Lembrança: Em 67, explosão do gasômetro de Santos
Em plena madrugada, 3 h 03 min, 9 de Janeiro de 1967, uma forte
explosão foi ouvida em toda a cidade de Santos, a vários quilômetros de
distância: era o fim do Gasômetro da Cidade de Santos - Serviços de
Eletricidade e Gás S/A, situado na Rua Marechal Pego Júnior, na Vila Nova.
DESTRUIÇÃO DOS RESERVATÓRIOS E IMPACTO NA VIZINHANÇA
O reservatório
explodiu, provocando uma labareda de cerca de 100 metros e deixando um enorme
clarão, que podia ser visto de bairros distantes.
O local abrigava cinco gigantescos reservatórios de 15
metros de comprimento por três de diâmetro e estavam repletos com gás de rua,
extraído da queima de carvão produzido pela companhia no bairro do Valongo. A
tragédia só não foi catastrófica porque apenas um, dos cinco reservatórios,
explodiu. Ainda assim, impacto foi sentido a quatro quilômetros de distância do
local, à altura do Canal 6, na Ponta da Praia. Uma das partes do tambor que
explodiu foi encontrada no pátio do Colégio Coração de Maria, localizado a 60
metros do local
Dezenas de prédios foram destruídos nas redondezas. Nos bairros vizinhos, a onda
de choque da explosão arrancou telhados e portas, fez paredes desabarem e destruiu vidros de janelas a até 2 km de
distância do gasômetro.Como também as instalações elétricas foram atingidas, as
ruas próximas ficaram às escuras, aumentando o pânico de quem acordou sem ter
idéia do que realmente tinha acontecido.
TESTEMUNHA
José das Neves Barreto, de 72 anos, lembra com lucidez
daquela madrugada. Sua casa ficava na rua Conselheiro Nébias, 460, a um
quilômetro dali. ‘‘A casa tremeu que parecia um terremoto’’, conta.
O ‘‘terremoto’’ também chegou ao Centro, onde Barreto mantém
há mais de 50 anos uma distribuidora de ferro e aço, na João Pessoa, 418. As
portas, que naquele ano eram recém colocadas, voaram longe, e também as janelas
foram atingidas. Ele diz não ter requerido qualquer tipo de indenização, e se
encarregou de fazer os reparos às próprias custas.
VÍTIMAS
Trezentas pessoas ficaram feridas, 42 das quais em estado
grave, mas ninguém morreu.
CAUSA PROVÁVEL
Os peritos que atuaram na investigação se basearam na
precariedade do material, que apresentava claros sinais de corrosão.
Segundo a perícia técnica, foi constatado que as instalações
do Gasômetro de Santos estavam em péssimas condições de conservação
apresentando claros sinais de corrosão.
Foi apontada pela perícia que o vaso de pressão n.5 estava
corroído e não apresentava qualquer segurança. O risco era tão alto que a
empresa iria interditá-lo nos próximos dias, segundo revelaram funcionários. Um
fragmento do casco do vaso comprovou as denúncias: sua espessura não ia além de
6,3 mm, quando originalmente era de 15,8 mm.
Outra falha de segurança foi a proximidade dos cabos de alta
tensão (6 Kv) que passavam a poucos metros dos reservatórios de gás. A presença de um cabo de alta tensão próximo
dos reservatórios reforçou a hipótese de que uma faísca, associada ao vazamento
teria provocado a ignição necessária causando a explosão. Fonte: A Tribuna de
Santos

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