A trajetória da sujeira na história do Brasil
Livro mostra a evolução e a importância da higiene pessoal no País
Quando a esquadra de Pedro Álvares Cabral desembarcou na Bahia, no longínquo ano de 1500, o Brasil descobriu a sujeira - de um lado, portugueses barbudos, imundos, com doenças generalizadas; do outro, índios pelados, depilados, exibindo dentes alvos, cabelos bem lavados, troncos, pernas e braços musculosos. O gritante contraste era justificável, pois, se os europeus costumavam lavar-se de corpo inteiro apenas duas vezes por ano, os nativos banhavam-se de 10 a 12 vezes por dia.
Assim, as condutas de higiene variam ao longo da História;
■ na Antiguidade, por exemplo, a água era sagrada,
■ na Idade Média, apenas as mãos e o rosto eram lavados.
■ na Idade Moderna, a situação era pior, pois se acreditava que o banho dilatava os poros, o que facilitava a infiltração de doenças.
Somente no século 19, quando a ciência já identificava uma série de doenças, é que o banho era encarado como prática de conservação do corpo.
O livro mostra toda a sujeira física dos brasileiros até depois de proclamada a República, quando as cidades eram grandes focos de doenças. Também os produtos de limpeza evoluíram na mesma velocidade, especialmente o desenvolvimento do vaso sanitário, inventado em 1597.
Essas curiosidades são apresentadas em Passado a Limpo - História da Higiene Pessoal no Brasil, livro fartamente ilustrado do jornalista e historiador Eduardo Bueno.
Passado a Limpo - História da Higiene Pessoal no Brasil. Eduardo Bueno. 80 págs., R$ 44. Livraria Cultura - Av. Paulista, 2.073, 11-3170-4033.

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