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sábado, junho 17, 2006

Câncer laboral na Espanha

O câncer laboral causa a morte de aproximadamente 5.000 pessoas ao ano na Espanha

O câncer laboral mata cinco vezes mais do que os acidentes de trabalho. A doença contraída por exposição a substâncias cancerígenas no período de trabalho ocasiona a morte de aproximadamente 5.000 pessoas ao ano na Espanha. Alem disso, anualmente em nosso país, registram-se quase 8.000 novos casos de câncer contraídos no posto de trabalho. Assim o assinalam as conclusões de dois estudos elaborados pelo Instituto Sindical de Trabalho, Ambiente e Saúde. O sindicato reclamou ao Governo que combata o câncer laboral com a mesma ênfase que pôs na luta contra o tabagismo.

Problema não é reconhecido
A morte por câncer contraído no ambiente de trabalho é um problema social oculto em Espanha , declarou Joaquín Nieto, secretário de Confederação do Meio Ambiente, Joaquín Nieto, ao comentar estes relatórios, em que colaborou Emmanouil Kogevinas, pesquisador do Instituto Municipal de Investigação Médica de Barcelona. No entanto, o grau de reconhecimento deste problema é ridículo em comparação com outros países europeus. O câncer no trabalho mata cerca de 5.000 pessoas ao ano em Espanha, mas em 2004 somente se diagnosticaram clinicamente seis casos, equivalente a 0,08 por cento do total.

Registros de outros países europeus
Em 2002, na França, registraram-se 10.000 casos de câncer de trabalho e foram reconhecidos 900 (9 por cento). No Reino Unido teve 9.670 casos e deles, 806 (8 por cento) foram admitidos. Na Alemanha, dos 14.700 casos de doença de trabalho, 1.900 (13 por cento) foram reconhecidas oficialmente como câncer.

Invisibilidade
Esta invisibilidade deste problema na Espanha foi qualificada como escandalosa por Kogevinas. É evidente, por exemplo, que um empregado que tem câncer e que tem estado trabalhando com amianto contraiu a enfermidade por contato com esta substância; no entanto, na Espanha esta relação causa-efeito é reconhecida em certas ocasiões.

Exposição dos trabalhadores
Calcula-se que em 2004, quase cinco milhões de trabalhadores estavam expostos a agentes cancerígenos, o que supõe 25,4 por cento de todos os trabalhadores.

Os principais cânceres de origem de trabalho são;
- pulmão, bexiga, laringe e fossas nasais,
- enquanto a lista dos agentes cancerígenos está encabeçada pela radiação solar, dióxido de silício (sílica), e a sílica cristalina, e a fumaça do cigarro.
- a estes substâncias o seguem a fumaça do motor diesel, o pó de madeira, o radônio (elemento radiativo) , as fibras minerais artificiais e
- outras substâncias, como hidrocarbonos policíclicos aromáticos, benzeno, formaldeído, componentes do níquel chumbo e amianto.

E, entre as atividades mais expostas estão;
construção civil, agricultura, hotelaria, mineração, transporte e indústrias químicas.

Estes estudos são os primeiros que se fazem em Espanha sobre a incidência do câncer de origem industrial. Os cálculos foram feitos a partir de modelos empregados por diferentes especialistas estrangeiros, os quais foram relacionando o número de trabalhadores expostos a uma substância cancerígena com os dados em que a doença se pode atribuir a um determinado tipo de câncer.
Fonte: La Vanguardia - 02/06/2006

No Brasil
O levantamento feito pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) em 2005, estimou em 20 mil casos de câncer relacionados ao ambiente de trabalho e alerta para o fato de que, milhares de trabalhadores têm contato com 29 substâncias que comprovadamente causam câncer.

posted by ACCA@9:09 PM