Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

sexta-feira, abril 14, 2006

Quedas matam 4 mil brasileiros por ano

Quedas matam 4 mil brasileiros por ano

Estimativas mais pessimistas, o número de mortes poderá chegar a 7 mil em 2001. Entre 1996 e 1998, as mortes por quedas acidentais só cresceram: passaram de 4.349 para 4.605 em 1997 e 4.831 no ano seguinte. Os números acabam de ser reunidos pelo pesquisador brasileiro Gláucio Ary Dillon Soares, professor da Universidade da Flórida, especialista no estudo da violência e de mortes por causas externas e acidentais.
Uma combinação de dois fatores tem aumentado o número não só de mortes, mas de pessoas feridas ou incapacitadas depois de quedas.

Fatores
O primeiro ponto é o envelhecimento da população. "Há mais idosos, e os idosos caem mais, sofrem mais fraturas e morrem mais", diz o pesquisador no estudo Quedas fatais, mortes evitáveis.
O segundo ponto é a falta de campanhas de prevenção, que, segundo Gláucio, foram eficazes em outros países onde não é tão recente o aumento da expectativa de vida dos habitantes.

Pouca informação no Brasil
Como há pouca informação no Brasil sobre quedas e suas conseqüências, o pesquisador cita levantamentos feitos nos Estados Unidos, onde é grande a preocupação com esse tipo de acidente. Lá, as quedas são a segunda causa das chamadas mortes violentas não-intencionais (que exclui, portanto, homicídios, suicídios e mortos em guerras) e a causa mais freqüente de entradas nas emergências de hospitais.
As fraturas da bacia acrescenta o professor, são uma das mais preocupantes conseqüências das quedas, pela "cadeia de acontecimentos" que provoca problemas como enormes limitações de locomoção, depressão causada por esses impedimentos, abandono do trabalho, movimentos comprometidos e falta de equilíbrio, o que aumenta o risco de novos acidentes.

Campanha de prevenção
Para o Brasil, Gláucio propõe como ação imediata o início de uma ampla campanha de prevenção, com atenção especial para os idosos.
Hospitais e farmácias, diz Gláucio, são importantes pontos de disseminação das ações para prevenir quedas, especialmente para os idosos e para as pessoas que tomam psicotrópicos. "Uma política pública eficiente leva o conhecimento e o convencimento ao público-alvo: idosos e seus parentes ou os que cuidam deles. É um serviço público da maior importância".

Prevenção: Medidas simples

Interruptores
Manter interruptores para luzes fáceis de serem acionados perto das camas, evitando que as pessoas tenham de caminhar no escuro, podem ser muito eficazes.

Apoios: Barras
Instalar barras firmes nos banheiros, para evitar escorregões, é outra sugestão que deveria contar de um programa preventivo. Uma terceira providência seria afastar objetos móveis que propiciam as quedas, como tapetes, por exemplo.

Risco: tapetes, piso
"Os tapetes não fixos e escorregadios são mortais. E o chão lisinho, enceradinho, deslizante, é um inimigo disfarçado. O chão das casas tem que ser à prova de tropeço e escorregão", recomenda o professor.

Exercícios
Medidas de médio e longo prazo, como exercícios freqüentes, consumo de leite e exposição moderada ao sol também devem fazer parte de um projeto para evitar quedas, diz o estudo. O motivo é que essas medidas melhoram a condição física dos idosos e fazem aumentar a massa muscular. Segundo o pesquisador, há cálculos de que, depois dos 50 anos, as pessoas perdem no mínimo 10% de massa muscular por década.
Fonte : O Estado de São Paulo - 15 de dezembro de 2001

posted by ACCA@5:31 PM