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terça-feira, junho 20, 2006

Irregularidades em frigoríficos

Relatório dos EUA aponta irregularidades nos frigoríficos brasileiros

Concluída em abril de 2005, a auditoria acusa o governo brasileiro de incapacidade de fiscalização dos frigoríficos e análise de produtos.

Segundo o relatório, nenhum dos nove Sipas (Serviços de Inspeção de Produtos Animais) auditados foi capaz de demonstrar capacidade de fiscalização de frigoríficos.

O relatório aponta os seguintes problemas
1. De acordo com o documento, 14 dos 15 frigoríficos não cumprem as exigências norte‑americanas de controle sanitário, os Procedimentos Padrão de Higiene Operacional, nem análise de riscos e controle de pontos críticos.
2. Não é realizada a higienização diária das salas de processamento da carne.
3. Resíduos do dia anterior foram encontrados na superfície de contato do produto e em vários equipamentos em diferentes áreas de produção.
4. Sete frigoríficos desrespeitavam os padrões sanitários. As instalações, não são mantidas de modo a evitar "a entrada de moscas e animais como ratos". O cenário, em que água contaminada goteja nas carcaças de carne durante a operação de abate e goteiras caem do teto sobre a carne exposta.
5. Empregados dos frigoríficos não aderem a práticas de higiene para prevenir a contaminação cruzada dos produtos e a carne fica em contato com equipamentos impróprios, como escadas.
6. As facas nem sempre são desinfetadas para impedir a contaminação.

Falta de fiscalização e imparcialidade
O relatório também lança dúvidas sobre a imparcialidade dos fiscais do governo. Os americanos condenam o uso de veterinários contratados pelos próprios frigoríficos e de técnicos cedidos pelas prefeituras e por governos estaduais.

Falta de inspeção
De acordo com o relatório, o Dipoa (Departamento de Inspeção de Saúde Animal do Ministério da Agricultura) não seguiu os padrões para o teste de Salmonella em oito frigoríficos e não recolheu amostras de cérebro de uma vaca que chegou morta a um dos estabelecimentos. Os dez laboratórios auditados apresentaram "múltiplas deficiências" no atendimento às exigências. Cinco dos sete encarregados do controle de resíduos também.

Controle de qualidade
O controle da carne exportada é teoricamente mais rigoroso do que o realizado para consumo interno, já que parte do rebanho do país ainda passa por abatedouros clandestinos.

Governo suspende a exportação de carne
Em abril, após conclusão preliminar da auditoria, o governo brasileiro decidiu excluir espontaneamente os 28 frigoríficos que exportam para os EUA para poder se adaptar as recomendações .
Fonte: Folha de S.Paulo –17 de maio de 2005

posted by ACCA@9:18 PM