Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

quinta-feira, novembro 23, 2006

Cargueiro derrama óleo combustível no estuário de Santos


Em 08 de novembro de 2006, à tarde, aproximadamente mil litros de óleo combustível vazaram do navio cargueiro Smart 1, do Panamá, no porto de Santos, no litoral paulista (85 km a sudeste da capital).

Motivo do vazamento
De acordo com o engenheiro da Cetesb, William Nunes, o acidente ocorreu durante a transferência de óleo de um tanque para o outro. O compartimento que recebia o combustível encheu-se e o excesso acabou saindo pelo suspiro (cano de ventilação), localizado no convés. O produto escorreu pela embarcação e caiu no mar.

Detecção do vazamento
O vazamento do combustível foi percebido por volta das 14h40, por uma equipe da Capitania que patrulhava o Canal do Estuário em uma lancha. Foram os próprios marinheiros e oficiais que avisaram as demais autoridades (Cetesb e Codesp) e a tripulação do cargueiro, que de imediato parou o derrame.

Vide foto ampliada: http://zonaderisco.nafoto.net/photo20061123101825.html

Área atingida
Segundo a Cetesb, o vazamento se alastrou por uma faixa de quase 2 km, mas não atingiu as praias.

Impacto ambiental
Para o biólogo marinho André Rodrigues Neto, todo vazamento de óleo acaba causando impactos no ambiente, porque o produto nunca é todo retirado do mar. "Alguns resíduos podem afundar e causar vários problemas."

Controle do vazamento e o óleo atinge a Ponta da Praia
Cerca de 30 pessoas, entre técnicos da Cetesb (agência ambiental paulista) e funcionários da Codesp (estatal que administra o porto de Santos), passaram a madrugada trabalhando para evitar que o óleo se espalhasse. Na operação de retirada do produto derramado, duas empresas contratadas pela Codesp utilizaram bóias para cercar a área afetada, mantas que absorvem o óleo do mar e um caminhão de sucção a vácuo.

Como a maré estava subindo no momento do acidente, o restante do combustível, que seguiu para o meio do estuário, foi levado para o interior do cais. Por volta das 16 horas, quando teve início a vazante, as bóias e mantas conseguiram reter essa parte do material.

A situação estava controlada até às 20h, quando a maré baixa acabou levando o óleo para a ponta da praia, chegando até o Canal Sete. Durante toda a madrugada, mais de 20 funcionários de uma empresa de proteção ambiental tentaram conter o vazamento. O risco maior era que óleo atingisse as praias mais visitadas da região.A dificuldade da equipe que trabalha na região ocorre em razão da necessidade de se retirar o óleo o mais rápido possível e ao mesmo tempo impedir que o material se espalhe ainda mais.

O engenheiro da Cetesb, William Nunes, disse que o óleo derramado se concentrou próximo à mureta da avenida da praia, o que acabou facilitando o trabalho durante a noite. "Aproveitamos a iluminação da orla." Pela manhã, o material já havia sido retirado do mar.

"Nossa preocupação era com a praia e com os mangues. Não encontramos óleo em nenhuma das avaliações que fizemos nesses locais", afirmou o engenheiro da Cetesb William Nunes.

Inquérito e multa
De acordo com o capitão dos portos de São Paulo, capitão-de-mar-e-guerra Marcos Nunes de Miranda, as circunstâncias do vazamento serão analisadas pela Marinha. "O navio será autuado e possivelmente multado. O valor varia de R$ 1.000 a R$ 50 milhões."
A saída do Smart 1 estava prevista para o dia do acidente, mas a embarcação não foi liberada pela Capitania dos Portos.
"O navio não pode sair enquanto o comandante não entregar uma carta explicativa do que aconteceu a bordo e alguém assumir a responsabilidade civil sobre a poluição causada", disse Miranda.
A agência Transatlantic Carriers, responsável pelo navio em Santos, disse que entrou em contato com a seguradora. A Pandibra, empresa que responde pela seguradora no Brasil, afirmou que já havia encaminhado a documentação à Marinha e aguardava autorização para o navio deixar o país.

Circunstancias da maré e a rápida ação de controle
Graças à variação da maré e à ação de controle da Codesp, a maior parte do produto foi contida ao redor do navio, que estava atracado no Armazém 38, na região portuária conhecida como Corredor de Exportação, em Santos.

Fonte: Folha de São Paulo, Folha Online, Defesa Civil, A Tribuna de Santos no período de 09 de novembro a 10 de novembro de 2006

posted by ACCA@11:27 AM