam a poucos metros dos reservatórios de gás.  A presença de um cabo de alta tensão próximo dos reservatórios reforçou a hipótese de que uma faísca, associada ao vazamento teria provocado a ignição necessária causando a explosão. Fonte: A Tribuna de Santos

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posted by ACCA@8:11 PM