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terça-feira, julho 31, 2007

Maior rio da Itália pode diminuir até 100 km

O Rio Pó (Padus em latim) percorre uma extensão de 652 km de Ocidente para Oriente, ao longo do Norte da Itália (Piemonte , Lombardia e Vêneto), até desaguar no Mar Adriático, perto de Veneza.
É o maior rio italiano, passando por muitas cidades importantes, incluindo Turim, e ainda nas proximidades de Milão – nesta última cidade o rio penetra em uma rede de canais chamados navigli. Perto do fim do seu curso, o rio dá lugar a um grande delta, com centenas de pequenos canais e cinco cursos fluviais principais; em italiano, o vale é chamado de Pianura Padana, e é tão bem irrigado pelo rio que se tornou a principal área industrial do país. A sua importância é tal que está sujeito ao controle de um magistrado especial, o Magistrato delle Acque (no Brasil, comitê de gerenciamento de recursos hídricos).

Dados do rio:
Comprimento- 52 km
Altitude da nascente –2.022 m
Vazão média - 1.540 m³/s
Área da bacia - 71.000 km²
Nascente - Monviso (Alpes).
Foz Mar Adriático.
Delta
Curso de água - hidrologia

Dados alarmantes
Os dados alarmantes foram divulgados em 18 de julho de 2007, na cidade de Parma em um congresso sobre os efeitos do clima sobre a bacia fluvial do Pó, organizado pela Agência para a Proteção do Ambiente e para os Serviços Técnicos (Apat) junto com outras agências locais e com o Ministério do Meio Ambiente, em vista da conferência nacional italiana sobre mudança climática prevista para ocorrer em setembro em Roma.

Volume de águas diminui a cada ano
As águas do maior rio da Itália, o Rio Pó, estão diminuindo devido às mudanças climáticas e ao aumento das exigências, especialmente para a agricultura. Com isso, seu curso pode parar a 100 km de distância da sua foz, na cidade de Ferrara, no norte do país.
O volume de águas do principal rio italiano diminuiu de 20 a 25% nos últimos 30 anos. A bacia do Pó se estende por 25% do território nacional, compreendendo seis regiões e 3200 cidades, onde se concentra 40% do PIB italiano.
"Devemos tomar providências rapidamente, antes que seja tarde demais", declarou o presidente da Comissão Ambiental da Câmara de Deputados, comentando os dados divulgados hoje.
"É um tema que há tempos tem a atenção do Parlamento, que já nos mês de março aprovou por unanimidade uma resolução conjunta entre a Comissão Ambiental e a de Agricultura na qual se pede ao governo um plano de intervenções ao longo do curso do Pó", acrescentou o presidente da Comissão Ambiental .

Causas principais
Parte dos danos ao rio italiano são provenientes dos elevados números de hidroelétricas, dos sistemas de irrigação e culturas com consumo impactante de água e da retirada ilegal de areia de suas margens.
Folha Online – 18 de julho de 2007

Comentário:
No Brasil temos o mesmo problema com alguns principais rios.
■ Loteamentos que desconsideram critérios ambientais em sua implantação (tratamento de esgotos, manejo adequado do solo e desmatamentos).
■ Intensa atividade de mineração (areia, garimpos)
■ Poluição industrial, gerado por resíduos sólidos ou líquidos
■ Uso intensivo de irrigação e desmatamento ciliar
■ Utilização indiscriminada de agrotóxicos
■ Falta de zoneamento territorial que discipline uso e ocupação do solo.

posted by ACCA@9:36 AM