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terça-feira, abril 17, 2007

Descarga elétrica mata trabalhador


Em 26 de janeiro de 2007, o eletricista Lázaro Silva, 44, morreu carbonizado em um poste de madeira de 11 metros, após receber uma descarga elétrica de 13.800 volts, por volta das 10h30, no momento em que trabalhava na troca da rede elétrica de alta tensão, no quilômetro 8, da BR-174 (Manaus-BoaVista).

Resgate
A operação para resgatar o corpo de Lázaro, do poste em que ele se preparava para fazer a manutenção, durou aproximadamente duas horas. Ao chegarem ao local, uma das primeiras providências tomadas pelos Bombeiros foi checar se havia sido feito o aterramento, isolamento da área onde passa energia, para que o trabalho da retirada do cadáver pudesse ser feito sem maiores riscos.

Vítima
A vítima era funcionário da empresa Eletro Instalações, que presta serviços para a Manaus Energia. Por conta do acidente, as atividades na área - a manutenção na rede elétrica do km 1 até o km 80 -, foram paralisadas. Bastante abalados com o ocorrido, os colegas de trabalho de Lázaro preferiram não comentar o caso.

Laudo preliminar
Em uma nota de esclarecimento divulgada, a Manaus Energia informou que as investigações preliminares realizadas por uma equipe técnica da empresa, no local onde ocorreu o acidente, dão conta de que Lázaro teria subido no poste para iniciar os serviços de reparação dos cabos, sem a devida autorização do fiscal, responsável pelos trabalhos de desligamento do circuito elétrico. Ainda de acordo com a referida nota, a Eletro Instalações irá arcar com as despesas dos serviços de funerais.

Fonte: A Crítica - Manaus, 27 de Janeiro de 2007

Comentário
No Brasil é comum após um acidente fatal, a história se repete, indagamos: O que houve de errado? E nunca preocupamos com a prevenção. O que pode dar errado? Os responsáveis buscam os culpados, esquecendo-se das causas reais do acidente.
A Concessionário de acordo com a notícia informou que após investigações preliminares realizadas por uma equipe técnica da empresa, no local, chegou a conclusão que o funcionário teria subido no poste para iniciar os serviços de reparação dos cabos, sem a devida autorização do fiscal, responsável pelos trabalhos de desligamento do circuito elétrico. Se os bombeiros demoraram quase duas horas para retirar o corpo do local, suponho que sistema estava realmente energizado. Houve um descompasso entre a desenergização do sistema e o início do trabalho. Isso nada mais é a falta de procedimento de segurança para iniciar o serviço.

O que diz a norma NR-10;
10.7.4 Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aquelas que interajam com o SEP, somente pode ser realizado mediante ordem de serviço específica para data e local, assinada por superior responsável pela área.

10.7.5 Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o superior imediato e a equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas de forma a atender os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança em eletricidade aplicáveis ao serviço.

10.7.6 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem ser realizados quando houver procedimentos específicos, detalhados e assinados por profissional autorizado.

10.7.7 A intervenção em instalações elétricas energizadas em AT dentro dos limites estabelecidos como zona de risco, somente pode ser realizada mediante a desativação, também conhecida como bloqueio, dos conjuntos e dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou equipamento.

O mais importante é que o funcionário tenha treinamento de capacitação na área elétrica e segurança.
Como diz a norma “ Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com alta tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos como zonas controladas e de risco. É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes condições, simultaneamente:
a) receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional habilitado e autorizado; e
b) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.

Com esse tipo de treinamento e conscientização dificilmente um funcionário iniciaria um serviço sem analisar os procedimentos adequados (quebra de procedimentos). Além desses procedimentos existem dispositivos de detecção de campo elétrico em que o funcionário poderia utilizar para verificar a energização do sistema para garantia adicional se o sistema está desenergizado. O que houve foi uma falha de procedimento e de comunicação de riscos da empresa.

Interessante o que acontece nesse país, as normas são alteradas, revisadas, e o Ministério do Trabalho, divulga, desta vez a segurança do trabalho deve melhorar, as normas estão abrangendo todos os problemas que podem acarretar acidentes. Mas os acidentes, as infrações continuam os mesmos há anos. É reprise de um filme que já conhecemos o final; acidente e morte. ACCA

posted by ACCA@11:26 AM

2 Comments:

At 3:08 PM, Blogger elinara Silva said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 3:27 PM, Blogger elinara Silva said...

Eu concordo pois acidentes de trabalhos poderiam ser evitados pelas empresas.nesse caso do (Lazaro Silva)foi um fato de total descaso da parte da empresa....uma vez que a mesma deveria prezar pelo bem estar dos seus funcionários.
(lazaro Silva)um funcionário antigo da empresa deixou saudades a sua esposa, filhos e amigos......ja se passaram 5 anos e nada foi esclarecido.....eu como filha dele sei bem como e perder alguém amavel e importante, simplesmente por uma negligencia que poderia ter sido evitada

 

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