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sábado, agosto 11, 2007

Motorista escapa com vida de carro esmagado

O engavetamento e o surpreendente resgate de Daniela Camargo aconteceram na terça-feira, 7 de agosto de 2008, por volta das 18h30, entre as avenidas Francisco Paula Souza e Jorge Tibiriçá, no Jardim das Oliveiras. em Campinas, a 95 km de São Paulo.

Como ocorreu:
O Fiat Uno da vítima estava parado em um semáforo, atrás de um ônibus de turismo. O caminhão-betoneira, de 12 toneladas, parcialmente carregado, vinha atrás e não conseguiu frear. O impacto foi tão forte que ficou apenas um pequeno espaço entre os pára-choques do ônibus e do caminhão. No carro prensado, no meio de tantos ferros retorcidos, a sobrevivente.

Ela pressentiu a colisão:
"Eu olhei pelo retrovisor e vi que não ia conseguir escapar. Aí, me joguei pro lado e só minha perna ficou presa nas ferragens. Meu tronco todo e a cabeça ficaram livres", disse a jovem.

Daniela teve muito pouco espaço dentro do carro, prensado entre os outros dois veículos. O espaço entre os pára-choques do caminhão e do ônibus era de cerca de 30 centímetros. "Eu entrei em desespero porque e percebi que o carro estava diminuindo cada vez mais e o espaço que eu tinha ficou cada vez menor."

O resgate não percebeu que tinha uma carro tão amassado entre os dois veículos
Daniela manteve a calma o tempo todo. Para a equipe do Corpo de Bombeiros, também não podia haver nervosismo. O tenente dos bombeiros que comandou a operação, Osmar Oayama, conta que quando chegou ao local nem viu o carro da vítima, de tão amassado que estava.

"Em princípio eu não vi o terceiro carro. Mas chegando mais perto, notamos que era um carro debaixo de dois veículos grandes. Com sinceridade, eu não achava que haveria pessoas com vida", revela Oayama.

O tenente disse que o reflexo rápido de Daniela ao deitar no banco foi importante, mas não deve ser regra. "O caso dela foi um caso à parte." "A sensação que a gente tem de retirar uma pessoa, ajudar em uma situação dessa, é uma sensação que nos eleva às alturas e é indescritível", diz o bombeiro.
foto - região em amarelo onde a motorista ficou deitada com tronco e cabeça livres e as pernas presas. O carro ficou como uma lata de sardinha
Resgate
"Calma, Daniela! Nós vamos tirar você daí !", disse um dos bombeiros. Mesmo entre as ferragens, a vítima encontrou espaço para alcançar o celular e falar com a mãe. “Ela me falou que tinha sofrido um acidente. Estava presa no carro”, contou Ângela Regina Camargo a mãe da vítima. A família acompanhou o resgate com apreensão.

Os bombeiros tentaram mover os veículos, mas havia o risco de ferir a assistente administrativa Daniela Camargo, de 26 anos. Foi preciso escorar o ônibus e o caminhão, para depois cortar, cuidadosamente, a lataria do carro.

O ônibus não podia se mover. Por isso, o tempo todo, enquanto a equipe trabalhava no resgate, o motorista mantinha o pé no freio. Havia ainda o risco de incêndio.
O trabalho foi duro e, ao mesmo tempo, delicado.

A jovem se manteve calma o tempo todo, recebendo oxigênio e o carinho dos bombeiros até o momento mais esperado.

Término do resgate
Depois de mais de três horas de trabalho delicado, os bombeiros conseguiram serrar a lataria do carro e tiraram a motorista com vida das ferragens.

a jovem foi resgatada com vida, acabando com a angústia e emocionando todos os envolvidos no resgate. “Só Deus mesmo. Agora é ajoelhar e agradecer”, disse a mãe da vítima.

Hospitalização
A Daniela Pereira Camargo, passou por uma cirurgia no quadril na manhã de sexta-feira, 10 de agosto, em Campinas. ”É uma cirurgia sem maiores complicações, com tempo de duração que deve variar de duas horas e meia a três horas, para a fixação de uma fratura no quadril”, explica Sérgio Pinotti, diretor clínico do Hospital e Maternidade Madre Theodora, hospital onde Daniela está internada.

A equipe médica informou ainda que Daniela passa bem, está lúcida e conversa normalmente. Mesmo assim, ficará na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no final de semana em observação, já que o acidente foi grave. A jovem já passou por uma cirurgia no punho esquerdo. A cirurgia durou 40 minutos e recolocou o pulso no lugar, segundo os médicos, corrigindo a fratura.

Daniela deve deixar a UTI entre a noite do domingo, 12 de agosto e a manhã da segunda-feira, 13 de agosto, mas ainda não há previsão de alta médica.

Motorista do caminhão
O motorista do caminhão disse em depoimento à polícia que tentou frear o veículo, mas não conseguiu. Perícia do Instituto de Criminalística apontou que não foram encontrados problemas no sistema de freios do caminhão. A empresa proprietária do veículo informou que mesmo assim ele passará por reavaliação.
Fonte: G1 – 9 a 10 de agosto de 2007

Comentário:
Foi um autêntico milagre. Muitos motoristas morrem em situações de colisões não tão graves como esta que ocorreu. Pode ser a presença de espírito da jovem, quando pressentiu a colisão, deitou no banco, contrariando a regra de segurança.

posted by ACCA@8:07 AM