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sexta-feira, outubro 12, 2007

Centenas de crianças morrem por acidentes em São Paulo

Pesquisa realizada pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em 10.351 casos de morte e outros 184.240 prontuários de internações de crianças ocorridos em 2005 mostrou os seguintes dados;
■ pelo menos 760 crianças de um a 14 anos morrem por ano no Estado de São Paulo vítimas de acidentes dentro de casa e na rua.
■ do total, 40% seriam mortes evitáveis, ou seja, ocorrem por distração dos pais ou da empregada, que cuida da criança.
■ quedas, queimaduras e intoxicações acidentais também são as maiores causas de internações entre jovens de 10 a 14 anos, com cerca de 38% dos atendimentos nos hospitais públicos paulistas.

"A pesquisa diz respeito aos óbitos em casa ou em ambientes como clubes e escolas, em que a criança está sob guarda de adultos", explica Ricardo Tardelli, diretor estadual de Saúde.

O levantamento também mostra que as causas de morte variam conforme a faixa etária:
■ entre bebês menores de um ano, a sufocação acidental (na maioria das vezes, regurgitação do leite) é a causa de morte mais freqüente e vitima 115 deles por ano.
■ de um a quatro anos, os afogamentos lideram: matam 61 crianças.
■ dos cinco ao nove anos, os atropelamentos são os principais vilões, matando 67 crianças.
■ os afogamentos voltam a ser a maior causa de morte entre as crianças de 10 a 14 anos: vitimam 115 delas por ano.

Por acidentes
■ o acidente que provoca mais mortes é o afogamento, que responde por 27,6% delas.
■ depois dos afogamentos, atropelamentos (25,7%) e outros acidentes de transportes (18,5%) foram os que mais causaram mortes.
■ entre as internações, as quedas foram apontadas como causa em 74,6% dos casos. "A criança pode ter desde traumatismo craniano até fratura de membros e rupturas de órgãos internos", aponta Tardelli.
■ atropelamentos (8,4%), que também registraram grande participação entre as mortes,
■ e queimaduras (5,7%) vêm listadas em seguida como causas mais freqüentes de internação de crianças entre 1 e 14 anos.

Mortes evitáveis
Para Ricardo Tardelli, diretor estadual de saúde, os dados causaram uma "triste surpresa". "É difícil imaginar que 300 crianças morram de causas evitáveis e que medidas simples poderiam coibir essas mortes”.

Campanha de prevenção de acidentes
Segundo ele, a partir desse levantamento, a secretaria pretende monitorar ano a ano a ocorrência desses acidentes e adotar políticas específicas de redução, como campanhas focadas em prevenção.
O diretor estadual de Saúde ressalta que os acidentes domésticos podem ser evitados com cuidados simples. Os pais precisam tentar se antecipar aos possíveis riscos e, ao mesmo tempo, não cercear em demasia os movimentos dos pequenos.
"O principal é ter atenção. A pessoa tem que entender onde estão as coisas perigosas e tentar se antecipar. Mas deve-se ficar atento porque esses acidentes são evitáveis. E tudo aquilo que é evitável e acontece gera ainda mais tristeza", diz.

Medidas simples para eliminar riscos presentes
■ Para evitar as quedas, por exemplo, que são responsáveis por 74,6% das internações infantis, a Secretaria de Estado da Saúde recomenda; aos pais que recolham brinquedos e outros objetos do chão, enxugar imediatamente piso molhado, coloquem portões de segurança nas escadas no caso de terem crianças pequenas em casa.
■ instalem dispositivos de segurança nas janelas e nunca deixar berço ou móveis perto delas.
■ para evitar queimaduras, as crianças não devem ter acesso a eletrodomésticos, fósforos ou isqueiros.
■ as intoxicações podem ser evitadas deixando-se medicamentos fora do alcance das crianças.
■ substâncias tóxicas devem ser mantidas em suas embalagens originais, para impedir que sejam confundidas com outras.

Outro estudo
Um outro estudo feito há três anos pela ONG Criança Segura e pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em 23 escolas públicas e privadas de São Paulo mostrou;
■ que 78% de 2.269 crianças vítimas de acidentes se machucaram com adultos por perto.
■ a maioria das crianças avaliadas (55,3%) se machucou em casa.
■ outros 30%, na rua.
■ a escola foi palco de 9% dos casos.

Fonte:Folha de São Paulo e G1 - 30 de agosto de 2007

Comentário:
Dados de acidentes de crianças no Brasil, pesquisa realizada pela ONG Criança Segura

No ano de 2005, 5.842 crianças morreram vítimas de acidentes. Do total dessas mortes, 40% são crianças que morreram entre 0 e 14 anos vítimas de acidentes de trânsito, e em seguida estão as vítimas fatais de afogamento, com 26%.

Sobre hospitalizações, entre 0 e 14 anos, as quedas correspondem a 55% do total. Um outro dado surpreendente é a diferença entre os sexos, tanto nas internações quanto em mortalidade. São 3.766 meninos que morreram em acidentes contra 2.041 de meninas. Nas hospitalizações são 95.233 e 43.370 respectivamente.

A pesquisa ainda mostra que para cada faixa etária, prevalecem determinados tipos de acidentes, tanto para mortalidade como para as hospitalizações;
■ entre crianças de 10 a 14 anos, o afogamento fez em 2005, 601 vítimas fatais e
■ entre as crianças menores de 1 ano, a sufocação foi responsável por 586 vítimas.
■ nas hospitalizações, as quedas prevalecem como primeira causa em todas as faixas etárias,
sendo que em seguida, entre crianças de 5 a 9 anos, são os atropelamentos que levam aos hospitais.

A conclusão da pesquisa no âmbito nacional é semelhante aos resultados obtidos na pesquisa realizada no Estado de São Paulo.

posted by ACCA@6:58 PM