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terça-feira, fevereiro 06, 2007

Acidentes de trabalho provocaram 2.708 mortes em 2005

O número é superior ao registrado em 2003, quando foram registradas 2.647 mortes. Os dados, mais recentes sobre o assunto, estão presentes em Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho divulgado pelos ministérios da Previdência e do Trabalho.

O maior número de mortes ocorreu em;
■ São Paulo, com 670 ocorrências, seguido;
■ Minas Gerais com 351 e
■ Paraná com 206.

Dados da publicação apontam que em 2005 foram registrados 491.711 casos de acidentes de trabalho pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por meio da Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT).

Principais acidentes de trabalho
■ a maioria foi ferimento do punho e da mão, com 68.034 casos, seguido
■ fratura do nível do punho e da mão, com 33.865 e
■traumatismo superficial do punho e da mão, com 27.252 ocorrências.

Especialista destaca construção civil e motoboys
O número de acidentes de trabalho pode ser três vezes superior aos empregados registrados com carteira assinada, segundo estimativa do coordenador da Área Técnica de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Marco Perez.

O trabalhador que tem carteira assinada e sofre algum tipo de acidente pode recorrer à Previdência Social, enquanto aquele que não tem registro não tem esse direito. Além disso, Marco Perez aponta que ele pode estar fazer exercendo uma atividade de maior risco e sem proteção.

Atividades de maiores riscos
Segundo ele, um dos setores que apresenta uma freqüência elevada de acidentes;
■ construção civil
■ mineração
■ motoboys.

Falta educação, ambiente de trabalho
Você pode mostrar o risco. O trabalhador sabe, mas não tem condições de trabalhar de forma mais adequada. Então, você pode trabalhar essa questão, de educação, dizer como, mas não vai adiantar nada se as relações de trabalho não proverem condições melhores de trabalho - disse Marco Peres.

Fonte: Zero Hora - 5 de fevereiro de 2007

Comentário
O registro de 2.708 casos de morte decorrentes de acidentes de trabalho no ano de 2005, refere-se a uma população de trabalhadores com carteira assinada de 27,5 milhões
Segundo especialistas a subnotificação de comunicação de acidentes atinge 20%.
Se projetarmos para o universo total de trabalhadores formais, teremos;
■ De 491.711 casos de acidentes de trabalho registrados pelo INSS por meio da Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) para 2.458.856 acidentes
■ De 2.708 casos de morte registrados pelo INSS para 13.452 casos de morte

Se projetarmos para População Economicamente Ativa 92,8 milhões de habitantes (2004) com carteira assinada ou não, teremos;
■ 8.297.521 acidentes registrados
■ 45.394 mortes

Segundos dados de 2001 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais matam no Brasil 57.409 por ano. Os acidentes sem mortes, representam 11,3 milhões calculados pelo organismo internacional.

Custo de acidentes no Brasil
■ Estimativa de acordo com 491.711 casos de acidentes de trabalho pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – R$ 25 bilhões por ano
■ Estimativa de acordo com 2.458.856 acidentes sem subnotificação - R$ 125 bilhões
■ Estimativa de acordo com 8.297.521 acidentes registrados (mercado formal e informal) – R$ 210 bilhões

Segundo estudo da OIT, o custo de acidentes de trabalho pode atingir 4% a 10% do PIB, na América Latina.
O PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas por um país) brasileiro totalizou R$ 1,937 trilhão no ano de 2005.
■ O custo de acidentes no Brasil pode variar entre R$ 77 bilhões a R$ 194 bilhões

Com esses valores astronômicos o Ministério de Trabalho ainda continua focado em apenas na arrecadação, esquecendo de uma atuação mais rigorosa na inspeção e divulgação das normas de segurança do trabalho. As principais agências de segurança de trabalho no mundo (inglesa e americana) atuam não apenas na fiscalização das normas, mas principalmente na divulgação de boas praticas de segurança, em prevenção de riscos.

posted by ACCA@3:44 PM