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sábado, dezembro 16, 2006

Mulher tem couro cabeludo arrancado

Uma funcionária da Indústria Têxtil Frint, em Americana, teve todo o couro cabeludo arrancado ao enroscar os cabelos na máquina em que trabalhava. O acidente ocorreu na madrugada, em 09 de outubro de 2002.

A retorcetriz Ana Cristina Gêmeo Luiz, 32, estava trabalhando em uma máquina para serviços de retorção, quando, ao se abaixar, seu cabelo enroscou no eixo giratório da máquina.

Cabelo comprido
Ana Cristina, que tinha os cabelos na altura dos ombros, teve todo couro cabeludo arrancado e foi socorrida pelo supervisor industrial Antônio Marques Gonçalves Ribas e levada ao Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi.

Atendimento médico
Algumas horas depois, a funcionária foi transferida para o Hospital Municipal de Botucatu, onde passou por exames. “Os médicos de Botucatu disseram que as células do couro cabeludo de minha irmã estão mortas, e por isso, seus cabelos não vão mais crescer. Mas existe uma possibilidade de, futuramente, ela fazer um implante de cabelo”, disse um dos irmãos de Ana Cristina.

Na tarde de quarta-feira, 9 de outubro, a funcionária foi transferida novamente para o Hospital Dr. Waldemar Tebaldi, onde permanece internada. “Uma cirurgia para enxerto na cabeça está prevista”, informou o irmão. Segundo o familiar, Ana Cristina está consciente do que ocorreu. “Mas ela está traumatizada e chora muito”, disse o irmão.

Posição da empresa
O advogado da empresa alegou que todas as medidas legais já foram tomadas e que a empresa está acompanhando a recuperação da funcionária. Segundo um funcionário da empresa, que pediu para não ser identificado, acidentes de trabalho nunca ocorreram no local e Ana Cristina teria infringido regras de segurança de trabalho da empresa, por estar trabalhando com os cabelos soltos.

Falta de equipamentos de segurança
Já um familiar de Ana Cristina informou que teve conhecimento de que todas as funcionárias da empresa trabalham de cabelos soltos.

Fonte: TodoDia – Americana, 10 de outubro de 2002

Comentário
A empresa não possui uma política adequada para os funcionários quanto à conscientização e riscos inerentes a atividade.
No caso em questão, a empresa poderia ter adotado o seguinte critério:
Proibir a utilização de cabelos compridos nas áreas que apresentam riscos. Nas indústrias alimentícias é comum à proibição de cabelos compridos e barbas em áreas que possam ocorrer contaminação produtos em processo.

posted by ACCA@8:50 PM