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domingo, novembro 25, 2007

Explosão em posto de gasolina

Ocorreu uma explosão seguida de incêndio, por volta das 2h30 da madrugada, de segunda-feira, 19 de novembro de 2007, em um posto Shell localizado no Jardim Paulistano, região sudoeste da cidade de São Paulo.
Um caminhão-tanque descarregava gasolina nos reservatórios do posto quando ocorreu a explosão.

Causa provável
O acidente, segundo testemunhas, ocorreu quando o funcionário do posto atendeu o celular enquanto ajudava a descarregar 15 mil litros de combustível.

Câmera interna do posto mostra o momento da explosão
Segundo o dono do posto, Osvaldo Lopes, o frentista estava no caminhão, abriu o celular no momento em que ajudava a descarregar o combustível.
Lopes diz que imagens das câmeras de TV do posto mostram o momento em que o frentista teria pegado o telefone do bolso.

Vitima
O frentista Carlos Roberto dos Santos ficou com 76% do corpo queimado e está internado em estado grave.
Em 22 de novembro de 2007, o frentista morreu na UTI do Hospital das Clínicas, tinha queimaduras de 2º e 3º graus em 76% do corpo.

Pânico na vizinhança
Os moradores das ruas próximas foram acordados por volta das 2h30 da madrugada, com a explosão. O bibliotecário Virgílio de Castro, conta que só conseguiu dormir às 6h, quando a situação na rua se tranqüilizou.
Ele diz que a vizinha da frente chegou a sair com os quatro filhos de casa, assustada com o incêndio. "O barulho parecia um trovão forte", afirma.

Danos materiais
Parte do forro de plástico do teto do posto queimou, afetando as instalações elétricas. Uma das bombas de gasolina foi interditada pela prefeitura.

Corpo de bombeiros
Os bombeiros foram acionados e seis equipes seguiram para o local, mas, quando chegaram, o fogo praticamente já havia sido controlado pelo motorista do caminhão.

Vistoria
O posto funciona no mesmo local há 30 anos, no cruzamento das ruas Lisboa e Artur Azevedo, e havia sido vistoriado em 19 de setembro. Entre outros problemas, a prefeitura verificou que faltavam sinalizações de "não fumar" no local.

Controvérsia na causa
Ainda não é possível explicar a causa do acidente. A polícia investiga a possibilidade de que gases emitidos pelo combustível tenham entrado em contato com uma faísca liberada pelo celular e causado a explosão.
Segundo os bombeiros, a explosão foi provocada pelo acúmulo de vapor do combustível acumulado no teto do posto.
Moradores relataram que o motor do caminhão estava ligado no momento do acidente, o que é negado pela Shell.

Perícia
Peritos devem investigar de onde partiu a faísca que originou o acidente.

Controvérsias entre especialistas
Os fabricantes dos aparelhos recomendam, em seus manuais, que o dono desligue o celular nesses locais.
Segundo os especialistas, dizem ser mínima a possibilidade de um celular provocar um acidente como o que ocorreu. Isso porque, segundo eles, a faísca produzida é muito fraca e a concentração de gases inflamáveis no ar de um posto é muito diluída.
Mas, segundo o engenheiro Anthony Brown, a possibilidade, apesar de remota, existe. "O aparelho pode gerar faísca quando é ligado", afirma. Brown é membro de um grupo da USP que estuda incêndios e explosões.
Para Paulo Portela, professor de engenharia elétrica da UnB (Universidade de Brasília), os modelos atuais são mais seguros. "A corrente elétrica liberada pela bateria é mínima", afirma.

Teste da BR Distribuidora com celular
Há quatro anos, a BR Distribuidora fez um teste com um celular em um recipiente com gasolina, apoiado apenas por um tijolo. Após cerca de 30 ligações, explodiu.

Proibição de celular em posto de gasolina.
Uma lei municipal, de outubro de 2002, proíbe o uso de celulares em postos de gasolina em São Paulo. Quem desobedecer a lei está sujeito a multa. A cidade do Rio de Janeiro e o estado do Mato Grosso do Sul também proíbem o uso do aparelho no abastecimento.

Fonte: G1, em São Paulo, Folha de São Paulo - São Paulo, no período de 20 a 23 de novembro de 2007

Comentário
Atualmente existe uma série de recalls de baterias de celulares (pode causar aquecimento) e de laptop´s (que pode causar princípio de incêndio) que contrariam todo o princípio de confiabilidade de segurança desses produtos.
Imaginem se essa explosão ocorresse durante o dia, em que o abastecimento de caminhão-tanque no posto de gasolina é normal diante de abastecimento de veículos , carros estacionados, etc. Em alguns países, durante o descarregamento de combustível no posto de gasolina por caminhão-tanque, o local é isolado e proibido o abastecimento de carros.

Coincidência ou não há vários casos nos Estados Unidos de explosões em postos de gasolina no momento de abastecimento de carros e na utilização de celulares pelos motoristas.

Em 6 de marco de 2002, o boletim da National Safety Alert, menciona um incêndio resultante do uso de telefone celular. O incêndio foi um “flash fire” (incêndio que se inflama rapidamente em presença de mistura de combustão de mistura gasosa, incêndio em nuvem) numa plataforma petrolífera no Golfo do México da OCS.
Recomendação da MMS ( Minerals Management Service - Agência Americana de Serviço de Exploração de Recursos Minerais);
As prestadoras devem estar cientes que os telefones celulares, pagers, computadores, ferramentas, câmeras, equipamentos de vídeo, dispositivos eletrônicos, e os instrumentos eletrônicos podem criar uma fonte de ignição em uma área classificada. As prestadoras devem treinar seu pessoal no uso destes dispositivos em um ambiente de hidrocarboneto e incluí-los na permissão de trabalhos a quente como necessário para operações seguras.

posted by ACCA@5:31 PM